Thoughts.

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⚠️ Continuação ⚠️

— Eu só preciso de um... banho, você consegue me ajudar? — pergunto ao mesmo quando o garoto estaciona seu carro em sua casa, me fazendo soltar minha primeiras palavras.

O menino rapidamente desce do banco e vai ao lado do banco do passageiro, assim me ajudando a sair e entrar na sua residência, subimos rapidamente para que ninguém visse nossa situação naquele momento. Entro no quarto do mesmo e assim consigo respirar, o garoto tira rapidamente toda minha roupa e assim que olha meu corpo começa a chorar socando a parede, fazendo eu me assustar o mesmo me abraça, ele tinha medo de que eu ficasse com medo dele. Ando até o banheiro quando observo meu corpo todo machucado e minha intimidade sangrando, Rafe estava atrás de mim e ver aquela cena fez meu coração arder. Parte de mim morreu naquele dia e é uma parte que eu nunca irei conseguir recuperar. Me sento na banheira com o auxílio do mesmo sentindo a água quente cair sobre meu rosto eu dou um suspiro enorme e desabei, eu só consiga chorar e soluçar, Rafe nunca tinha me visto naquela situação o mesmo deveria estar agoniado, eu sentia a água se misturando com minhas lágrimas. Eu não poderia pensar em nada que expressasse minha dor naquele momento, eu havia sido traída de todas as maneiras e o pior é que eu me culpava, você se esforça pra gostar de si a vida toda, você se esforça em tudo e é como se do nada alguém arrancasse tudo de você, te deixando com um vazio enorme e quanto mais ar você tenta puxar, mais sua respiração para, eu queria gritar até que todas as minhas cordas vocais se quebrassem. Rafe tirou sua camiseta, assim entrando na banheira, ele também estava em estado de choque e eu conseguia ver seu olho vermelho, de lágrimas.

— Me desculpa, se eu tivesse chegado a tempo, me desculpa. — Rafe engasgava de tanto chorar e eu só conseguia olhar em seus olhos pedindo paz.

— Não precisa pedir desculpas, a culpa foi minha. — digo para o mesmo fazendo o garoto se assustar e me abraçar fortemente.

— Não fala isso nunca mais na sua vida, não foi sua culpa. Amor por favor não fala isso, você não merece isso. — o mesmo diz abraçado em meu corpo e eu apenas deitei minha cabeça em seu ombro, eu estava sonolenta e não conseguia lidar com aquilo.

Acordei e olhei para a janela, ainda estava escuro, seria por volta das 04h da manhã, Rafe não estava do meu lado, fazendo eu me assustar, vou até a sacada do seu quarto e lá estava o mesmo, sentei ao seu lado. Eu estava vestida com sua roupa, uma calça moletom e um casaco enorme com meu cabelo preso, não queria nem pensar como ele conseguiu amarrar meu cabelo. Olho pro mesmo passando minha mão em seu cabelo.

— Você me traiu? — pergunto calma ao mesmo, apenas vendo seu rosto congelar e o garoto concordar com a cabeça.

— Mas eu não queria. — dou um sorriso fraco.

— Para, você queria. Se não quisesse, não teria feito, Rafe. Só quero que esqueça tudo que aconteceu essa noite e me leva em casa. — digo ao mesmo seriamente.

— Você não tá bem, não posso fazer isso. — o garoto me diz com preocupação em seus olhos.

— Você me ama? — pergunto e o mesmo concorda. —

Então me leva pra casa. — Me levanto pegando na mão de Rafe, ele pega sua chave e vamos em direção a garagem.

— Eu vou lavar suas roupas e amanhã eu te entrego. — o mesmo me fala fazendo eu negar.

— Não, eu quero que você queime elas, tudo bem? — ele afirma com a cabeça e eu dou um abraço no mesmo, talvez seria o último abraço verdadeiro que eu daria nele, entro no carro e vamos em silêncio o caminho todo, sinto que ele queria falar algo mas não conseguia, desço do carro agradecendo o mesmo, claramente ele queria descer comigo mas eu pedi pra ele se cuidasse.

Entro em casa e vou em direção a cozinha beber água e vejo meu irmão comendo, fazendo eu me assustar.

— Você tá bem? fui no seu quarto mas você tava no banho, eu acho. — escuto ele falar e perceber que ele não tinha me visto sair, eu suspirei de alívio.

— É, eu tô bem só tô com sede. — falo mas o mesmo me reprova.

— Você tem um frigobar no seu quarto, porque veio pra cozinha? — gelo ao escutar o mesmo e apenas digo que minha água acabou. — O menino levanta se aproximando de mim colocando seu prato na pia e me depositando um beijo na testa.

Subi pro meu quarto e fiquei sentada no meu tapete observando a minha sacada, tinha uma turbulência, um furacão e um tsunami na minha cabeça e nada do que eu fizesse ia tirar aquilo de mim.

THE LAST NIGHT. Onde histórias criam vida. Descubra agora