Estava acabando de empilhar todas as caixas na sala, quando ouvi um carro estacionar em frente a casa. Olhei pela janela e vi Oliver descer da sua BMW, de jeans, camiseta preta e tênis. Ao alcançar a varanda, ele bateu à porta:
― Pode entrar! –Gritei do lado de dentro, empilhando a última caixa.
Oliver girou a maçaneta e entrou, vindo até mim:
― O que está fazendo? –Ele me olhou em reprovação- Você sabe que não deve pegar peso.
― Essas não estão pesadas –Disse, colocando meus braços ao redor do seu pescoço- As pesadas estão lá no quarto, estava esperando você chegar para carrega-las. –Ri.
― Ótimo jeito de começar o domingo, não acha? –Ele arqueou uma sobrancelha para mim.
― Sem dúvidas! –Sorri e me inclinei para beijá-lo, sentindo o doce aroma que emanava de seu corpo.
Oliver pegou as caixas mais pesadas e as levou até o carro, as colocando no porta-malas, o ajudei, carregando as mais leves.
Eu não tinha muitas coisas, todos os móveis pertenciam a casa e eram tão velhos e gastos que eu suspeitava que não aguentariam uma mudança sem se quebrarem todos, então, só estava levando meus objetos pessoais, livros da faculdade, meu notebook e alguns objetos de decoração.
Enquanto Oliver terminava de colocar a última caixa no carro, dei uma volta pela casa, me despedindo de cada cômodo.
Definitivamente, aquela não era a casa dos sonhos de ninguém, gotejava quando chovia forte e por não ser forrada, sujava muito e os móveis viviam empoeirados, as portas e as janelas eram fracas e sabia que as trancas que o dono havia colocado nelas, não fariam a menor diferença para um assaltante, caso ele quisesse entrar ali, mas, eu havia conseguido me manter ali dentro por quase dez meses, trabalhando muito para conseguir pagar o aluguel e me orgulhava disso:
― Tudo bem? –Oliver se aproximou, me abraçando por trás, depois de me encontrar parada na sala.
― É, estou sim –O encarei com um sorriso- Vamos?
Depois de trancar a casa, deixei a chave dentro de um vaso de plantas, conforme havia combinado com o dono. Entramos no carro e Oliver deu partida, instantes depois, já estávamos bem longe dali.
Voltei meu olhar para ele e o observei sério ao volante. Juro que nunca na minha vida pensei que fosse chegar a me envolver com um homem como ele. Oliver era um homem vivido, havia sido casado, morado no exterior, falava inglês e francês, tinha dois filhos, era um dos maiores advogados do país e CEO da Advocacia Beaumont, uma das mais conceituadas advocacias do Brasil. Enquanto eu, nunca havia saído de Goiás até então, me mudar para o Rio havia sido uma grande aventura, não sabia muito sobre os homens, havia tido apenas um namorado na adolescência, um romance bobo, Oliver era o único pelo qual eu havia me apaixonado de verdade.
E cá estava eu, grávida, me mudando para sua casa e prestes a me casar:
― Agora é sério, você está me assustando. –Ele disse, depois de notar que eu já estava o observando durante um bom tempo.
― Desculpe, só estava observando o quanto você fica sexy ao volante –Ele riu- Estou feliz com tudo o que está acontecendo –Murmurei.
Oliver tirou sua mão direita do volante, segurando a minha:
― Eu também. –Ele disse.
Assim que chegamos, Estevan e Elena vieram correndo ao meu encontro, me abraçaram forte, me desejando boas vindas e depois, nos ajudaram a levar as caixas para dentro.
As levamos para o quarto de Oliver e quando as crianças saíram, para buscar a última que estava faltando, ele pegou em minha mão, me levando até seu closet:
― Pedi a dona Ana que esvaziasse duas partes do meu armário para você, espero que sirva. –Ele disse, me mostrando a parte que agora seria minha.
O closet era enorme, com lugares exclusivos para as roupas e para os sapatos e eu duvidava que algum dia fosse capaz de preencher todo aquele espaço:
― É, acho que serve. –Abracei Oliver pela cintura e ele riu, sabendo que eu achava o espaço mais do que o suficiente.
Passei a manhã toda organizando minhas roupas e sapatos no closet, com a ajuda de dona Ana e sob a supervisão de Elena. Quanto aos meus livros da faculdade, os coloquei em um armarinho, no escritório de Oliver.
Quando terminei, já era a hora do almoço e achei o máximo almoçar com mais pessoas a mesa. Depois de ajudar dona Ana a arrumar a cozinha, ela foi embora, não era nem seu dia de trabalho, mas ela havia feito questão de passar a manhã ali para me ajudar e Oliver a recompensou com algumas horas extras, mesmo depois de ela recusar, dizendo que estava fazendo isso de coração.
Mas tarde, troquei minha calça por um short jeans e uma regata, Oliver e o filho colocaram um calção e Elena me pediu que a ajudasse a colocar o seu biquíni amarelo de bolinhas pretas e passamos o resto da tarde com as crianças na piscina, localizada no quintal dos fundos da mansão.
Enquanto Oliver tomava conta deles, fui até a cozinha e preparei um suco natural de abacaxi para nós. Estevan e Elena beberam o suco com uma velocidade incrível e depois voltaram para a água:
― Eles estão se divertindo, em? –Disse a Oliver, me sentando ao seu lado na borda da piscina.
― São como peixes, eles adoram água. –Ele sorriu, enquanto eu observava nossos pés dentro da água.
Oliver segurou minha mão, encaixando nossos dedos:
― Você é tão delicada. –Ele murmurou, as comparando com as suas, que eram grandes e fortes.
Encostei minha cabeça em seu ombro:
― Não sou delicada. –Discordei.
― Há, é sim, é a pessoa mais doce e sensível que conheço, mesmo quando está com raiva, você nunca é indelicada com as pessoas.
― Então não sou delicada, sou educada.
― Para mim é a mesma coisa, eu só sei que amo isso em você. –Ele disse, aproximando seu rosto lentamente do meu e me beijando.
― É isso aí, pai! –Estevan gritou nos olhando, enquanto Elena batia palminhas ao lado do irmão.
À noite, depois que Estevan e Elena já dormiam, Oliver me levou para o que ele chamou de "nosso quarto" e depois de alguns beijos e várias carícias, fizemos amor lentamente, saboreando essa nova fase do nosso relacionamento:
― Vou marcar a data do nosso casamento amanhã. –Ele murmurou. Eu estava deitada em seu peito, enquanto ele acariciava meus cabelos.
― Acho que você não tem muito escolha. –Brinquei.
― Fico feliz que não. –Ele sorriu, beijando meu rosto e depois, dormimos calmamente, abraçados um ao outro.
Nossas vidas estavam tomando um rumo importante e sabíamos disso. O engraçado, é que nenhum de nós tinha medo do que estava por vim, era como se todos os problemas do mundo pudessem ser resolvidos, desde que nós dois estivéssemos juntos.
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A Babá dos meus Filhos
RomanceSofia é uma moça de Goiânia-GO, que ao ganhar uma bolsa de estudos de 50% na PUC-RIO se muda sozinha para o Rio de Janeiro para cursar a tão sonhada faculdade de Psicologia. Para conseguir continuar seus estudos e se manter na cidade, Sofia começ...