capítulo 33

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Valéria narrando...

Estou cansada de estar aqui trancada. Por isso, decido sair, e vejo a minha pior inimiga estacionando o carro numa casa. Não é a casa dela, não sei exatamente de quem é. Mas influenciada pela raiva, decido descer do carro, pego no martelo que estava no porta malas. Antes procurei saber se tinha ou não pessoas olhando, e vi a oportunidade perfeita. Não passava ninguém na rua e então parti todos os vidros daquela maldita. Deixei o carro dela num caos.

A essa hora ela já deve saber o que aconteceu com a porcaria do carro dela. Fiquei algum tempo sem mandar bilhetes, e isso é porque a minha vingança contra todos eles vai começar. Eles vão saber quem é Valéria De Almeida Campos.

Depois de fazer o que fiz fui ao bar do Nestor, um bar que sempre frequentei. Pedi uma bebida, e logo aparece alguém atrás de mim .

****: então, você vem muito aqui?

Ele se aproxima e pergunta enquanto ainda estou de costas.

Valéria: Filipe! - falo animada e o beijo.

Não sei se o beijei por conta da bebida, mas fiz.

Filipe: o que foi isso? - ele pergunta assustado, mas sorrindo.

Como ele é lindo! Nunca me dei conta de como ele é lindo, e musculado.

Valéria: isso foi um beijo. Por quê? Não gostou?

Filipe: estou só surpreso, mas quero dizer que eu amei. - falou e o beijei novamente.

Valéria: quer sair daqui?- sussurro no seu ouvido.

Ele apenas concorda com a cabeça, e então seguimos até um motel.

(...)

Valéria: você é muito gostoso, e bom de cama. - falo vestindo a camisa que eu usava.

Filipe: devo dizer, que você como mulher também é um fogo. Você também é muito boa de cama, e eu amei te fazer sentir o meu gozo.

Olho para ele completamente envergonhada com o seu comentário.

Valéria: então, não estás arrependido?

Filipe: você está?

Valéria: eu perguntei primeiro.

Filipe: se você quiser, nós podemos fazer isso sempre que quiser. Mas sem compromisso.

Valéria: por mim tudo bem . - minto.

Na verdade, não sei porque doeu ouvir aquilo. Talvez porque no fundo me sinto sozinha, e eu queria estar no lugar da Melissa. Eu queria ter sido amada pelo que sou.

Filipe: você está bem? - diz me tirando dos meus pensamentos.

Valéria: ah, eu estou sim. - digo me levantando da cama e terminando de vestir. - eu vou para casa, depois falamos.

Filipe: eu posso te levar. Porque a pressa?

Valéria: se vai me levar, então toca a levantar daí idiota.

(...)

Cheguei em casa e era perto das 21:30. Me despeço do Lipe( Filipe) com um beijo rápido, e entro na minha nova casa. A casa que o meu pai arranjou para mim . É um apartamento de solteiro, nada muito grande.

Entro, deixo as chaves na mesa dos porta retratos que fica no corredor do pequeno apartamento, e me dirijo a casa de banho. Tomo um longo banho pensando em tudo o que o Lipe me fez viver hoje e de repente sinto a necessidade de ligar para ele, mas não faço. Estou a tomar uma taça de vinho tinto suave, enquanto me delicio no banheiro da suíte e oiço música também. Assim consigo organizar os meus pensamentos em paz.

Depois de alguns minutos aí mesmo, oiço o toque do meu telefone.

Trimm trimm 🎶

Chamada on...

Valéria: mas que raiva! Não posso se quer ter um momento só meu??- digo irritada após ter atendido o telefone.

Fabrício: não, quando você é denunciada por vandalismo sua estúpida. - ele fala furioso,do outro lado da linha.

Valéria: ah, não começa. Aquela cabra mereceu tá bom?!

Pai: deixa de ser estúpida. Com uma queixa na polícia, você fica na mira deles, e eu não poderei te ajudar sempre entendeu?! Amanhã mesmo você virá aqui e mostrará que não tem nada a esconder.

Valéria: como eu faço isso se fui eu que partiu a droga dos vidros daquela princesinha?! - pergunto irónica.

Pai: eu deixo essa parte para você. - diz e desliga o telefone.

Chamada off...

Valéria: droga! Maldita Melissa! Mil vezes maldita. - falo para mim mesma irritada.

(...)

Saí da casa de banho há algum tempo. Estou deitada na cama apenas de biquíni a pensar no que fazer amanhã .

A Melissa não vai me vencer. Ela não vai. São 23:20, já é tarde, mas o meu sono não vem. Não consigo dormir só de pensar que eu posso ser presa! Eu não vou ser presa, não mesmo. E se for, muita gente vai comigo.

Enquanto ainda estou perdida nos meus pensamentos, vejo no ecrã do meu telefone uma mensagem da Ellen.

Mensagem on...

Ellen: estás ai!?

Demoro um tempo a responder, pois não queria falar. Mas depois respondo.

Valéria: estou. O que foi?

Ellen: você não vai acreditar!

Valéria: vai falar ou não?

Ellen: não seja impaciente linda.

Valéria: ou você diz ou eu bloqueio o teu número e te mando para o espaço em seguida. - ameaço já sem paciência.

Ellen: dizem por aí que o Leandro comprou uma casa para a Melissa.

Valéria: oi??? Aquele estúpido fez o quê? Eles podem começar a contar o pouco  tempo que lhes resta para serem felizes. - falo séria.

Ellen: a Melissa está lá contente ao lado do namorado dos sonhos. - fala irónica.

Valéria:  eu não acredito! Tens certeza disso?

Ellen: claro que sim. Eu mesma ouvi,e já ouvi muito por aí,ham .

Valéria: tá, tudo bem .

Ellen: o que fazes?

Valéria: era só isso? - pergunto impaciente como sempre.

Ellen: sim, e se não quiseres a minha companhia, tchau.

Valéria: tá, tá. Deixa de lamechisses. Tenho algo a contar também. Eu dormi com o Filipe.
.
Ellen: o que?

Ela admirou e pareceu mais do que o normal, mas não liguei.

Valéria: sim, e acho que começo a ver ele com outros olhos. Eu não quero me apaixonar, e a gente combinou ser amigos coloridos.

Ellen: eu tenho de ir, depois falamos.

Mensagem off...

Ela diz e já não falamos. Por um minuto achei estranho mas depois não liguei.

Coloquei o telefone na mesa do abajur, desliguei o mesmo, me aconcheguei na cama e dormi.

Amor inesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora