Amor inesperado

capítulo 6

Melissa narrando...

Saímos do banheiro, e em vez de voltar a aula eu decidi ir mais cedo em casa. Precisava estar sozinha.

(...)

Chego em casa, vou direito pro quarto e me deito na cama. Começo a chorar. Eu precisava me libertar, estava doendo demais as palavras das minhas amigas e por incrível que pareça, as palavras dele também.

Toc toc...

Era a porta. Murmuro um entra e em seguida vejo a minha nana Alba.

Alba: o que aconteceu minha filha? Porque está chorando?

Melissa: vo... Você acha ... Que eu sou má pessoa? - falei em meio a choros.

Alba: claro que não minha filha. Porque você diz isso?

Expliquei como pude para ela, e ela me ouviu atentamente. Depois de terminar de contar tudo, desde a conversa com o Eri até a discussão com as minhas amigas.

Alba: minha filha, má pessoa você não é. Mas lamento te dizer que nesse momento você está errada.

Ela falou enquanto me abraçava.

Melissa: mas esse é o meu jeito de ser nana. O que eu posso fazer?

Alba:  minha filha, você agora é uma mulher não uma menina. Você saberá o certo a fazer. Mas primeiro saiba, o seu irmão será sempre o primeiro a colocar o pé para te defender, para te proteger. Ele é o mais velho, e por isso se preocupa.  As suas amigas, têm demonstrado que são verdadeiras por falarem com sinceridade quando é necessário. E esse rapaz, o Leandro, mexe contigo. Só pode ser essa a razão de você estar assim. Eu te conheço desde que você era um bebé, e você nunca se importou com o que outras pessoas diziam se não fossem pessoas importantes para você.
Minha filha, você é inteligente. Mostra que você não é mais uma menina mas sim uma mulher. E faz o que é certo.

Melissa: o certo, seria me desculpar não é?! Sabe que eu sou orgulhosa nana. E se eles me rejeitarem?

Alba: procura começar tudo com o pé direito. - ela diz e sai. Talvez para me fazer refletir.

Fiquei algum tempo na cama, e depois decidi ir tomar um banho.

(...)

Desço já vestida, almoço e ligo para a Eva e Kiara.

Chamada on...

Melissa: oi meninas!

Eva e Kiara: oi.

Melissa: sei que fui dura convosco, mas acham que podemos conversar?

Kiara: onde e quando?

Melissa: nos encontramos na casa da Eva, pode ser Eva?

Eva: tenho opção?

Ela fala e nós rimos.

Melissa: não! - falo ainda rindo.

Chamada off...

Peguei as chaves do carro, fui até a cozinha e peguei uma maçã. Dei um beijo na testa da Nana e saí da cozinha comendo a minha maçã.

(...)

Chego na casa da Eva, e o enorme portão se abre para que o carro possa entrar. Passo direto sem cumprimentar os seguranças como de costume, e estaciono o carro.

Ao longe vejo as duas vindo em minha direção.

Kiara: quanta demora né?!

Melissa: não começa! O trânsito estava insuportável hoje.

Eva: seja bem-vinda ao meu humilde lar. - brincou.

Entramos na casa, e Eva foi a primeira a falar.

Eva: achei que não querias saber mais de nós. A que se deve essa reunião?

Kiara: é! Eu achei o mesmo.

Melissa: quero me desculpar com vocês . Eu sei que não agi bem e ... Dou uma pausa e respiro fundo. Quero saber se vocês podem me perdoar?!

Kiara e Eva se olharam admiradas com certeza, pela minha atitude. Nunca fui de pedir desculpa, sempre fui muito orgulhosa mesmo.

Melissa: então? Não vão dizer nada?

Kiara: eu sou tua amiga  desde os 06 anos e nunca te vi a pedir desculpa pela tua posição social. Você sempre se sentiu superior aos outros. Não estou a tentar fazer-te sentir mal, só estou realmente surpresa.

Dei um sorriso fraco e concordei com a cabeça.

Eva: Melissa, você está bem? - falou sarcástica.

Como sempre, a senhora usou sarcasmo.

Melissa: estou bem sim! Apenas refleti no que aconteceu e vi que... Eu estava errada. Vocês tinham toda razão. Eu não devia ter falado com vocês daquele jeito. Me desculpem. - falo limpando a lágrima solitária que insistia em cair.

Depois daquilo, elas me abraçaram e me desculparam. As minhas amigas são incríveis, eu sei.

Eva: agora, quem quer fazer pipocas e escolher um filme?- Falou animada.

Melissa e Kiara: vamos lá!

Escolhemos um filme, fizemos pipocas e dormimos as três aconchegadas no sofá.