Depois de conversar um pouco com os pais de Sofia e ficar alguns minutos ao seu lado no leito, fui para o Rio.
Apesar de estar me sentindo bem, Ryan insistiu para me levar em casa, mas eu recusei, dizendo que neste caso, preferiria ir de táxi. Acho que meus filhos ficariam bastante assustados se me vissem chegar em casa em uma viatura policial, de qualquer forma, eles não precisavam saber o que havia acontecido, pelo menos, não agora.
Assim que cheguei em casa e abri a porta, avistei meus filhos sentados no sofá da sala, pareciam tristes e estavam calados:
― Senhor Oliver? –Dona Ana falou ao me ver, um sorriso de alívio surgindo em seu rosto.
― Papai! –Elena gritou, correndo até mim e pulando em meus braços, arfei um pouco, por causa da dor que sentia, mas ainda assim, envolvi minha pequena em um abraço forte.
― Oi, querida.
― Ainda bem que o senhor está bem, pai! –Estevan enlaçou seus braços ao redor da minha cintura, me abraçando.
― Papai, o tio Brian foi preso? –Elena ergueu seus olhinhos para mim e eu fiquei extremamente confuso, como eles sabiam?
― Eles assistiram ao noticiário, está passando em todos os canais, senhor. –Dona Ana explicou, ao perceber o meu desespero.
― Pai, a Sofia está bem? –Estevan me encarou preocupado.
― Está sim.
― O senhor não vai mais sair, vai? –Elena me encarou preocupada, era evidente que ela estava com medo de que algo me acontecesse.
― Eu preciso querida, além disso, a Sofia está sozinha no hospital, você não acha que ela vai gostar se eu for para lá lhe fazer companhia? –Ainda relutante, ela fez um maneio de cabeça, afirmando que sim.
― Pai, mas e o tio Brian? Ele não vai tentar machucar vocês de novo? –Estevan me encarou e eu juro que naquele momento, desejei que eles nunca tivessem descoberto sobre o sequestro.
― Não se preocupem com isso –Olhei de um para o outro- Está tudo bem.
Depois que meus filhos se acalmaram um pouco, dona Ana os levou até a cozinha e preparou um lanche para distraí-los, apesar de jovens, era evidente que eles entendiam o que o tio havia feito.
Fui para o meu quarto e depois de me despir, entrei no banheiro para tomar uma ducha. Apesar dos analgésicos que havia tomado no hospital, meu corpo ainda estava dolorido e haviam alguns hematomas na região do abdômen, mas a água morna do chuveiro, pareceu conseguir aliviar um pouco o que estava sentindo.
Depois de me secar, fui até meu closet, apanhei e vesti uma calça jeans, uma camiseta azul escuro e tênis e, enquanto me vestia, não conseguia evitar olhar para as coisas de Sofia.
Apesar de o médico dizer que seu quadro era estável, eu sabia que o inchaço no cérebro era algo grave e que qualquer diagnóstico seria impreciso naquele caso, não havia como saber o que iria acontecer. Além disso, ela havia fraturado duas costelas e eu me perguntei que atrocidades Brian teria feito a ela, e eu me arrependi amargamente por não ter conseguido evitar que nada disso acontecesse.
Depois de vasculhar o closet e olhar todas as roupas de Sofia, optei por levar três vestidos que eram de um tecido fino e bem confortável, algumas peças intimas e chinelos, peguei também uma toalha de banho, escova de cabelos e de dentes e arrumei tudo em uma mala.
Me despedi de meus filhos, dizendo que telefonaria para dona Ana assim que tivesse notícias do estado de Sofia e prometi que voltaria para casa o mais rápido possível.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Babá dos meus Filhos
RomanceSofia é uma moça de Goiânia-GO, que ao ganhar uma bolsa de estudos de 50% na PUC-RIO se muda sozinha para o Rio de Janeiro para cursar a tão sonhada faculdade de Psicologia. Para conseguir continuar seus estudos e se manter na cidade, Sofia começ...