capítulo 9

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Leandro narrando...

Passou-se duas semanas.

Eu ainda prefiro não ter que falar com ela. Infelizmente, sou obrigado a conviver com ela na faculdade, e como se não bastasse vamos passar um final de semana inteiro juntos.

Tá! Nem eu sei porque me importa tanto o que ela faz ou deixa de fazer. Estou a terminar de arrumar as minhas coisas, que não são muitas, quando ouço uma batida na porta do quarto.

Toc toc

Permiti a entrada da pessoa, e quando me viro assusto de imediato.

Leandro: Melissa??? O que fazes aqui?

Melissa: vamos viajar por três dias, e não quero que as nossas brigas afectem os nossos amigos, ou os momentos em que estivermos juntos. Por isso, vim fazer um acordo de paz entre nós.

Ela falou sem rodeios e eu limitei- me a ouvir. Assim que ela terminou eu finalmente começo a falar.

Leandro: Melissa, tu sabes bem que eu sempre quis paz entre nós. O problema está em ti. Eu queria mesmo estar bem e em paz contigo, mas não entendo porque você sempre arranja um motivo para brigarmos, ou para me fazer sentir menos que você o que claramente não é verdade. Portanto Melissa, não entendo esse teu cinismo. Nunca te importaste com os outros, e só para que eles te olhem de forma diferente tu vens dar uma de boa moça?! Hahaha, não me faças rir. - fui irónico.

Ela olhou para mim durante muito tempo, com certeza pensava nalguma coisa má para me dizer. Ela aproximou-se de mim. Tanto que até podia sentir o hálito fresco dela. Confesso que fiquei tentado a beijar os lábios dela, são carnudos e cor de rosa.

Melissa: eu também não percebo o que acontece comigo. - ela sussurra no meu ouvido. Estou tão confusa quanto você, ou mais. Eu queria... Por favor, vamos tentar nos dar melhor. Te peço apenas isso. - ela diz, e sai do meu quarto.

Fico parado no quarto sem entender a atitude dela. Depois de minutos sem entender, decidi descer com a mala já preparada e fui a procura da minha mãe para me despedir.

(...)

Melissa narrando...

Não sei o que me deu. Mas ganhei coragem para lá ir. Tudo o que ele disse estava certo. - eu falava para mim mesma, assim que cheguei à casa. Ou pelo menos era isso que eu pensava.

Alba: filha, você está bem?

Melissa: não, nana. Eu estou confusa. E isso me atormenta.

Alba: o que se passa? Diz, talvez eu possa ajudar.

Melissa: eu acho que você tinha razão. Sobre tudo. Ele só não se aproxima de mim porque eu sou o que sou. Ele não é nenhum homem atrás do meu dinheiro, nem um qualquer sonhador. Ele é o tipo de homem que corre atrás dos sonhos, e tem um coração puro. - falei enquanto chorava.

Alba: o que aconteceu dessa vez filha?

Melissa: eu não queria nana. Eu não queria me apaixonar por ele, mas é mais forte do que eu. Eu tentei, eu... Eu juro que tentei não sentir nada por ele. Tanto até que comecei a tratá-lo mal. Sempre que o tratava mal, eu partia o meu coração nana. Você percebe como dói?

Alba: anda cá minha pequena. - ela me puxa para um abraço carinhoso, e acaricia os meus cabelos enquanto me consola. O que você quer fazer agora minha menina? Já que sabes que estás apaixonada por ele, o que achas mais justo fazer?

Melissa: eu não posso dizer-lhe nana. - falo enquanto tento limpar o rosto com as costas das mãos. E se ele me rejeitar por eu ter sido grossa com ele? O que eu faço? Não vou suportar uma rejeição dele nana, não vou!- falo chorando ainda mais.

Alba: presta atenção minha menina. Tu já és adulta. És mulher, e não uma menina. Tens de aprender a lidar com os teus problemas desde já. Sejam eles bons ou não, você precisa aprender a lidar de cabeça erguida. E isso não significa que você terá de se sentir superior a ninguém . Dinheiro não é tudo meu anjo. E você sabe que independente do que acontecer, eu, seu irmão, e suas melhores amigas estaremos aqui para te fazer rir e engasgar de felicidade sempre. - ela termina de falar e eu a abraço.

Dou um pequeno sorriso, a abraço e agradeço por ser a pessoa que não me julga. Em vez disso, ela me mostra o melhor caminho a seguir.

Melissa: eu te amo nana.

Alba: eu também te amo minha menina. Já viu? Eu sou pobre, sou só uma empregada doméstica, mas você consegue enxergar o que há de bom em mim, e me ama ainda assim.

Ela falou e saiu do meu quarto. Fiquei pensando nas suas palavras, em especial nas últimas.

Eu a amo sendo ela pobre ou não. Eu a amo pelo ser que ela é. E ela é incrível!

(...)

Desço com as minhas malas, e a nana admira por ser eu mesma a descer as malas e não uma empregada. Noutrora, eu teria pedido para alguém fazer isso para mim, mas nessas últimas semanas, eu tenho notado que ser arrogante e mimada não me levarão a lugar nenhum. Até porque os meus amigos novos, e o meu irmão fazem questão de demostrar.

Eridane: maninha você está pronta?

Melissa: estou aqui querido. Fui mais rápida. Kkk

Ele fez careta e enfim subimos no carro.

Fomos a caminho da casa do Kaíque porque era lá que deixariamos o nosso carro ( no caso, o carro do Eri).







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