capítulo 79

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Melissa narrando...

Acordo num local de poucas condições. Está todo ele sujo, há aqui pouca luz e até certo ponto pouco espaço. Parece a casa de uma pessoa solteira. Que por sinal, não cuida da higiene. Tenho as mãos e os pés amarrados e estou sentada num colchão sujo de solteiro.

Meu Deus, quem será que está por trás disso? - penso.

Tento me soltar do nó das cordas, mas é em vão. Olho em volta e só há uma cadeira um pouco afastada do local em que estou. Quando penso em me levantar, escuto a porta ser aberta. E então me sento.

***: Estás a gostar da estadia?

Mel: como...? Você! - me assusto ao saber quem está por trás do meu sequestro. - William, o que eu te fiz? - digo já chorando.

William: ah, Melzinha. Tão ingénua, não é mesmo? - ele fala em tom de ironia.

Mel: por favor, me tira daqui. Eu estou grávida, e ...

William: nem começa, Melissa. Já foi difícil ter que fingir que te amava quando na verdade te odiava, não piores tudo, tá?.

Mel: mas do que é que falas? - pergunto confusa.

William: já já saberás. Agora, divirta-se aí. - ele fala se dirigindo a porta. - ah! Há aí ratazanas. Bons sonhos. - diz e sai com uma gargalhada estúpida.

O que é que aconteceu com o William? Será que ele não é quem eu penso? Fico desesperada pensando na minha filha, no bebé que está a caminho e no resto da minha família.

Eu ia jurar que a Janete tinha algo a ver com isso.

Leandro, venha me tirar daqui. Estou com medo, meu amor! - falo mentalmente.

Leandro narrando...

Sinto que voltei a viver o mesmo pesadelo. A minha mulher está longe de mim, e nas mãos de sabe-lá-deus- quem. Estou desesperado, como a família da Mel. Não consigo me colocar em pé. Só de olhar na Marielle eu penso nela.

Vou até o quarto dela e começo a ver fotos dela que estão coladas à parede, as que estão no tocador, me deito na cama para ver se assim sinto o cheiro dela. Abraço o seu cobertor, e imagino ela lá dormindo. Tão linda, como ela é.

Fico chorando na cama, pois é a única coisa que consigo fazer no momento. Nada está em nossas mãos. Estou desesperado, e não sei por onde começar. Me sinto incapaz.

Minutos após ouço uma batida na porta.

Kaíque: irmão, você precisa sair daqui. A Mel está nas mãos de pessoas más, e nós precisamos fazer alguma coisa. - ele fala entrando já no quarto.

Léo: por onde eu começo? O que eu faço, irmão?! - falo arrasado.

Kaíque: começa por levantar dessa cama. Não vamos conseguir nada de braços cruzados. Nós conhecemos a Melissa e as pessoas que a rodeiam melhor que os policias. Vamos fazer o que tiver ao nosso alcance para a encontrarmos, certo?! Agora dá cá a mão.

Ele me ajuda a me levantar.

Kaíque: anda tomar um banho.

Ele quase me arrasta até a casa de banho da Melissa, e liga o chuveiro. Toda a água cai sobre o meu corpo e eu ali mesmo me permito chorar mais.

(...)

Eri: estou aqui.

Kaíque: certo, nós precisamos trabalhar juntos. Vamos fazer exatamente do mesmo jeito que fizemos da última vez.

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