Capítulo 14

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Clarissa

Subimos para o quarto assim que terminaram de jantar.

— Karla, se quiser, já pode se recolher, vou dormir com a Catarina essa noite — digo a minha amiga.

— Tudo bem, vou sim, hoje o dia foi longo — ela diz.

Se despede da gente com um abraço.

— Enfim sos — minha filha fala. — Senti muita sua falta mamãe.

— Eu também senti a sua — falo acariciando o seu rosto. — Mas você sabe que o que fez foi errado, não sabe?

— Sim, eu sei — ela fala cabisbaixa. — Me desculpe.

— Agora está tudo bem, só não faz mais isso.

— Mamãe — ela fala. — Por que a vovó, o vovô e os meus tios não sabiam de mim?

Respiro fundo antes de falar com ela.

— Olha meu amor, eu e a sua avó não sou muito amigas.

— Não são amigas como eu e você?

— Não, minha linda. Então, ela não gostou muito de eu ter me mudado, e fiquei com medo de como eles iriam reagir, o que iriam pensar ou falar se soubessem de você.

— Mas eles gostaram de mim, não foi? — sorri para ela.

— Não tem como alguém não gostar de você, minha princesa.

— Eu também gostei muito de ter uma família bem grande assim, antes era só eu, você e a tia Karla — ela diz feliz.

— Sim, meu amor — sorri para ela. — Nas suas férias podemos voltar para visitar.

— Sério? — ela pergunta animada.

— Claro, filha. Agora que não há mais segredos, aposto que eles não vão mais desgrudar da gente — digo e ela ri.

— Nem eu quero ficar longe deles.

— Agora vamos tomar e banho escovar os dentes — digo e ela. — E cama já!

Ela faz carinha triste, mas estava tão cansada que nem demorou a aceitar a ideia.

Dou banho na minha menina como a tempos não fazia, sorri ao vê-la dormir em meus braços novamente. Senti tanta falta do meu pinguinho de gente.

— Que você tenha todo amor que merece, e fique bem longe da casa da frente — digo pedindo aos céus. — Minha Catarina não merece sofrer por pessoas que não há amam.

Me ajeito ao seu lado, e logo adormeço.

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Acordo de manhã e Catarina já não estava mais lá. Vejo que sua mala está aberta e revirada, presumo que já tenha saído.

A Catarina foi criada de forma livre, ensinei a ela que sua opinião importa, então não há obrigo ir a lugares ou fazer o que não quer, ensino o que é certo ou errado, os princípios que sigo, mas ela quem deve decidir sobre o que quer ser.

Mesmo sendo tão nova, ela sabe tomar banho e se vestir sozinha. Acho que ela deve está explorando o jardim.

Quando desci vejo que a minha mãe já estava na cozinha.

— Bom dia — digo ao entrar.

— Oi filha — ela fala. — E a minha neta?

— Não sei, mãe — digo. — Quando acordei ela já não estava.

— Como não estava? — ela diz preocupada.

— Calma — digo. — Ela deve está no quintal, já aparece.

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