Domingo

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Dias me permitindo ser engolida pela dor e o desespero teve seu preço,

Horas e mais horas presa dentro do escritório, atolada em papéis e mais papéis, crimes cometidos nos quatro cantos do mundo e eu era quem dava a sentença,

As pontas de meus dedos estão doloridas pela quantidade que digitei em respostas as dezenas de solicitação a meus trabalhos.

Em algum momento do dia, apareceu alguns empregados que foram enviados por Dimitri para me acessorar em casa, eu nem tinha parado para pensar que eu realmente precisava deles, antes eu tinha apenas uma faxineira que ia duas vezes na semana fazer uma geral no apartamento. E agora eu teria dez deles ao meu redor.

Suspiro com a massagem que os jatos de água quente fazem em minhas costas, mas sou tirada do meu momento pessoal de prazer pois o toque irritante do meu celular faz eu sair e correr para ver quem é.

Número desconhecido:

- Senhorita Petrova?

Eu conheço essa voz de algum lugar

- Quem quer saber?

Caminho nua, molhando todo o quarto até que chego no closet, pego um vestido de alcinha verde militar e visto com uma calcinha preta.

- Santiago Rodríguez!

Pego uma pantufa confortável marrom e calço

- Sim, qual o motivo da ligação?

Saio e paro com o susto de ver Dimitri em pé no meio do quarto com uma mala nas mãos

- A máfia da Espanha precisa de sua ajuda!

Peço a Dimitri um minuto e ele acente

- Todas precisam meu amigo, mas qual é a urgência da sua?

Ele suspira como se não quisesse falar

- Por lei sou o futuro Dom, mas o meu irmão do meio Sebastian está em retaliação e está querendo iniciar uma guerra!

Boto a mão na testa e suspiro

- O Boss está ausente e como a senhorita está assumindo o lugar dele, a presença da senhorita aqui é extremamente necessária!

Damian já está bem mas não o suficiente para entrar em um avião por horas e ter pulso para lidar com uma guerra entre irmãos, além do mais se o que aconteceu com Clark vazar poderia ser visto como negligência de nossa parte já que demos poder ao inimigo.

Lembro da minha conversa com Damian mais cedo sobre a exigência da oficialização da aliança entre os Petrov e os Romanoff, não sei quanto tempo precisarei ficar na Espanha uma vez que viajar, por isso não posso ir sem antes resolver meu casamento com Dimitri.

- Senhor Rodríguez, irei pedir que o senhor aguarde algumas horas. Amanhã entrarei em contato sobre como iremos resolver isso, ligarei para esse número por volta das 14 horas. De acordo?

Dimitri me encara com as sobrancelhas unidas

- Claro, estarei esperando o retorno!

Confirmo e desligo a ligação

- Problemas na terra dos melhores vinhos?

Assinto e puxo a mão dele para irmos jantar, estou morrendo de fome

- Pode me explicar aquela mala?

Pergunto enquanto descemos a escada

- Coração, o frio está mortal você não iria deixar seu noivo ter que ir embora tarde com um frio desses, iria?

Rio com a cara de pau dele

- Vou fingir que acredito nessa desculpa!

Ele me puxa e me beija com sede como se ele estivesse no deserto e eu fosse água gelada

- Estava com saudades, passar o dia com um monte de homens sabendo que tinha deixado você aqui foi torturante!

Entramos na sala de jantar, ele puxa a cadeira para que eu me sente e senta a minha frente

- Isso é algo que precisamos conversar!

Os empregados começam a nos servir

- Você já está sabendo não é?

Pego a taça de vinho e bebo um pouco

- Sim, Damian comentou comigo!

Ele se joga na cadeira e fecha os olhos parecendo cansado de mais

- Nossa palavra deveria ser suficiente para aqueles idiotas, você não imagina o quanto foi difícil para me tirarem de cima de Pietro, aquele homem me tira do sério.

Leva a mão até o nariz e aperta o osso

- Já é ruim o bastante você está se casando comigo por uma aliança entre famílias Estrela, não quero que você se sinta mais forçada do que já está em se casar!

Abre os olhos e me encara

- Tentei explicar que só iríamos nos casar quando fosse de nossas vontades e se eles não entendem no diálogo sentirei prazer em obriga-los a entender no punho.

Sim, casar por obrigação e ainda com tantas exigências é irritante mas não faz o mínimo sentindo adiarmos o inadiável, teremos que nos casar em algum momento e dias a menos ou dias a mais não fará diferença.

- Concordo que é irritante a idéia deles quererem se impor encima da gente, mas o casamento é algo que precisa acontecer vai muito além de nossas forças, então por qual motivo não concluímos logo isso?

Apoio os cotovelos na mesa o olhando

- Estrela você não entende, a data que eles querem é a próxima disponível.

Coloco a mão no queixo observando ele apertar as mãos em punhos com raiva

- E quando seria isso?

Corto um pedaço do filé mignon e levo até a boca, dou mais um gole no vinho.

- Próximo domingo!

Arregalo os olhos e ele rir da minha expressão

- Daqui a três dias?

Ele concorda soltando o ar pela boca

Bebo quase todo o vinho da taça para me permitir pensar na idéia, porra, três dias.

Não importa quando o que importa é que terá que acontecer.

- Nos casaremos no domingo então!

Ele nega com a cabeça mastigando com calma

- Não irei te obrigar a fazer isso!

Dou de ombros pois não tem nada que ele possa fazer, se não acontecer nesse fim de semana acontecerá no próximo, e eu tenho que viajar para Espanha.

- Prepare as alianças eu irei conseguir um vestido, nos casaremos no domingo!

Dimitri cerra os olhos, inclina levemente a cabeça como ele sempre faz quando quer me ler e conseguir respostas de mim

- Tem certeza?

Levo uma batata frita até a boca

- No próximo domingo serei a senhora Romanoff, Dimitri!

Levanto a taça e ele faz o mesmo e assim brindamos um casamento que a três meses atrás só de pensar me fazia elaborar assassinatos discretos para que eu ficasse viúva o mais rápido possível, mas agora eu até estou bem tranquila com isso.

Eu e Dimitri passamos o restante da noite conversando e bebendo vinho até que em algum momento da madrugada transamos em cima da mesa.

Subimos juntos até o quarto, transamos novamente no box do banheiro e depois dormimos abraçados como na noite anterior. 

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Estão prontos para o casamento dos dois?

Vermelhinhos? Depois de toda calmaria sempre vem uma tempestade!

A luz da morte. Onde histórias criam vida. Descubra agora