Depois de ouvir o tiro, permaneci com os olhos fechados, com medo do que poderia ver caso os abrisse. Após alguns segundos, percebi que a respiração de Sofia ainda subia e descia constantemente, abri os olhos lentamente e constatei que nada de mal havia nos acontecido, estranhando que ainda estivéssemos vivos:
― Que merda foi essa? –Brian perguntou nervoso.
― A polícia está aqui! Balearam o André! –Um de seus capangas gritou, passando pelo portão e entrando rápido no pátio.
― O que vocês estão esperando? Se mexam! Acabem logo com esses soldadinhos de merda! –Brian gritou, olhando para todos os homens que saíram em disparada para o lado de fora.
Era evidente o quanto ele estava assustado:
― Merda Oliver! Eu disse para você não avisar a polícia! –Ele me encarou, seus olhos pareciam petrificados e eu sabia que ele estava consumido pelo ódio.
― Eu não avisei ninguém! –Gritei.
― Que droga! –Ele se virou, baixando a arma, olhando em direção ao som que ecoava do lado de fora, um intenso tiroteio havia começado.
Olhei ao redor e vi que havia uma mesa jogada ao chão em um canto da parede:
― Consegue ir até ali? –Sussurrei para Sofia.
Ela girou um pouco a cabeça, olhando para o local que eu havia indicado, antes de responder:
― Acho que consigo. –Ela disse, sua voz fraca.
― Então vá.
Mesmo relutante, ela se soltou de mim e foi engatinhando com dificuldade até o local que eu havia lhe mostrado, a mesa funcionaria como uma barricada e sabia que se um tiroteio começasse ali, ela ficaria protegida, até que a polícia a salvar.
Aproveitei que Brian estava distraído e me levantei rapidamente, o agarrando por trás. Coloquei meu braço ao redor de seu pescoço e o segurei firme.
Brian levou suas mãos ao meu braço, o empurrando, tentando se soltar e com seu esforço, acabamos caindo no chão. A arma também caiu, a alguns metros de nós.
Travamos uma luta corporal, até que eu finalmente consegui ficar sobre ele e lhe dei alguns socos bem dados no rosto:
― Você é doente! –Gritei, o segurando pelo colarinho e o balançando, depois de perceber que ele já não tinha mais forças para lutar.
Estava ofegante e o encarava, completamente pasmo por ele estar sorrindo:
― Já que acha isso, porque não me mata e acaba logo com isso? –Ele me encarou, cheio de deboche. Sabia que estava me testando.
― Eu não sou você.
― Que pena. –Ele disse, juntando um pouco de areia que estava no chão e a jogando em direção aos meus olhos.
Me desvencilhei um pouco e Brian me empurrou para o chão, se inclinando rapidamente para apanhar o revolver.
Quando finalmente consegui enxerga-lo, ele já estava de pé, mirando em mim:
― Acabou, Oliver! –Ele disse, colocando o dedo no gatilho.
― Não! –Sofia apareceu atrás de Brian, o acertando com uma tábua, mas, mesmo zonzo, ele a empurrou com força e ela acabou se desequilibrando e batendo a cabeça no corrimão da escada e caindo no chão.
― Sofia! –Gritei, mas ela estava imóvel.
― Qual é Oliver, não precisa ficar assim, logo, logo você se juntará a ela! –Brian me encarou com um sorriso.
Eu não me importava com o que ele estava dizendo e muito menos com o que faria comigo a seguir, eu só queria poder pegar a Sofia nos meus braços e leva-la rápido para um hospital:
― Quero que olhe para mim! –Ele gritou, mas eu não lhe dei atenção. Continuava a olhar para a minha princesa, que estava caída ali no chão.
― Ela precisa de ajuda... –Murmurei, com lágrimas nos olhos.
― Se você não olhar para mim, eu juro que vou acabar agora com a raça dessa infeliz! –Ele apontou a arma para a Sofia e eu o olhei. Não tinha escolha- Este vai ser o último rosto que você vai ver antes de morrer –Ele disse, usando o dedo indicador para apontar o próprio rosto- Adeus para sempre, irmão.
Ao dizer isso, houve um barulho alto, Brian deu um passo para trás e seus olhos se arregalaram em desespero. Não compreendi bem o que havia acontecido, até ver uma mancha enorme de sangue começar a se expandir pela sua camiseta, exatamente na região do abdômen. Ele havia sido baleado.
Olhando sobre meu ombro, vi Ryan, com a arma ainda empunhada em suas mãos. Brian tentou erguer o braço e atirar, mas caiu desacordado antes que pudesse fazer isso.
Me levantei com dificuldade e corri até Sofia, ficando ao seu lado e tocando seu rosto:
― Sofia? –A chamei, mas ela não esboçava qualquer reação- Por favor meu amor, acorde. –Implorei, vê-la naquele estado, era como estar vivendo um pesadelo:
― O que aconteceu com ela? –Ryan se posicionou ao meu lado. Sabia que ele estava tentando manter o profissionalismo, mas seu tom de voz entregava o quando estava preocupado.
― Ela bateu a cabeça. –Disse, sem tirar os olhos dela.
― Não a mova, vou chamar uma ambulância!
Ryan pediu por ajuda bem ao meu lado, mas eu mal o ouvi, estava ocupado demais olhando para Sofia.
Havia um corte enorme do lado direito de sua cabeça, bem próximo a nuca, havia muito sangue e eu rezei a Deus que não deixasse nada de mal acontecer a ela, nem ao nosso bebê.
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Reta final da nossa história! E aí, o que vocês estão achando? :-)
Quanto mais comentarem e favoritarem, mais rápido postarei os últimos capítulos! Conto com o apoio de vocês! <3
Com carinho,
Natalia Aparecida.
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A Babá dos meus Filhos
RomanceSofia é uma moça de Goiânia-GO, que ao ganhar uma bolsa de estudos de 50% na PUC-RIO se muda sozinha para o Rio de Janeiro para cursar a tão sonhada faculdade de Psicologia. Para conseguir continuar seus estudos e se manter na cidade, Sofia começ...