Capítulo 42

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Clarissa

A loucura de véspera de natal já está por aqui, minha mãe e a Carol já estão na cozinha, Gabi e a Mille estão na decoração, os rapazes estão responsáveis pelas músicas, luzes, e eu acompanho cada processo junto da Cathie.

Karla já está chegando junto do seu namorado, sim, ela e o Samuel finalmente estão juntos, fico feliz pela minha amiga.

— Mamãe, esse vai ser o melhor aniversário de todos — Cathie diz feliz. — A gente pode vim todo ano?

Sorri para ela.

— Sobre isso, a mamãe queria falar com você — digo. — Queria esperar seu aniversário passar, mas como tocou no assunto...

— Fala mamãe — ela diz.

Pego sua mão e levo ela até a sala, onde ficamos a sós para conversar.

— Filha, como você sabe, a gente mora em Portugal, sua vida, as nossas vidas está toda lá, mas nossa família está aqui, seus avós, seu pai, seus tios...

— Sim, mamãe, vou sentir falta deles, mas a gente volta para visitar — ela diz sorrindo.

— Então... sei que a gente pode sempre visitar eles, mas não acha que seria legal a gente morar aqui e ficar perto deles? — digo com receio. Ela para de sorrir de chega mais perto de mim.

— Mamãe — ela faz uma pausa. — Eu te amo, sei que a senhora ama o meu papai e quer ficar por causa dele, a tia Cami me explicou — ela diz de forma tão madura. — Eu amo nossa cidade e nossa casa, e também amo o meu papai, mas sinto falta da nossa vida e da escola, eu falei com o papai que queria voltar para Portugal, por que ele não pode ir com a gente?

Olho para ela e meus olhos marejam. Essa foi a pergunta que martelei pela minha cabeça por seis anos, por que o Rafael não foi comigo? Como eu posso responder uma pergunta que a seis anos busco a resposta.

— O papai tem o trabalho dele, a família...

— Mas não somos a família dele também? — ela me olha com expectativa. Não tenho maturidade para estragar as suas expectativas.

— Sim, somos sim. A mamãe promete que vai tentar muito para que sejamos uma família por muito tempo. Mas o que quero saber é que se a gente precisar se mudar...

— Mamãe — ela me interrompe. — Eu nunca vou ficar longe de você — ela diz e me abraça bem apertado.

Meu coração se enche de alegria.

— Te amo, minha Catarina — digo a enchendo de beijo.

— Ai mamãe — ela diz reclamando.

— Parece que chegamos em uma boa hora — diz Karla entrando na casa junto com suas malas e o Samuel.

— Tia Karla, tio Samuel — Cathie corre para abraçá-los.

— Que saudade — Samuel fala. — Você cresceu em — ele diz pegando ela no colo. — Daqui a pouco não vai nem caber no meus braços mais.

— Vai demorar muito tio — ela diz rindo.

Ele coloca ela no chão e vou cumprimentá-los.

— O pessoal está no quintal e na cozinha, podem deixar as coisas aí e depois vocês guardam no quarto — digo.

— Sendo assim, vou procurá-los — Samuel fala.

— Eu vou junto — minha filha grita e sai correndo na frente.

Rimos dela e o Samuel logo some entre as paredes.

— Iai amiga — Karla fala. — Me conta tudo.

Suspiro e a chamo para se sentar.

Conto tudo que aconteceu nos últimos dias e da conversa que tive agora a pouco com a Cathie.

— E então, você vai voltar para Portugal ou decidiu ficar de vez? — Karla faz a pergunta de um milhão.

— O Rafa disse que a gente conversa depois do aniversário da Cathie — digo. — Apesar dos motivos que me fazem ir, não quero jogar essa segunda chance de ser feliz ao lado dele.

— E não vai, amiga — Karla diz. — Confia que tudo vai se resolver.

— Tomara — digo. — Mas e você, vai voltar com a gente ou ficar de vez?

Ela sorri suspeita.

— Eu vou ficar — ela diz e sorri. — Essa é a minha chance de ser feliz no amor, não vou desperdiçar.

Abraço ela demostrando toda minha felicidade.

— Fico muito feliz minha amiga — digo sorrindo.

Continuamos a conversa por mais poucos minutos. Logo depois o Rodrigo e o Samuel apareceram, pedi para ajudar com as malas e eles subiram com elas.

Karla e eu fomos para cozinha ajudar nos preparativos.

Em poucas horas depois, a farofa, o arroz, o peru, a lasanha, o fricassé e o estrogonofe já estavam prontos. Os biscoitos que decorei com a Cathie, a casa de gengibre e o bolo de aniversário dela já devoravam a mesa.

Tudo pronto para ser servido, só faltava a gente se arrumar.

Corri no quintal para chamar a Cathie. Fiquei deslumbrada com a decoração, ficou lindo, melhor do que poderia imaginar.

— Ficou maravilhoso — digo com lágrimas nos olhos. — A mesa esta linda.

— Trabalho em família — Cami disse. — Agora temos que nos arrumar em tempo recorde.

Sorri e concordei.

— Os convidados chegam as 21h, temos menos de duas horas para nos arrumar e por a mesa — digo olhando o relógio no meu pulso.

Todos concordaram e começam a se mexer.

Peço para Cathie subir para tomar banho.

Literalmente todos saem e deixam apenas eu e o Rafael.

— Obrigado por me deixar fazer parte de tudo isso — ele fala e vem até mim. Me dá um beijo na testa e depois entra.

Meu coração da pulos de alegria.

— A quem estou querendo enganar? Eu não vou a lugar nenhum que ele não esteja — digo convicta da minha decisão.

Subo para o quarto da Cathie e vejo que ela ainda está no banho.

O vestido dela e vermelho, armado de cetim. Sei que ela vai ficar ainda mais linda nele.

Ajudo ela no banho, depois de vesti-la, escovo seus cabelos a deixando ainda mais incrível.

— A mamãe tem tanto orgulho de você, filha — digo ainda penteando seus cabelos. — Você está linda.

— Obrigada mamãe — ela diz sorrindo. — Obrigada por tudo que a senhora faz por mim, eu te amo muito, e amo a nossa família, mesmo antes de ser só nós duas e a tia Karla.

Não consigo segurar mais as lágrimas.

— Não chora mamãe, se não vai se atrasar — ela diz me olhando pelo reflexo no espelho. Sorri com sua observação.

Termino de arruma-lá e corro para o meu quarto.

Tenho um longo trabalho pela frente.

Continua...

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Beijos, Larissa.

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