Capítulo 43 - Sofia

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Já se passavam das onze horas da noite, mas apesar de toda a exaustão, eu não conseguia pregar os olhos.

Estava em um hotel barato, a algumas quadras da minha casa. Resolvi passar a noite ali, porque sabia que assim que chegasse de São Paulo, Oliver iria até minha casa me procurar para saber o que estava acontecendo e ele poderia acabar descobrindo que a culpada por eu o estar evitando era Denise, ele iria acabar tirando satisfações com ela e ela entraria na justiça para tirar Estevan e Elena dele e isso, eu não poderia permitir.

O quarto em que estava era pequeno e com uma mobília tão gasta quanto a da casa em que vivia. Depois de me encontrar na rua, Ryan me levou para casa, lembro que disse a ele que não queria passar a noite ali, e ele me sugeriu esse hotel, em que ele também vivia. Não sabia quanto tempo ficaria sem voltar para casa, se é que um dia voltaria, então levei comigo a maioria das minhas roupas e materiais da faculdade. Sabia que enquanto estivesse ali, Oliver não me encontraria e, que mais cedo ou mais tarde, ele iria acabar desistindo de me procurar. Pelo menos, é o que eu esperava.

Me apoiei no parapeito da janela e olhei para o céu, a noite estava clara, graças a luz da Lua. Pensei em Oliver e no que ele estaria pensando sobre mim agora, provavelmente, àquela altura, ele deveria estar me odiando.

Eu o amava tanto. Magoa-lo era a última coisa que eu queria fazer na vida, mas se me afastar dele, significasse a felicidade dele e de seus filhos, eu estava disposta a fazer de tudo para que ele me esquecesse, mesmo que eu tivesse que sofrer para isso.

Uma batida na porta me arrancou de meu devaneio. Cruzei o quarto e caminhei até a porta, quando a abri, vi Ryan, vestido em sua farda de policial:

― Oi –Ele me lançou um sorriso tímido- Meu turno acabou agora, vi que a luz do seu quarto estava acesa e decidi vim até aqui para ver como você estava.

― Estou melhor, obrigada.

― Olha, o meu quarto fica no fim do corredor, se você precisar de qualquer coisa, por favor, não hesite em me chamar. –Ele disse, colocando as mãos no bolso da sua calça e começando a andar pelo corredor.

― Ryan? –O chamei e ele parou, voltando seu olhar para mim.

― Sim?

― Obrigada, por tudo. Você tem sido um bom amigo.

Ele voltou, parando na minha frente:

― Não estou querendo me intrometer, nem nada, mas... sempre que te vejo, você está triste, sofrendo, acho que fez a coisa certa ao terminar com seu namorado. –Quis contar a ele sobre a ex-mulher louca de Oliver, sobre a ameaça, mas me contive. Somente eu deveria saber de tudo aquilo.

― Oliver é um homem maravilhoso. –O defendi.

― Se ele é tão maravilhoso assim, porque você estava tão nervosa quando te encontrei mais cedo? –Ele perguntou impaciente.

― Desta vez a culpa não foi dele. –Baixei a cabeça, deixando que Ryan tirasse suas próprias conclusões depois de eu lhe fazer aquela confissão.

Percebi que ele me olhava, sem saber o que dizer ou fazer:

― Me desculpe, eu não deveria ter falado com você assim. –Ele tocou meu rosto, me fazendo olhar para ele- Você é uma garota tão legal e gentil... –Seus olhos me encaravam profundamente- Eu não sei o que aconteceu e sei que você não tem a obrigação de me dizer, mas, eu realmente acho que você não merece sofrer assim. –Suas palavras foram tão doces e sinceras, que minha única reação foi abraça-lo.

― Eu estou me sentindo tão sozinha... Terminei com Oliver e minha melhor amiga está com raiva de mim, não sei o que fazer. –Murmurei, enquanto ele me abraçava forte ao seu peito.

― Não, não está. –Ele disse e eu me afastei para olha-lo- Eu posso ser seu amigo, se você quiser.

― Eu quero, obrigada. –O abracei novamente.

― Como disse antes, você agradece demais, Sofia.

A Babá dos meus FilhosOnde histórias criam vida. Descubra agora