Mentiras e traições

3.4K 276 25
                                    

Mentira tem pernas curtas.

Ouvir isso várias vezes e repetir outras vezes,

Não importa quão bom você seja na arte de mentir, uma hora ou outra a verdade vem de forma dura e direta.

Kevin tem me ignorado nos últimos três dias, percebi isso desde o dia em que rompi com Alex, a princípio achei que Alex tinha falado alguma coisa e ele estivesse chateado.

Quando perguntei se estava acontecendo alguma coisa ele apenas me disse que a gangue estava tomando muito o seu tempo e que estava se relacionando com uma garota.

Não questionei, até porque também estava imersa na investigação do líder oculto dos Wolfs, a investigação deu uma andada muito boa devo dizer, estou a um passo de descobrir quem ele é e o mau pressentimento está cada vez mais me deixando em alerta.

Mesmo depois de vim para Los Angeles, continuei com os seguranças fantasmas protegendo Kevin e o relatório diário não atrasava, baixei a guarda por 72 horas apenas e acabei sendo apunhalada pelas costas do meu próprio irmão, da porra do meu próprio sangue, de onde eu não esperaria.

- Isso está realmente certo?

Sussurro e continuo olhando para os relatórios implorando para Deus que eles estejam errados, eu não consigo acreditar que ele está fazendo realmente isso.

Porque ele iria querer ver aquele homem?

Kevin anda encontrando o nosso doador de sêmen, que é denominado como nosso pai. O homem que fudeu com nossa vida, principalmente com a minha vida.

- Sim senhora!

A confirmação para minha pergunta vem como um soco em meu estômago, Kevin me disse que não tinha contato com ele, e até dias atrás ele realmente não estava tendo eu não tinha sido comunicada sobre isso.

O que mudou?

Por qual razão ele não me contou?

Olho para a foto dos dois juntos, íntimos e de repente sinto ânsia com isso. Me levanto da cadeira que estava sentada, de repente preciso de ar, mas quando viro para ir até a janela vejo a foto da tatuagem da gangue Wolfs,

Meu peito sobe e desce rapidamente seguindo o ritmo de minha respiração, minha cabeça dói, as coisas começam a embasar.

Flashback on

Vozes vem da sala, música alta e o cheiro de cigarro e álcool vem até mim mesmo com a porta do meu quarto fechada. Gargalhadas não me deixam dormir e não é com isso que me preocupo e sim com meu irmãozinho do outro lado do corredor

Será que ele está bem? Ele está assustado?

Levanto da cama e preciso da um pulo para alcançar o chão com minhas pernas pequenas, não encontro meus chinelos no escuro e tenho medo de acender as luzes e ele perceber que estou acordada ainda, não quero vê-lo.

Nas pontas dos pés alcanço a fechadura da porta e com esforço consigo abrir a mesma.

Fecho com todo cuidado possível para que ninguém me veja, mas é inútil quando estou atravessando o corredor alguém me puxa com força e eu vou de encontro ao chão, solto um pequeno gemido de dor e então quando levanto o olhar para ver quem me puxou, vejo um velho com barba grande e suja, seus dentes amarelos e nojentos eram visíveis por conta de seu sorriso, a forma que ele me olhava me assustava parecia o bicho papão das histórias.

Ele se agacha na minha altura e começa passar as mãos por meu corpo e apertar, me causando dor e me deixando mais assustada

Tento me afastar mas ele me segura com força me prendendo a ele.

A luz da morte. Onde histórias criam vida. Descubra agora