Clarissa
Pelas vozes vinda da sala, todos já estão no andar de baixo, descemos as escadas, a Cathie e eu, vestidas num vestido vermelho, como todos os anos.
A diferença é que nosso natal costumava ser nos duas e com bônus da Karla em alguns anos, a Cathie nunca teve um natal tão recheado de pessoas como este.
Ela estava tão feliz, com um sorriso tão genuíno.
— Nossa — ouvi o som sair dos sábios do Rafa assim que chegamos ao último degrau da escada. — Vocês estão incríveis!
Sorri para ele em agradecimento.
— Obrigada papai, você também está muito bonito — minha filha sorri e vai até o pai.
Ela pega a mão dele e junta com a minha.
— Beija ela papai — ela diz e da um sorrisinho travesso.
— Precisa nem falar duas vezes — diz o Rafa e me puxa para um beijo. Todos aplaudem a cena. — Está ainda mais linda hoje — ele sussurra no meu ouvido depois do beijo.
Sorri envergonhada, olho para minha filha e vejo a Cami tapar os olhos dela.
— Essa festa vai começar ou não vai? — digo tentando disfarçar.
Todos caminham para o jardim, a mesa já está posta, as músicas começaram a tocar de fundo. Estava tudo lindo. Todos estavam espalhados conversando, tirando fotos, paparicando a Cathie.
Me aproximei do Rafa assim que as minhas irmãs vieram falar com minha filha.
— Seu pai não vem? — pergunto ao Rafa.
— Ele disse que vinha, mas sabe que tem a minha mãe, eles nunca passaram as festas separados — ele fala sem jeito. Sei o quanto deve ser difícil para ele essa situação.
— Você sabe que se ela aceitasse a nossa filha e a nossa relação ela poderia estar aqui, não é? Claro que eu não confio nela sozinha com a Cathie, mas é natal, Rafa — digo sempre jeito, não quero ele longe da mãe assim, eu sou mãe também, a gente erra como qualquer outro e não suportaria que minha filha parece de falar comigo por um erro do passado.
— Você é maravilhosa, Lissa — ele fala e deposita um beijo em minha testa. — A minha mãe procurou por isso, amor — ele fala e posso ver a tristeza em seus olhos. — Só queria que tudo fosse diferente, que tivéssemos mães melhores.
— Pelo menos, poderiam ser avós melhores para Cathie, melhores do que foram mães para gente — comento. — Pelo menos nisso a minha mãe está se saindo bem.
— Verdade, espero que minha mãe se arrependa antes que seja tarde demais, antes que ela me perca de vez e perca a neta também.
— Bom, quem sabe a magia do natal não nos traga essa surpresa hoje? — digo esperançosa. — Natal é amor, família, é perdão... se uma coisa aprendi nesse anos é que o amor é maior que todas as dificuldades, o amor sempre vence.
— Tem razão — ele ri. — Ter nossas famílias unidas pela Cathie seria o melhor presente de natal — ele diz e me abraça. — Obrigado por ter trazido a nossa menina para perto da gente, por ter cuidado dela quando eu não pude cuidar de vocês duas, obrigado por me deixar entrar na vida de vocês, eu as amo mais que tudo — ele beija minha testa.
Antes que eu pudesse responder, sorri ao ver quem acabara de chegar.
— Acho que a magia do natal já está trazendo seus milagres — aponto para entrada do jardim.
— Papai — Rafa sussurro assim que o vê. Eles se abraçam como se estivessem anos sem se verem.
— Não perderia o aniversário da minha neta por nada — ele fala para o filho. — Clarissa minha filha — ele diz vindo me abraçar.
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Segunda Chance
RomanceO tempo é o remédio para curar todas as feridas, disseram a Clarissa. Depois de anos morando fora, ela decide voltar ao Brasil para uma reunião familiar que acontecia todos os anos em sua família, essa seria a primeira depois de anos que ela iria co...