Amor inesperado

capítulo 77

Melissa narrando...

Léo: eu não ronco. - ele fala rindo.

Mel: podes crer que roncas, querido. - falo rindo. - quer dizer, tu roncas quando comes tarde demais mas ainda assim, roncas.

Léo: como é que é? - ele fala ainda dirigindo.

Mel: isso mesmo, meu amor. Mas eu te amo assim mesmo. Roncando, babando, peidando até. - digo e no final rimos da última parte. - ah! O importante mesmo é que sempre te quero aqui do meu lado, e dos nossos filhos. - acaricio o rosto dele que no momento está voltado para a estrada e ele sorri.

Léo: eu juro que procuro entender se há uma maneira de te amar mais, Melissa. Eu te amo muito, minha rainha. Eu nem sei como cabe todo esse amor no meu coração, meu anjo. - sorri para mim e olha rapidamente para mim.

Rio do que ele disse e depois falo algo que não me vinha a muito na cabeça.

Mel: amor, como estão os teus pais? Podemos ir lá, vê-los? - digo sorrindo, mas logo percebo que ele muda a expressão de alegria para uma mais triste. - o que aconteceu, amor? Há algo que eu deva saber? - pergunto com uma expressão preocupada dessa vez.

Léo: não, é só que...

Ele parece ter dificuldade para continuar então o peço para parar o carro na primeira lanchonete que avisto e então ele para.

Entramos de mãos dadas na lanchonete. A atendente veio ter connosco após termo-nos sentado, fizemos o  nosso pedido e enquanto esperávamos por ela, começamos a conversar.

Mel: amor, se há algo a incomodar, eu quero que te sintas a vontade para falar comigo. Eu sempre estarei aqui para ti. - falo com carinho.

Léo: amor, o meu pai está muito doente. - ele fala e logo a seguir se formam lágrimas em seus olhos. - eu... Eu não sei ao certo o que tem ele, mas não está em minhas mãos ajudá-lo.

Mel: meu Deus, amor! O que tem ele? Sempre foi um homem tão saudável! - falo admirada com o que ouço.

Léo: os médicos disseram que ele está com um grave problema no coração. Ele precisa de um novo coração. O tempo que você ficou longe de mim, eu e a minha mãe giravamos nos hospitais e até mesmo nas melhores clínicas, com a ajuda dos pais do Kaíque, para ouvirmos os mesmos diagnósticos. A minha mãe sabe que ele está doente, e sabe também que ele tem pouco tempo de vida. - ele funga- eu fui o último a saber. Ele está mal a muito tempo e só agora eu soube.

Mesmo com a barriga enorme que tenho, me estico para o abraçar forte. Eu não conseguia ver palavras para consola-lo. Doía a mim também vê-lo devastado. Eu queria poder fazer alguma coisa, mas não estava em minhas mãos. Apenas o abracei. E quando dei por mim eu também estava chorando.

Mel: eu queria poder fazer alguma coisa para que o senhor Miguel se sentisse melhor. Ao menos, que ele tivesse os melhores momentos da sua vida. Algo... Algo que o fizesse realmente feliz. - forço um leve sorriso em meio ao choro, e o Leo acaricia o meu rosto e sorri de volta.

Léo: obrigado por existires e fazer parte da minha vida. Eu te amo demais, pequena. - ele fala com um olhar de admiração.

Sorrio para ele apenas. Nesse momento, a atendente chega com os nossos pedidos. Comemos em silêncio, até ele decidir acabar com o silêncio.

Léo: vamos à casa dos meus pais. Lá, estaremos um pouco mais perto do meu pai e da minha mãe. Sinto a necessidade de estar ao lado deles, agora. - fala meio triste.