C A P Í T U L O 5

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CAPÍTULO 5| Gringo, o meu traficante.

Assim que entrei na casa do Lucas, comecei a discutir com ele, estava enfurecida.

- Por sua culpa eu quase morri, e se aquele cara não aparecesse, imagina o que teria acontecido comigo?

- Me perdoa Cecília, eu não imaginava que isso iria acontecer, já trouxe outras amigas aqui e nunca aconteceu isso, não sei porque ele cismou contigo.

- Eu perguntei se era perigoso e você me garantiu que não. - Me sentei no sofá, sentindo meus olhos marejarem - eu tive uma arma apontada pra cabeça, eu não sei o que seria de mim se não fosse aquele homem.

- Me desculpa de verdade, eu nem sei o que dizer. - Ele se agacha em minha frente e seu olhar demonstrava sinceridade.

- Que se dane, a merda já aconteceu. - Revirei os olhos e limpei as lágrimas - eu nem sei porque vim pra cá, vou voltar pra casa.

- Já estamos aqui, não é melhor ficarmos? Eles não vão mais mexer com você, eles tem ordem do dono da favela pra não mexerem contigo.

- Dono da favela?

- Sim, você não percebeu isso? - Ele franziu o cenho.

Eu não havia entendido nada, só agora que a ficha estava começando a cair. É a terceira vez que vejo o gringo e agora eu descubro que ele é dono de toda essa favela. Que loucura.

- Caralho. - Pensei alto, achando isso tudo muita coincidência.

- Por que tanto espanto?

- Eu já tinha visto ele outras vezes, não fazia ideia que ele era traficante e muito menos o chefe do morro.

- Então foi por isso que ele te salvou.

Engoli o seco, sentindo arrepios na pele.

- Vou pegar água com açúcar pra você.

JUSTIN

Enquanto caminhava até o matadouro, me perguntava como aquela patricinha teve coragem de vim pra favela sem autorização. Provavelmente aquele merda que estava com ela a trouxe pra ter um sexo. Tive a atitude de deixa-la passar porque via em seus olhos que ela não era perigo nenhum pra nós, não passava de uma patricinha qualquer. Admito que vê-la chorando me deu pena e admito que a mesma é gata pra caralho, ela chama a minha atenção.

Deixo de lado tais pensamentos assim que passo pela porta do matadouro. O merda que havia estuprado a garota estava sentado na cadeira no meio da pequena sala vazia, amarrado por uma corda grossa. Seus olhos avermelhados demonstravam medo e isso me fez rir alto e o som ecoou em toda a sala.

- Bom, olha o que temos aqui - tiro um cigarro do bolso junto com o isqueiro e acendo - o impressionante caso de um imbecil que teve coragem de estuprar uma mina da nossa favela - traguei o cigarro e expeli em seguida - admito que você é muito corajoso.

- E-eu posso explicar, por favor senhor Justin, eu juro que foi um engano.

- Bom, acho que você esqueceu que temos câmeras por toda essa favela, inclusive no lugar que você deixou a moça com a boceta cheia de sangue e seu corpo coberto de marcas de agressões.

Gringo, o meu traficante.Onde histórias criam vida. Descubra agora