Capítulo 03

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Rafael

Hoje o universo resolveu testar seus poderes comigo. Meu dia já começou turbulento e parece que o dia inteiro será assim.

Como todas as vezes as venho a Sergipe vou para a minha casa, não venho muito e evito épocas próximas ao Natal. Mas fiz questão de comprar uma casa aqui, para que eu sempre tivesse um lugar para ir quando quisesse lembrar de casa.

Ser sozinho é libertador muitas vezes, não ter ninguém para exigir coisas, não ter obrigações com sentimentos dos outros, mas muitas vezes, está sozinho é solitário, acho que por isso nunca paro em nenhum lugar e estou sempre viajando.

Estou solteiro há alguns anos, só namorei sério uma vez, e acho que nunca a esqueci.

Minha ex namorada é daqui de Sergipe, foi onde nos conhecemos e onde o namoro começou, ela foi embora de repente depois de uma briga, escrevi cartas, mas nunca recebi nada de volta.

Mandei e-mails e tentei contato de todas as maneiras possíveis. No mesmo ano fui atrás dela em Portugal, mas me arrependi assim que cheguei lá.

Eu a vi, mas ela não me viu.

Lá estava ela, linda, sorrindo e dançando em uma rua movimentada, em um restaurante na esquina de uma rua. Todos percebiam que ela era brasileira, brasileiro tem um jeito diferente de dançar, nós sentimos a música. Ela estava feliz, diferente de tudo que eu já fiz a ela, agora ela sorri leve e não podia estragar tudo para ela de novo.

Então eu voltei ao Brasil, terminei a faculdade, me mudei, fiz outra faculdade fora e voltei ao Brasil há alguns anos.

Meu emprego me coloca em diversos lugares por tempos curtos de um ou dois meses. O que acaba sendo bom para mim, nunca chega o dia que eu penso na solidão do apartamento ou hotel que me hospedo, tendo aproveitar o tempo que passo nos lugares.

Atualmente estou morando em Natal, Rio Grande do Norte.

Mas tive que resolver um caso aqui em Aracaju e cá estou eu de volta a minha cidade natal.

Mas chegando em casa não passo nem dez minutos para ser expulso.

Está tendo um vazamento e estava sendo concertado, com a minha sorte não sei como ainda me admiro com essas coisas. Eu vim dirigindo de Natal para Aracaju, estou cansado e só estava querendo a minha cama, mas isso não será possível por agora.

Ligo para os meus pais para avisar que cheguei e comento do meu problema em casa. Meus pais me convencem a ficar na casa deles, não queria muito, afinal, quando a gente sai de casa fica difícil voltar, e como não sei quanto tempo vou ficar, acho que posso está perto de descobrir como é morar com meus pais novamente.

Aceito o convite deles, e como devem imaginar, foi assim que encontrei o meu grande amor. Minha ex, que nunca foi esquecida e que nunca deixei de amar.

Lá estava ela, linda, radiante e leve. Assim que me viu, assim que me olhou, meu mundo parou de girar por um momento.

Seis anos depois aqui estávamos nós.

Nós éramos tão imaturos, fomos tão inseguros.

Acho que erramos por medo do amor, mas quem sabe hoje, mais maduros, as coisas não deem certo para nós.

Depois de tantos anos, ainda continuo com esperança para nós. É como se nada tivesse mudado, quero dizer, como se fosse uma versão madura de nós a seis anos atrás, mas com o mesmo amor e carinho de antes.

Assim que ela entra em sua casa sorri com essa esperança.

Entro em casa e subo as escadas rapidamente, quando entro no quarto vou direito a janela, onde consigo ver muito bem a varanda de um quarto e espero que seja o dela, sei que ela gostava de pensar olhando as estrelas, imagino que ela vá amar esse quarto.

Segunda ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora