Clarissa
Fazem 6 anos desde a última vez que pisei os pés nesta cidade. Depois de tanto tempo estar de volta me trás muitas lembranças, as lembranças podem ser boas e algumas ruins, mas fazem parte do meu passado e sabia que um dia teria que enfrentar os meus pesadelos.
Todos os anos fazemos uma reunião em família, pelo menos uma vez no ano, nós reunimos os parentes mais próximos em algum lugar do mundo, desta vez, vai ser em casa, onde tudo começou.
Apenas eu moro fora e minhas irmãs se limitaram a morar próximo a família, e meus pais, mesmo depois do divórcio, nunca sairam da cidade.
Assim que saio do aeroporto vou direto alugar um carro antes de ir a caminho de casa, afinal, é mais cômodo ter como se locomover com mais facilidade que ficar dependendo de táxi ou caronas. Depois de assinar toda a papelada, pego o carro e logo estou dirigindo até em casa.
A casa que vamos nos encontrar é a minha que havia começado a construir antes de ir embora do país, e a construção foi terminado apenas anos depois, mas nunca vi o resultado final.
Fica em um condomínio de casas, vou passando e vejo que cada uma é ainda mais bonita que a outra, são grandes mansões, vários andares e um jardim lindo, a maioria é cercada por paredes e portões grandes e não dava para ver como era por dentro.
Chego na casa que supostamente é a minha, estaciono no lado de fora e desço do carro para olhar o exterior da casa. Assim como a maioria, está cercada por um muro alto e um lindo e imenso portão.
Assim que saio do carro, a porta da casa em frente à minha se abre e no automático me viro em direção ao barulho. Para minha surpresa vejo justamente quem queria evitar na estadia por aqui.
O destino sempre brincando comigo.
- Clarissa? - ele pergunta me encarando. Parece bastante em choque com a minha presença.
- Rafael - dou um meio sorriso tentando fingir costume. - É como dizem, essa cidade é um ovo — brinco par descontrair.
- Mais ou menos isso - ele sorri. E que sorriso. Não seja boba Clarissa!
Ficamos um tempo apenas nos olhando.
Rafael foi meu primeiro e único namorado, foi um termino difícil e foi um dos motivos para minha mudança, na verdade, o maior motivo para eu não voltar.
- Está a passeio? - ele me pergunta, quebrando o silêncio que havia se instalado.
- Mais ou menos - não quis dar detalhes. - Está é a sua casa?
- Não, dos meus pais, estou passando uns dias aqui - dou um meio sorriso concordando. - E você, já tem onde ficar?
- Sim, essa casa é minha - digo apontando para casa atrás de mim. - Parece que ninguém chegou ainda e estou sem a chave.
- Mas essas casas tem código ou abrem com a digital.
- Eu nunca vim vê-la depois de acabada, então tenho certeza que também não sei nenhuma das senhas.
- Se quiser pode entrar para esperar.
- Não precisa - falei de imediato. - Certeza que não vão demorar, mas obrigada.
Digo e viro com intuído de voltar para o carro.
- Ah... - ele fala chamando minha atenção e volto para posição anterior. - Ainda esta morando em Portugal?
Parece que ele quer realmente conversar comigo, achei que me odiasse, mas pelo visto, agora que estamos aqui, nada parece ter mudado.
- Sim, desde que fui embora - digo simplesmente. - Terminei a faculdade por lá.
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Segunda Chance
RomanceO tempo é o remédio para curar todas as feridas, disseram a Clarissa. Depois de anos morando fora, ela decide voltar ao Brasil para uma reunião familiar que acontecia todos os anos em sua família, essa seria a primeira depois de anos que ela iria co...