A luz da morte.

Veneno da culpa

A culpa é como um veneno, se alastra e toma conta de seu corpo e cérebro aos poucos, vai matando toda luz que existe dentro de você dando espaço para a sombria escuridão.

Sentir culpa é humano, alguns carregam a culpa de não se encaixar no padrão da família ou no da sociedade, como se isso fosse culpa sua, outros carregam a culpa de não se sentir suficiente para algo ou alguém entre outros motivos diferentes de culpa.

Já presenciei a morte de centenas de pessoas, a morte de mulheres, homens e infelizmente crianças. Carrego alguns princípios, princípios esses que me fazem mais humana; O primeiro é não machucar crianças, na verdade me permito pensar que o que faço é tornar o mundo menos cruel para que elas cresçam o mais seguras possível. O mal sempre existirá mas tento diminuir o máximo que posso.

Já fazem alguns minutos que meu irmão está no meu colo chorando como uma criança, deixo que ele chore, que coloque tudo para fora, a dor pode ser algo insuportável eu sei, mas eu estou aqui por ele, como sempre estive e estarei, ele não tem culpa de nada é só um inocente, uma vítima das merdas do mundo.

- Não se sinta culpado meu irmão, foi o que eu escolhi para mim e eu já me acostumei, na verdade arrisco dizer que até gosto!
Digo sem parar de fazer cafuné em seus cabelos

- E tem mais, eu preciso continuar! Você precisa me ouvir, ok?
Continuo com o cafuné

- Eu me tornei o que eu quiz me tornar, mas consequentemente fiz vários inimigos, por isso tentei ao máximo esconder sua indentidade, esse foi um dos motivos pelo qual eu não te visitava com frequência.

Disse sem parar de mexer em seus cabelos

- Mas você está aqui, isso significa que eles já sabem?
Ele pergunta ainda sem levantar o rosto

- Sim, não sei como mas eles descobriram e nada que eu ja tenha feito nessa vida, fez eu me odiar tanto quanto o que eu tive que dizer para fazer eles saírem do seu cangote.

Ele finalmente olha para mim, seus olhos vermelhos por conta das lágrimas e suas bochechas estavam vermelha como pimenta.

- O que?

Abro um pequeno sorriso

- Isso não é importante agora, o que importa é que eu mudei um pouco o rumo deles, mas não era suficiente, eu sabia que precisava fazer algo mais e por isso eu aceitei fazer outro acordo com Damian.

Seus olhos pesam sobre mim com preocupação, relaxo no sofá.

- Eu me tornei Estrela Petrova Campbell, a princesa do mundo sombrio, a única herdeira do reino fudido que é a máfia!

Falo como uma sentença mortal

- Oque isso significa?

Meu olhar se torna firme diante a pergunta

- Quando Damian Petrov se aposentar ou morrer, eu serei a líder, eu serei a futura boss.

Ele levanta do sofá

- Eu preciso de álcool, você quer?

Concordo com a cabeça e ele vai em busca de conhaque, volta com dois copos e me dá um.

- Eu sinto muito por você ter sacrificado tanto por mim, eu realmente não imaginava a gravidade da situação, mas eu agradeço por você me amar tanto, eu quero que você saiba que eu não fiz por você 20% das coisas que você fez por mim, mas eu te amo e não duvide que eu morreria por você.

- Eu sei, eu sei!

Ficamos alguns minutos em silêncio

- E eu aqui preocupado com você, mas depois de saber de tudo isso eu estou é com pena de quem entrar em seu caminho.

Dou uma gargalhada feliz por saber que ele me entende e que nada mudará entre nós passamos a noite bebendo e nos atualizando um da vida do outro, quando o dia estava prestes a amanhecer, seguimos para nossos quartos, eu tomei um banho e dormir sem nem perceber.