Capítulo 39

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Rafael

Desde o fatídico dia nós não tivemos mais uma conversa, estamos vivendo na mesma casa pelo bem na nossa filha, mas não nos falamos, só na frente da Catarina, para fingir que estamos bem.

A verdade é que eu errei em pedir a guarda da minha filha, eu sei que a deixei ir uma vez e estou fazendo isso de novo, ela deve estar me odiando por isso.

Nossos amigos mal falam comigo, depois que conversei com o Rodrigo e o Pedro, se o Pedro não tivesse segurado o Rodrigo, a essa hora estaria com o olho roxo. Eles sempre foram muito amigos, a Clarissa e o Rodrigo, agora eu a magoei de novo e o Rodrigo quer acabar comigo.

— Você também em — Pedro fala enquanto pega um como com água na geladeira da casa da Clarissa. — Eu sou praticamente a única pessoa que ainda está falando com você, contrariando a Gabi, que queria te bater com o Rodrigo.

— Eu sei, e agradeço por estar comigo.

— Cara, porque fez isso? Você não a ama? Se não a ama, pra que foi atrás dela?

— Claro que eu ela, amo a mãe da minha e a minha filha, e quero elas comigo, falei aquilo para fazer a Clarissa ficar, sei que ela não deixaria nossa filha.

— Não era mais fácil pedir para que ficasse? — ele bufa e bebe o conteúdo do seu copo de uma vez. — Agora tá aí, ao invés de aproveitar os últimos dias com sua filha e sua namorada, nem consegue olhar para a mulher e para a criança.

— Cathie é muito esperta, ela percebe que não estamos bem, mesmo nos esforçando — digo a ele. — Eu quero concertar as coisas, com a Lissa.

— Irmão, numa boa, pelo seu bem e o dela, e o nosso, seus amigos — ele faz uma pausa. — Deixa a Clara em paz — ele bate em meu ombro e sai da cozinha me deixando sozinho.

Será que ele tem razão? Devo deixá-la ir sem lutar?

Não não, não vou abrir mão delas, de novo não.

Vou falar com ela antes do aniversário da nossa filha, eu preciso resolver as coisas.

Saio da cozinha em direção a sala, Lissa esta com sua mãe na sala vendo algo da decoração.

No normal, eu passaria direto, mas decidi ficar e ajudar.

— Encomendou o bolo? — a mãe de Clarissa pergunta a mesma.

— Sim, os bolos — ela fala com um tom exausta. — A decoração e os presentes, a roupa da Cathie... está tudo pronto, mãe — ela fala se levantando e saiu do cômodo.

Assim como tem sido desde que brigamos.

— Que ótimo — ela responde numa empolgação. — Você se saiu muito bem — ela grita para filha ouvir.

— Ela tem feito isso por cinco anos, acho que melhor que ela não existe — comentei. — A senhora deveria se orgulhar, e não criticar, a senhora a criou bem, agora deixa a Lissa fazer o que acha certo com nossa filha.

Digo saindo em direção ao escritório, onde vi que a Clarissa estava indo.

Ao virar o corredor me bato com ela, ela estava parada ali.

— Você está bem? — pergunto estranhando.

— Não preciso que você me defenda, eu sei lidar com a minha mãe — ela diz. Respira fundo. — Mas agradeço por tentar, como sabe, qualquer tentativa de convencer a minha mãe do contrário sobre mim, é inútil.

— Não te defendi, Lissa, só falei uma verdade que ela parece ignorar.

Clarissa suspira e encosta sua cabeça na parede.

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