C A P Í T U L O 43

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CECÍLIA

Para o meu primeiro dia de trabalho, até que eu não fui tão mal. Apenas não me dei tão bem com uma das funcionárias que ficou soltando indiretas pra mim o tempo inteiro, do tipo "nossa como ela é lerda" quando eu estava arrumando as jóias ou atendendo algum cliente, mas resolvi ignorar, pois sabia que o que ela queria era me ver perdendo o controle.

Deitei na minha cama de braços abertos, encarando o teto. Me sentia extremamente cansada, imagino o quão cansada vou ficar quando as aulas do novo semestre retornarem.

Com muita preguiça, ando lentamente até o banheiro onde resolvo tomar um banho quente.

Após vestir meu pijama, calço as pantufas de unicórnio e abro a porta. Vou até a cozinha, onde por um milagre meu pai está sentado na cadeira, com o notebook em sua frente, na mesa e o café ao seu lado, com a fumaça cheirosa saindo dele, tomando conta do ambiente. Seus olhos estão tão focados na tela que nem percebeu a minha chegada.

- Boa noite pai. - Digo enquanto abro o armário para pegar uma xícara, dentre tantas opções, escolho a branca de porcelana.

- Boa noite filha, como você está? - Perguntou, ainda encarando a tela do notebook.

- Estou bem e o senhor?

Eu e meu pai ficamos conversando durante todo o jantar. Após me satisfazer com café e biscoitos, volto para o meu quarto, e antes de dormir troquei algumas mensagens com o Justin. Como queria está com ele agora. Em saber que a vaca da Amélia está em sua casa o tempo todo faz meu coração apertar de ciúmes, eu sei que ela não vai cansar até o Justin ceder e espero que isso não aconteça.

JUSTIN

Após acabar de fazer minhas coisas no escritório, vou até o quarto ver a minha princesa, e ao entrar, vejo Avalanna dormindo serenamente, enrolada no edredom rosa. Como ela é linda, parece um anjo, o meu anjo. Ando até chegar ao seu lado e dou alguns selinhos em sua testa, ela não se move, continua dormindo igual pedra. Sorrio, e quando ia sair do quarto, vejo Amélia saindo do banheiro apenas de toalha enrolada em seu corpo. Ela dá um pequeno pulo de susto, e sem querer, ou querendo, olho seu corpo de cima a baixo. Pensamentos maldosos invadiram a minha mente sem a minha permissão. Não posso negar pra mim mesmo que ela é gostosa.

- Quer um balde Bieber? - Debochou, percebendo o que eu fiz. Revirei os olhos e voltei a andar até a porta. - Você sabe que eu estou aqui pra fazer o que você quiser, como nos velhos tempos. - Suas palavras me fazem parar na porta e olhar pra ela. Engulo em seco, olhando seu corpo novamente, mas grito pra mim mesmo que não devo fazer isso. Não devo porque estou com a Cecília e porque o meu caso com ela está mais que enterrado.

Fecho a porta e saio praticamente correndo dali, indo até meu quarto, para que eu não acabasse cedendo. Porra, eu sou homem, as vezes é difícil pensar com a cabeça de cima, tenho que admitir.

Deitado na cama e com o notebook em cima do colo, procurava por chácaras na internet que eu pudesse alugar para passar um final de semana com os caras e a Cecília, precisava relaxar e sabia que não podia vacilar pela cidade porque estão querendo minha cabeça de qualquer jeito. Ainda não descobri quem é o filho da puta que está tentando me prejudicar, mas estou fazendo de tudo para que eu descubra o quanto antes.

Passei um bom tempo procurando até que finalmente encontrei uma que me agradou. Fiz a reserva e finalmente fechei o notebook, estava morrendo de sono. Já são duas horas da madrugada. Deixo o aparelho em cima do criado-mudo e me cubro para dormir.

...

Acordei me sentindo exausto. Vejo que são 8 horas da manhã no meu celular. Me espreguiço e tomo coragem pra levantar. Vou até a janela, onde abro e olho pro céu, que demonstra que vai chover em breve, um verdadeiro milagre. Desde que cheguei, aqui só está fazendo sol, já estava com saudade do frio.

Ainda olhando a rua pela janela, escuto a maçaneta sendo aberta e me viro pra olhar. Vejo a Amélia apenas de calcinha e sutiã, sorrindo descaradamente, segurando uma bandeja nas mãos. Acabei fitando seu corpo mais uma vez, mas logo desviei o olhar, notando os pães e café que estavam em cima da bandeja.

- Mas que porra tu quer aqui garota?

- Para de ser grosso Justin, só vim trazer seu café da manhã.

- Você? - suspendi as sobrancelhas - desde quando sabe fazer algo?

- Na verdade foi aquela empregadinha que fez, mas eu trouxe.

Revirei os olhos.

- Deixa em qualquer lugar e vai vestir uma roupa.

- O que é que tem? Eu desse jeito sou uma ameaça pra você? - Debochou e eu bufei.

- Respeita a porra do meu relacionamento com a Cecília, Amélia.

- Eu não estou fazendo nada, se não consegue resistir a isso tudo aqui - ela deu uma rodadinha e foi impossível não olhar pra sua bunda - já não é problema meu.

Ela deixou a bandeja na cama e saiu rebolando. Essa desgraçada está querendo foder a minha vida.

Gringo, o meu traficante.Onde histórias criam vida. Descubra agora