capítulo 75

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Leandro narrando...

Senti uma dor profunda, quando a Mel disse que se sentia confusa. Foi como se o meu coração literalmente se partisse. E a primeira coisa que pensei, era em ficar com a minha pequenina, Marielle.

Então saio da sala, com lágrimas nos olhos e subo até o quarto da minha filha. Felizmente ela estava sorridente,brincando com um ursinho no berço. Me aproximei com a cara mais alegre que eu tinha para que a minha menina não me visse mal. A retirei do berço com o ursinho de pelúcia branco, que ela tinha nas mãos e sentamo-nos no chão do quarto onde havia muitos brinquedos.

Léo: queres esse? Esse aqui? - eu apontava para as bonecas que ela mais gostava. E ela sorriu para mim . - toma, essa aqui fica para ti e essa é para o papá. Vamos brincar de boneca, tá bom?!

A minha pequena Marielle está com 7 meses. Estávamos a brincar, e em um momento eu tive de me levantar para atender o telefone. Quando olhei para trás, me apercebi que ela estava engatinhando até onde eu estava.  Cheio de emoção pego o telefone e filmo o momento.

Léo: meu Deus, minha filha! Que emoção! - falo com lágrimas nos olhos. - você ficou tão distante do papá, e hoje você me deu esse maravilhoso presente. - falo orgulhoso. - vem cá, minha filha. Vem! - a chamo com carinho, e ela sorri indo na minha direção enquanto eu me afastava pouco a pouco para motiva-la.

Mel: perdão, não quero incomod...- ela entra do nada e assusta com a nossa filha. - minha filha... Minha filha, você está... Leandro ela... - ela fala sem acreditar.

Ponho a minha filha no colo, e sorrio de leve com a cara dela de susto.

Léo: sim, Mel. A nossa filha está engatinhando.

Mel: que alegria, meu amor. - falou para a nossa filha, a beijando. - a mãe te ama muito, meu tesouro. - sorriu. - preciso... Preciso falar contigo, Leandro. Achas que podemos falar agora? - fala com certa insegurança.

Léo: bom, não podemos deixar a nossa filha só. - falo sério.

Mel: eu... Eh, eu vou lá chamar a Alba e depois a gente conversa, pode ser?

Fiz um tanto faz para ela com os ombros, e ela em seguida saiu. Odeio estar brigado com a Mel, mas ela não facilita cada vez que me afasta dela.

Minutos depois ela volta com a Alba. A Alba fica no quarto com a nossa filha, e nós vamos até o jardim conversar.

Léo: certo, já estamos a sós. O que tanto queres falar comigo? Vais contar- me que tens algo com esse tal William?! - falo chateado me sentando na cadeira do jardim.

Mel: por favor, eu peço que você me entenda, Léo. - ela fala com certa tristeza no rosto. - só me escuta. Depois você mesmo decidirá por si, só. 

Léo: tudo bem, Melissa. Mas saiba, que eu não vou insistir. Eu não quero sentir que estou a forçar as coisas entre nós. Eu amo-te, amo a minha filha e já amo esse ser que está dentro de você. Esse ser que foi gerado com amor. Com todo o amor que sinto por ti, que alguma vez sentimos. Mas não será por isso que eu vou continuar mendigando amor. Eu não sei o que me vais dizer, mas mesmo que o que tenhas a me dizer me fizer sofrer, eu quero que saibas que eu vou me afastar de ti. Não dos meus filhos. E sempre. Sempre vou fazer de tudo para que sejas feliz. E se a sua felicidade for ficar com esse homem que você acabou de conhecer, eu vou deixar o caminho livre. E que sejas realmente feliz, Melissa. - falo sinceramente.

Mel: certo! Eh... Já acabou?

Acenei com a cabeça.

Mel: então me escuta.- falou autoritária. -  Obrigada pelas palavras sinceras, carinhosas e etc. Mas saiba que no mundo não há nenhum outro homem capaz de despertar em mim os melhores sentimentos que eu poderia sentir. - falou com paixão.- eu não vou negar que me senti confusa. Eu realmente precisei conversar com alguém para que me ajudasse a entender o que eu estava sentindo. E essa pessoa me ajudou a ver que eu estava me enganando. Eu estava a confundir o sentimento de tristeza e solidão que tanto eu, quanto o William sentimos . Percebi que não se trata de paixão, não se trata de atração. Trata-se de empatia e solidariedade. Nós temos coisas em comum, e talvez isso seja o que fez com que eu me sentisse confusa. - ela fala olhando diretamente nos meus olhos. - Leandro! Lá na fazenda eu me sentia só, embora estivesse com a minha avó, com a nossa filha e com a nana. Eu queria... Eu queria sentir que nem tudo estava perdido. Por isso, quando o William apareceu, ele passou a ser o que eu tinha mais próximo de amigo. Ele sempre cuidou de nós, sempre se interessou por mim pelo que acontecia comigo e eu estava longe de ti. Eu sabia que a minha relação contigo não seria a mesma, talvez não voltassemos a ter essa oportunidade que a vida nos dá. Que é de voltarmos a ser felizes finalmente. - ela deixa cair uma lágrima. Eu limpo e continuo a ouvir com atenção. - entre nós, eu e o William, nunca aconteceu nada. Uma... - ela funga- uma vez, ao chegarmos de um passeio ele me beijou. Por um instante eu correspondi. Eu acho que foi porque eu estava me sentindo só. Correspondi no princípio, mas depois parei o beijo e entrei em casa.

Léo: então o bebé que você espera...

Mel: o bebé que espero é seu, Leandro. Com o William não passou só de um beijo. Foi só naquele dia mesmo e eu descobri que estava grávida, assim que cheguei na fazenda. Bom, um mês depois de chegar na fazenda comecei a sentir mal estar, estava com fortes cólicas e dor na coluna. Uma vez até caí do cavalo, e bom... Eh, foi quando a minha avó me levou para a clínica e bom, lá os exames comprovaram que eu estava grávida de 2 meses. - sorriu ao lembrar, provavelmente.

Léo: estou muito feliz de saber que aí vem o nosso segundo filho. - digo sorrindo e acariciando a sua barriga. - embora seja assim, tão rápido. A nossa filha nem 1 ano ainda tem.

Mel: É! Eu fiquei assustada. Eu não sabia ao certo como reagir. Tipo... O meu útero está fraco, eu praticamente acabei de dar a luz. Imagina em tão pouco tempo ter outro serzinho a caminho?! - rimos imaginando.

Léo: não importa. Vamos recebê-lo de mãos abertas. Mas ainda sobre a nossa conversa...

Mel: se ainda quiseres...- ela me interrompe. Mas dessa vez eu também a interrompo.

Léo: eu quero. Eu quero viver tudo ou mais que já vivemos ao lado do outro. Quer dizer, tudo de bom né? - rimos e nos beijamos.

Mel: eu te amo, minha vida. - sorriu.

Léo: eu também te amo, meu amor. E amo também o senhor que está aí dentro. - brinquei com o meu bebé na barriga e ele chutou. - ele chutou! O meu bebé chutou. - falo eufórico. - que emoção. Quando será a próxima consulta?

Mel: a próxima consulta será na segunda- feira. Completo 6 meses.

Ela fala e nesse momento somos interrompidos pela Sara, a empregada doméstica dos Del Castillo.

Sara: com licença, senhora. Os seus pais acabam de chegar.

Mel: ah! Obrigada, Sara. - ela fala e nos pusemos de pé de frente para o outro.

Léo: vamos! Depois a gente continua a conversa e...- a beijo. - vamos pensar na possibilidade de voltarmos a morar juntos. - sorrimos, voltamos a nos beijar e fomos finalmente até a sala da mansão.

(...)

Mel: pai! Que bom estás bem, fiquei tão preocupada! - falou indo na direção do pai e o abraçou.

Renato: o que aconteceu filha? Estou aqui, tá? - sorriu confuso.

Léo: olá, Renato! - aperto a mão dele e sorrio. - É que a Mel recebeu uma ligação, de um tal de Menezes. Ele diz que é um advogado enviado por si, para cuidar do meu processo de divórcio. - explico me sentando e ajudando também a Melissa.

Mel: você o conhece, pai? Ele é mesmo de confiança? - pergunta preocupada.

Renato: ah, sim. Ontem mesmo depois daquele escândalo no casamento do Eridane, eu liguei para ele porque não aguento mais como esse rapaz tem sofrido por estar longe de vocês. - ele aponta para mim e eu sorrio de leve. - e nem suporto ver a minha menina, a minha única menina sofrendo por alguém como essa tal. Então, quanto mais cedo resolvermos o divórcio deles, mas cedo vocês ficam e acabou-se a tristeza. - sorriu.

Léo: viu como não era preciso tanto alarido?- passo as mãos nas costas da Mel.

Mel: tá! Mas me preocupei porque achei rápido demais, e porque ele pediu para que eu me encontrasse com ele amanhã cedo. Bom, ele também sugeriu que eu fosse com o Leandro. - fala mais calma.

Renato: desculpa ter te assustado, minha filha. O Menezes é um dos melhores advogados que temos aqui na cidade. Sendo que tudo indica que ela mentiu para o Leandro acerca da gravidez, e bom, foi uma péssima esposa... Vocês terão muita chance de ganhar esse caso. Ou seja, o divórcio pode sair mais rápido.

Mel: sim, e também precisamos saber quem é o pai do bebé que ela esperava. Com essa informação, ela não terá hipóteses.

A minha sogra que até então estava calada assustou com o que ouviu.

Ana: como assim? Então... Então o filho que ela esperava não era seu, Leandro? - ela pergunta chocada.

Léo: tudo indica que não, Ana. É impossível que esse bebé seja meu, se eu nunca tive algo com ela. - falo aliviado.
Me perdoem, mas sinto um enorme alívio de saber que aquele bebé não era meu.

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