Rafael
Acordo ouvindo algumas vozes pela casa. Faço minha higiene pessoal e vou verificar de quem são as vozes que me acordaram.
— Bom dia — digo ao ver meus amigos.
— Que milagre não acordou cedo — Pedro caçoa.
— Não estou afim de fazer nada ultimamente.
— Lembra que te falamos ontem que se soubesse um segredo dito pela Clara não poderíamos te conta? — Carol pergunta e assinto.
— Não iremos falar, mas podemos te dar um aconselho — diz a Gabi.
— Acho que você deveria ir ainda hoje atrás dela, ou pode ser tarde demais — diz o Rodrigo.
Nem pergunto o motivo. Apenas levanto e me organizo para ir.
Não poderia perder nenhuma oportunidade de tê-la nos meus braços novamente.
— Obrigado por me ajudarem — digo ao passar pela sala antes de ir.
— Se você magoar ela de novo, eu acabo com você — diz o Rodrigo com cara de poucos amigos. Sei que a Carol deve ter convencido ele de estar aqui.
Somos amigos de longa data, mas o Rodrigo e a Lissa sempre tiverem uma amizade a parte do grupo, ele a proteje desde então, e sei que não me ajudaria sem que a Carol o obrigasse.
Penso no caminho o que deveria fazer, eu nem sei o que ela planeja fazer, mas vou estar por perto, o destino se encarregará do resto.
Como de costume, vou ao parquinho assim que chego, com sorte encontrarei a Catarina para iluminar o meu dia. Essa garota tem o dom de me deixar mais leve.
Logo a vejo de longe e vou até ela. Ela parecia procurar por algo, está tão distraída que não me vê chegar.
— Olá — digo ao me aproximar.
— Rafael — ela sorri. — Estava te procurando.
— Então estou aqui — digo. — O que atormenta a sua cabecinha?
— Eu vim me despedir — ela fala.
— Despedir?
— Sim, iremos viajar, a mamãe disse que é poucos dias — ela fala meio triste. — Não queria ir. Você poderia falar com ela?
— Eu? Mas eu nem a conheço.
— Claro que conhece — ela diz. — Eu vi suas cartas no quarto dela, ela disse que eram de um amigo, você é amigo da minha mamãe.
Arqueio uma sobrancelha sem entender. De quem ela estava falando.
— Como? — a questiono.
— Eu deixei cair o meu colar, a mamãe vai ficar brava, me ajuda a achar? — ela muda de assunto.
— Claro — digo ainda confuso. — Onde o viu pela última vez?
— Estava brincando no balanço e... — ela diz e vejo um brilho no chão.
Assim que me aproximo vejo que é um colar, parece muito com o que dei a Clarissa há uns anos.
— Esse é o seu colar? Sua mãe que te deu?
— Você encontra tudo — ela sorri sem responder a minha segunda pergunta. — Sei que vai me encontrar.
Logo ela pega o colar da minha mão e sai correndo.
Seria muita coincidência?
Fico um tempo parado no mesmo lugar, preciso descobrir quem é essa garotinha e quem é a sua mãe.
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Segunda Chance
RomanceO tempo é o remédio para curar todas as feridas, disseram a Clarissa. Depois de anos morando fora, ela decide voltar ao Brasil para uma reunião familiar que acontecia todos os anos em sua família, essa seria a primeira depois de anos que ela iria co...