Capítulo 8 - Sofia

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― Eu sinto tanto, Sofia. –Vanessa dizia, tentando me consolar.

Não havia dormido quase nada na noite passada e minhas olheiras eram visíveis, mas mesmo assim, por mais que estivesse destruída, não poderia deixar de realizar minhas atividades, até porque, eu mesma havia provocado meu patrão para que fosse despedida.

― O que você vai fazer agora? –Vanessa disse segurando minha mão.

Estávamos sentadas em um banco no pátio da faculdade, aguardando o horário do intervalo acabar. A preocupação da minha amiga era evidente.

― Depois que passar no RH, vou sair para procurar outro emprego, o que mais posso fazer? –Estava desolada.

― Ei, não fique assim, não foi sua culpa, você agiu certo, esse seu patrão que era um babaca! –O que ela falou me fez sorrir.

― Eu sei, mas quem acabou sem emprego fui eu.

― Está na hora de voltarmos para a sala –Ela falou ao conferir as horas no relógio de pulso- Vamos? Como você mesma sempre diz, a vida não pode parar. –Ela me puxou, me ajudando a levantar- Você agiu certo, Sofia. Tente não se culpar tanto.

― Eu sei, obrigada. –A abracei, a seguindo até nossa sala para outra aula.

Por dentro eu estava em cacos, mas não queria que as pessoas tivessem pena de mim, por mais que estivesse difícil, eu não me deixaria ser vencida assim, tão fácil.

Não consegui prestar muita atenção nas aulas naquele dia. Eu só queria que o dia acabasse logo, para que eu pudesse voltar para minha casa e desabar na minha cama.

Ao término das aulas, Vanessa me acompanhou até a saída:

― Tem certeza que não quer que eu a leve até o escritório do RH? Meu motorista já deve estar chegando. –Ela me oferecia ajuda.

― Eu agradeço, Vanessa, mas depois de lá, terei que passar em outros lugares, não quero atrapalhar. –Disse.

― Não vai atrapalhar.

― Eu sei, mas... –As palavras de repente sumiram, quando olhei para o carro que estava parado do outro lado da rua, sem acreditar. O que ele estava fazendo ali?

― O que foi Sofia? –Vanessa me olhou sem entender- Até parece que você viu um fantasma. -Não era um fantasma, mas vê-lo ali, me deixou completamente alarmada.

― Meu patrão, ele está bem ali. –Ainda tentando me recuperar do susto, apontei na direção dele. Oliver Beaumont estava encostado em sua BMW preta e parecia olhar diretamente para mim.

― O que esse babaca está fazendo aqui? –Vanessa dizia rancorosa.

― Eu não sei, mas acho que ele quer falar comigo. Eu já volto. –Disse para minha amiga, atravessando a rua e indo na direção de Oliver.

Como no dia anterior, ele vestia jeans, uma camisa branca e sapatos sociais pretos. Seus cabelos estavam levemente desalinhados pelo vento.

― Senhorita Montenegro. –Ele disse com um maneio de cabeça, olhando para mim.

― O que o senhor está fazendo aqui? –Poderia ter sido indelicada, mas queria que ele fosse direto ao ponto. Já havia ouvido o suficiente no dia anterior.

― Gostaria de conversar com você, será que poderíamos? –Me virei olhando rapidamente para Vanessa, que me encarava impaciente do outro lado da rua.

― Acho que não temos mais nada o que conversar senhor Beaumont, agora mesmo eu já estava indo para o RH...

― Acho que não vai mais ser preciso. –Ele disse me interrompendo.

A Babá dos meus FilhosOnde histórias criam vida. Descubra agora