Estava sozinho em meu quarto, sentado no chão ao lado da cama, ainda tentando entender tudo o que estava acontecendo. Estava ali a pouco mais de uma hora e não havia me movido por sequer um segundo.
Depois que Ryan e Vanessa foram embora, me tranquei em meu quarto e passei os quinze minutos seguidos chorando, agora, sem mais forças para chorar, tentava pensar em algo que pudesse ajudar a polícia a localizar a Sofia.
Fui arrancado de meus pensamentos, quando meu celular tocou ao meu lado, o número era desconhecido e meu coração se acelerou com a possibilidade de que pudessem ser os sequestradores prontos para me pedirem um resgate:
― Alô? –Atendi, minha voz esganiçada.
― Olá Oliver, é a Vanessa.
― Oi Vanessa. –Passei a mão por minha testa, sentindo os músculos do meu corpo tensos.
― Oliver, você por acaso sabe onde a Sofia guarda as coisas dela? –Achei aquela pergunta estranha.
― Sim, por quê?
― Precisamos que você encontre alguns históricos de chamadas que ela vinha guardando.
― Claro, posso fazer isso. –Me apoiei na cama, me levantando do chão.
― Quando encontrá-los, será que pode ir o mais rápido possível para a delegacia? Ryan vai estar te esperando.
― Tudo bem.
Desligamos e eu sai do meu quarto, indo rapidamente até o meu escritório. Aqueles históricos com certeza dariam uma pista de quem havia sequestrado a Sofia e eu me empenhei em encontrá-los.
Havia dado uma parte do meu armário para Sofia, ela era super organizada e não tive dificuldade alguma em encontrar uma pasta com vários papeis dentro, inclusive os históricos.
Eu já havia visto aqueles papéis antes, Sofia os havia mostrado a mim em uma ocasião. Aqueles históricos eram do Brian.
Os analisando melhor, tudo começou a fazer sentido. Sofia chegou mesmo a me dizer que suspeitava de que meu irmão tivesse algum envolvimento na morte dos meus pais e eu não dei ouvidos a ela, porque não acreditava que ele fosse capaz de fazer algo assim.
Analisei o histórico mais antigo e vi que Brian havia feito algumas ligações para o tal Wilson Nunes, o bandido que Sofia havia ido encontrar mais cedo na prisão e que agora também estava morto.
As evidências eram claras, Brian havia mantido contato com aquele homem em datas próximas ao acidente dos meus pais e eu senti minha respiração ficar entrecortada com a possibilidade de que as suspeitas de Sofia estivessem corretas.
Tudo dava a entender que Sofia havia descoberto algo que meu irmão queria continuar mantendo escondido e ele a havia sequestrado para que não pudesse dizer nada a polícia e, ainda que fosse inocente e não tivesse nada a ver com aquilo, ele poderia ter feito isso para me afetar, já que não havia se conformado com o fato de que os acionistas haviam me escolhido para continuar na presidência da advocacia. De qualquer forma, meu irmão agora passava a ser o maior suspeito.
Aquilo parecia surreal demais, mas era a teoria mais plausível. Voltei ao meu quarto e depois de uma ducha rápida, vesti uma calça jeans, uma camisa azul claro e tênis, apanhei as chaves do carro e sai de casa, rumo a delegacia.
Cerca de meia hora depois, cheguei a delegacia. Estacionei meu carro em frente ao prédio e entrei apressado, passando por alguns policiais, até encontrar Ryan, que ao me ver, veio rapidamente ao meu encontro:
― Graças a Deus, Oliver! Estava te esperando! –Ele disse ao se aproximar- Encontrou os históricos?
― Sim, estão aqui.
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A Babá dos meus Filhos
RomanceSofia é uma moça de Goiânia-GO, que ao ganhar uma bolsa de estudos de 50% na PUC-RIO se muda sozinha para o Rio de Janeiro para cursar a tão sonhada faculdade de Psicologia. Para conseguir continuar seus estudos e se manter na cidade, Sofia começ...