Capítulo 64 - Oliver

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Acordei pontualmente as cinco e meia da manhã. Fiquei por alguns segundos deitado, pensando no que iria fazer, o dia de hoje seria difícil.

Ontem à noite, depois de deixar Sofia em casa, meu amigo Bruno me telefonou, dizendo que Brian havia marcado uma reunião de última hora com todos os acionistas na segunda e que eu não poderia faltar.

Saí da cama e tomei uma ducha rápida, depois voltei para o quarto e coloquei um terno preto e uma gravata vermelha. Apesar de tudo aquilo estar sendo exaustivo para mim, eu não poderia desistir, aquela empresa era importante demais para mim e eu não deixaria que Brian manchasse a memória do nosso pai.

Peguei uma maleta no escritório e caminhei até a cozinha, onde encontrei meus filhos sentados à mesa, tomando café da manhã:

― Bom dia, pai! –Eles disseram.

― Bom dia. –Respondi, afagando a cabeça de cada um.

― O café já está quase pronto, senhor Oliver. –Dona Ana anunciou, enquanto eu me juntava a mesa.

― Tudo bem.

― Pai, onde o senhor estava quando nós chegamos em casa ontem? –Estevan perguntou inocente, enquanto passava um pouco de manteiga no pão.

Elena também voltou seu olhar curioso para mim e por alguns instantes, ponderei se deveria contar a eles que Sofia e eu estávamos juntos de novo, no final, achei que eles deveriam saber:

― Estava com a Sofia. –Respondi e os olhos dos dois se arregalaram para mim.

― Vocês estão namorando, papai? –Elena perguntou empolgada.

― Estamos, filha.

― Isso é ótimo, pai! –Estevan disse animado.

― É sim.

― Ela vai voltar a ser nossa babá? –Elena perguntou esperançosa.

― Não querida.

― Por que não?

― Não acho que seja preciso, já que ela vai ter muito tempo para cuidar de vocês dois quando nos casarmos.

― Vocês vão se casar? –Estevan perguntou e por um momento, notei um resquício de tristeza em seu olhar.

― Sim e espero que isso não incomode vocês dois.

― Não, tudo bem, a Sofia é uma garota legal, mas... –Quando Estevan não conseguiu continuar, soube exatamente o que ele sentia.

― Eu sei que você tinha esperanças de que eu voltasse com a sua mãe, mas, o nosso relacionamento acabou filho, espero que entenda isso. –Tentei explicar.

― Sim, eu entendo, só quero que o senhor seja feliz. –Ele me lançou um sorriso fraco.

― Estevan disse que o senhor é menos rabugento quando está com ela. –Elena entregou o irmão e eu ri.

― Ei, isso não é verdade! –Retruquei.

― Ah, é sim pai! –Estevan riu.

― Vocês dois não tem que ir para o colégio? Ariovaldo já está os esperando. –Dona Ana lembrou.

Os dois reviraram os olhos antes de se levantarem da mesa, pegando suas mochilas e se despedindo de mim com um abraço:

― Papai? –Elena parou na porta da cozinha, enquanto o irmão ia na frente.

― Sim?

― Vai ser legal ter a Sofia como mãe. –Ela me lançou um sorriso sincero, que somente as crianças tinham e depois, correu para alcançar o irmão. Aquilo me comoveu profundamente e eu soube que estava fazendo a coisa certa.

A Babá dos meus FilhosOnde histórias criam vida. Descubra agora