Capítulo 18 - Condições Normais

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Henry Cavill POV

Não fiquei muito surpreso com a atitude fria dela. Depois algum tempo, com ela vendo aquelas fotos e depois revendo mentalmente, sei que a primeira coisa que pensou foi: traição.

Dei o tempo que ela precisa para pensar. Depois de mais ou menos uma hora, retorno para o quarto e vejo-a dormindo. Saio de fininho novamente, para não interromper o seu sono. Decido ir até o jardim, vejo Ariana sentada em um dos bancos, a mesma me disse que rasgou as fotos. Ela também me diz que era melhor atear fogo, mas como ela não gosta da fumaça, descartou a idéia e eu rio disso.

- Será que ela vai acreditar em mim? - Pergunto para ela.

- Vai. - Ela diz simples. - Demi precisa de um tempinho para assimilar tudo que você disse, sabe que ela é lerda de natureza. - Ariana ri. - Ela ficou tão arrasada quando viu, se desequilibrou e a gente ficou com medo de acontecer alguma coisa pelo estado de tensão dela.

Me sinto péssimo por isso.

- Mas ela melhorou....apenas não quis te atender.

- Sabia que estava acontecendo alguma coisa.

- Quem era aquela moça Henry?

Explico mais uma vez para ela. Como disse para Demi.

- Quer dizer que ela trabalha no restaurante?

- Sim.

- É lésbica?

- Sim.

- Que bom, pelo menos a Demi não pensa mais besteira.

- Nem sei como ela vai reagir assim que acordar.

- Experimente alguns dias de frieza e depois ela volta a ser a mesma pessoa.

Escuto isso e espero que ela esteja brincando. Ariana está séria demais e presumo que o que ela diz, pode de fato acontecer.

- Boa sorte. - Ela bate no meu ombro e depois sai.

Olho um pouco o céu, enquanto tomo a minha dose de Whisky. Assim que termina, Scar adentra no jardim com a companhia de Kal. Ela senta ao meu lado, enquanto Kal senta ao lado dela.

- O céu está lindo, hoje! - A mesma diz. - Ia chamar a mamãe, mas ela está no soninho.

- Temos que deixá-la descansar. Levando em consideração o quanto as duas saíram hoje.

- Papai, é ali o seu tabalho tabaloso?

- Também.

- E é o que?

- Sabe aquelas boate de dança?

- Posso dançar balé?

Os olhinhos dela brilham com essa possibilidade, mas tenho que informá-la que aquela boate, é para adultos.

- Não é próprio para a sua idade.

- Que pena. - Ela diz triste.

- Kal já foi lá?

Nego.

- Polque não?

- Kal gosta de sair mais de lugares livres e bem verde. - Ressalto. - Você não acha aquele lugar muito escuro?

- Acho... tem que cololir mais, papai. - Ela diz séria.

- Vou pensar no seu caso.

Ficou um pouco mais frio e nós saímos do jardim. Ela correndo e eu andando atrás dela com o copo de whisky vazio nas mãos. Deixo-o na cozinha e caminho para a sala.

...

Entro em meu quarto e me deparo com o amor da minha vida dormindo. Se ela estivesse acordada, posso jurar que, iria me tirar daqui à ponta pés, ou é apenas uma imaginação da minha cabeça? Enfim, afasto aquele pensamento e ando rumo ao banheiro.

Tomo meu banho, troco de roupa e ao sair não a vejo na cama. Fico um pouquinho preocupado, mas tenho que lidar com o tempo dela. Eu sei que é difícil de acreditar em alguma coisa quando tem fotos que podem ser muito convincentes, mas quero deixar claro que eu nunca faria isso com ela. Por esse motivo, ligo para a nova chef do restaurante e proponho um jantar, para explicar todo esse mal entendido. Demi irá conhecer a minha amiga de longa data em breve.

Demi retorna para o quarto com um pedaço de torta de morango e olha para mim. Eu pensava que ela ia comer a coisa leve de sempre, por isso me assusto.

- Não briga comigo! - Ela levanta as mãos em sinal de rendição. - Nossa filha está morrendo de vontade de comer torta de morango... mesmo, achando que, morango são um pouco enjoativos demais. - Ela alega.

- Eu amo torta de morango! - Exclamo.

Ela sabe exatamente que eu amo esse tipo de torta por isso sorri. Um sorriso bem brincalhão. O que será que vai vir como resposta?

- Então, isso é tarefa para o pai dela comer. - Ela diz e empurra o prato para mim.

Rio de sua reação. Podemos facilmente voltar ao normal desse jeito.

- Não teria o mesmo efeito em mim, como tem em você. - Alego.

- Aff. - A mesma diz e retorna a comer a torta de morango. - O jantar está sendo servido e todos estão te esperando na mesa.

- E a senhorita não vai? - Pergunto e ela nega.

- Meus pés estão me matando...

Foi quase que automático. Peguei um dos muitos óleos que ela mesma acabou comprando e sento na frente dela.

Passo o óleo delicadamente nos pés de Demi e depois começo a massagear. Ela parou de falar um pouquinho para dar um suspiro daqueles e eu sorrio apenas com isso.

- Pulei para a sobremesa, em vez de comer o prato principal e ainda estou morrendo de sono. Claro que, essa massagem está auxiliando ainda mais esse meu sentido de querer dormir.

- Desculpa, mas não posso deixar uma pessoa com dor nos pés.

Ficamos em silêncio. Não aquele silêncio desagradável que aconteceu assim que vi as fotos esparramadas pela cama, e sim, aquele silêncio confortável que acontece com duas pessoas que se amam.

Minha vontade é perguntar para ela se está tudo bem entre a gente, mas tenho medo dela se esquivar com essa pergunta e relembrar tudo que aconteceu horas antes. Por isso, termino de fazer a massagem, coloco o óleo no lugar em que estava, entro no banheiro, levo as mãos, seco e saio do banheiro.

- Vou jantar. - Comento e ela assente.

- Daqui a pouco eu desço para levar o prato.

- Não precisa.

- Precisa sim! Preciso me movimentar um pouco.

- Levando em consideração o quanto que você fez hoje, pode ficar deitada nessa cama pelo resto da gravidez. - Ela ri do meu argumento nada válido.

- Henry Cavill, você nunca muda.

- Preferia que você me chamasse de meu amor. - Falo sério e ela fecha um pouquinho a cara. - Não está mais aqui quem falou. - Digo um pouco decepcionado.

- Só preciso assimilar tudo, depois disso, posso te chamar de meu amor quantas vezes você quiser, e inclusive, pode gravar a minha voz, para ficar escutando.

- É uma idéia muito tentadora! - Falo.

Se estivéssemos em condições normais, provavelmente, estariamos nos beijando agora e eu nem me importaria com o jantar. Mas, não estamos em condições normais. Demi dá um sorriso fraco e por fim, eu saio do quarto.

Só peço a Deus forças para aguentar esse pequeno tempo dela. Quando encontrar Wilmer, ele vai me pagar por tudo que está me fazendo passar.














💕🌸 Maratona 1/2 🌸💕

Boate 316 - Segunda Temporada de "doador 316" Onde histórias criam vida. Descubra agora