Capítulo 34

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Rafael

Essa mulher ainda vai me levar a loucura.

Que beijo!

Não consigo sair do lugar, desde que ela entrou no banheiro permaneci no mesmo lugar. Ainda sinto o gosto do seu beijo, meus lábios formigam sentindo sua falta, sua pele e seu cheiro...

Ela não pode me deixar assim.

Ligo o ar-condicionado para apagar em fogo que estou sentindo.

Fico esperando sua saída, que não demora.

Quando olho para a porta do meu banheiro a veja apenas usando uma toalha, seus cabelos presos em um coque, sua pele ainda molhada pela água do chuveiro, e seu cheiro pelo quarto.

— Esqueci minha roupa — ela diz tímida.

— Vou tomar banho — aviso. — Pode se vestir aqui.

Passo bem perto dela, para que ela sinta o desejo que estou sentindo.

Não demoro no banho, pois não quero correr o risco dela estar dormindo quando voltar.

Percebo que não peguei uma roupa, não costumo dividir o quarto com ninguém.

Saio só de toalha.

Percebo que ela fechou minhas cortinas, ela já estava vestida. E que roupa.

Ela vestia uma mini vestido de seda, parecia que fazia de propósito para me provocar.

Seu perfume estava em todo meu quarto. O ar-condicionado já não estava mais ligado.

— Senti frio — ela fala sem me olhar. Assim que se vira, ela fica sem jeito. — Não vai me dizer que você dorme sem roupas.

Sorri ao pensar na possibilidade.

— Eu não me torturaria assim — digo. — Esqueci de pegar uma roupa.

Assim que pego volto ao banheiro. Me vestido e saio.

Ela já estava sentada na cama enrolada em meus lençóis.

— Está com sono? — pergunto. Ela me olha e cora, pois estava sem camisa.

— Não muito — ela fala desviando o olhar.

Entro nas cobertas e me encosto na cabeceira da cama.

— Podemos assistir ou conversar — ela sorri.

— O que sugere? — ela pergunta.

— Vai por mim — digo chamando sua atenção. — O que eu penso em fazer não iria te agradar.

Ela me olha curiosa, mas não diz nada.

— Um filme? — ela pergunta.

— Pipoca? — pergunto. Ela nega com a cabeça.

— Acho que dormirei no meio do filme — sorri com aquilo.

— Você sempre acaba dormindo, não sei que milagre ainda está acordada — digo a fazendo rir.

— A vida de mãe solteira me impede de dormir demais — ela diz.

— Não deve ter sido fácil, mas estou aqui agora.

Ela sorri fraco para mim. Chega mais perto e deita a cabeça em meu peito, me deito meu corpo junto com o dela para que possamos ficar mais à vontade.

Ligo a TV e seleciono um filme qualquer.

Acaricio seus cabelos e inalo todo cheiro do seu cabelo, como senti falta disso.

— Assim eu vou dormir — ela avisa me fazendo rir.

— Você vai dormir de qualquer jeito — digo.

Ela levanta sua cabeça para me olhar. Ela tem um lindo sorriso nos lábios.

— Aquilo que prometeu a Catarina — ela diminui o sorriso.

— É verdade — digo. — Ainda não sei como, mas não deixarei mais ela — ela me olha com um brilho. — Nem você.

— Você já me fez essa promessa uma vez.

— Eu sei, e sei que tem medo que a deixe novamente, mas os tempos mudaram, nos mudamos, por favor, me de uma segunda chance.

Ela me olha e busca algo em meus olhos. Tento transparecer sinceridade, pois uma segunda chance é o que preciso.

— Eu sei que ainda me ama, não tente negar isso, nosso beijo — digo acariciando seu rosto. — Eu senti amor quando te toco, quando me toca.

— Rafael — ela me chama. Olho em seus olhos e espero por uma resposta positiva. — Sabe que se a gente tentar ficar junto e não der certo a nossa filha vai sair mais machucada.

— Então vamos fazer da certo — sou sincero.

— Tá bem — ela diz e se deita no meu lado, colada a mim.

— O que? — pergunto sem entender. — Você aceitou?

— Sim — ela diz e sorri.

A puxo para um beijo, mais um essa noite.

— Esse é o melhor dia de todos — digo sorrindo feito bobo.

A TV que estava ligada passava algum filme que não prestávamos atenção, porque tudo que queremos agora era acabar com toda saudade, aproveitar todos as oportunidades para beija-lá.

Passamos o resto da noite conversando e nos beijando, dormimos quando o sol já estava para nascer.

- ❤️ -

Acordo com o sol em meus olhos, olho para o lado e encontro a Clarissa ainda adormecida.

— Como sou sortudo em te-lá em minha vida, por mais essa chance de fazer as coisas certas. Vou fazer de tudo por vocês — digo a bela que está adormecida em meus braços.

A porta do quarto é aberta e vejo uma menininha na ponta dos pés.

— Vem filha — digo sorrindo. — Silêncio que a mamãe está dormindo.

Ela deixa do meu lado e a envolvo em meus braços, assim como faço com a sua mãe.

— Vocês se acertaram? — ela pergunta e concordo. — Sabia — sorri vitoriosa.

— Obrigado — sou sincero. — Pelo empurrão. Mas espero que entenda que passamos muito tempo separados, ainda não somos casados e nem moramos juntos, temos que passar por todas as fases de novo.

— Mas se vocês já se amam e já tem a mim, não podemos pular algumas coisas? — ela questiona.

Ela tem razão, não tem motivo para esperar tanto, já temos uma família, por que não pular algumas fases?

— Nem pense nisso — ouço a voz de sono da Clarissa, que saudade dessa voz logo pela manhã. — Não vamos nos casar assim, temos que conhecer a vida um do outro, muitas coisas mudaram — ela diz ainda de olho fechado, parece ler meus pensamentos.

— Mas mamãe — Catarina resmunga.

— Mas — ela diz nos calando. — Morar juntos, talvez.

Catarina pula de alegria.

Nos sentamos na cama para participar desse momento feliz para nossa filha, quero dar tudo que ela não pode ter todos esses anos, ser o pai que ela tanto precisa.

Quero tudo por ela. Por elas

— Papai — ela fala depois de pular muito na cama. Amo ouvir essa palavra. — Podemos comer?

Acaricia a barriga que parece está fazia.

— Vamos filha — sua mãe levanta.

Ela veste um sobretudo e eu uma camisa. Descemos juntos para preparar nosso café da manhã.

Continua...

- - ❤️ - -

Beijos, Larissa.

Segunda ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora