C A P Í T U L O 12

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Milhares de coisas passavam em minha mente tão rápido que eu não conseguia raciocinar o que deveria fazer.

- Quem é você e que merda você acha que está fazendo? - Pergunto sem virar pra trás e deixo a arma cair no chão.

- Finalmente eu te peguei seu traficantezinho de merda, achou que iria durar muito tempo? - Ele ri debochadamente sem tirar a arma da minha cabeça.

- Deve ser mais um policial que não aceita as minhas conquistas - gargalhei - por quê não perde seu tempo indo atrás desses políticos de merda? Seria muito mais útil.

- Tu não acha que tá muito debochado não seu vagabundo? Não esqueça que estou com uma arma apontada pra sua cabeça de merda.

- Se quisesse me matar você já teria, você não ganha nada comigo morto e sim vivo, vai subir de cargo e ganhar fama por ter pego o maior traficante do Rio de Janeiro.

- Seu filho da puta. - Disse com ódio e colocou o braço em meu pescoço, me enforcando. Tentava me soltar de alguma forma e não estava conseguindo. Não conseguia mais respirar e então um barulho estrondoso fez meus tímpanos doerem, era de um tiro, um tiro que pegou na parede ao meu lado, rapidamente o policial tirou o braço do meu pescoço e apontou a arma pro 09 que estava com a arma apontada pra ele. Avistei minha arma no chão e  assim que me agachei pra pegar, mais tiros foram disparados dentro da sala e meus olhos percorreram no 09 caindo no chão com o tiro certeiro no coração que foi disparado por outro policial. Merda. Rapidamente pulei a janela em minha frente e comecei a correr o mais rápido que conseguia. Escutava tiros e mais tiros em minha direção mas conseguia me desviar de todos, como se uma força maior estivesse me protegendo. Entrei dentro de uma casa e as pessoas presentes me olhavam assustados.

CECÍLIA

- CALMA CHRIS, VOCÊ VAI FICAR BEM! - Tentava afirmar pra mim mesma que isso iria acontecer, minhas mãos tremiam e meu coração palpitava tão rápido que sentia que iria ter um treco a qualquer momento. Chaz e Ryan estavam carregando o Chris até o carro, eu ia atrás deles sem saber o que fazer. Chris havia levado um tiro no braço e estava sangrando muito.

Passamos pela saída com muita dificuldade pois estava rolando muito tiros por perto. Haviam vários carros da polícia e a maioria dos policiais estavam indo embora.

- ABRE AQUELE CARRO PRETO CECÍLIA, A CHAVE ESTÁ EM MEU BOLSO. - Ryan diz e rapidamente eu tiro a chave do bolso de sua calça jeans e corro até o carro. Abro a porta de trás rapidamente e os meninos ajudam a colocar o Chris lá dentro, era de partir o coração em vê-lo assim. A cabeça dele estava apoiada no colo do Chaz que segurava o pano ensanguentado no lugar do tiro na tentativa de estancar. Ryan tomou o banco do motorista rapidamente e assim que ia abrir a porta da frente pra entrar, uma voz familiar soou atrás de mim.

- Mas que caralho você está fazendo aqui?

- Pa-pai? - Digo ao ver que era ele.

- VAMOS CECÍLIA! - Ryan gritou desesperado.

- Pai um amigo meu levou um tiro, eu preciso ajudá-lo.

- VOCÊ TÁ MALUCA CARALHO? TU DEU PRA TER AMIGO VAGABUNDO AGORA? VAMOS PRA CASA AGORA! - Ele apertou meu braço e começou a me arrastar, tentava me soltar mas não conseguia.

- ME LARGA! - Digo com raiva.

- VOCÊ VAI ME EXPLICAR DIREITO QUE MERDA VOCÊ ESTAVA FAZENDO NESSA FAVELA.

Virei o rosto pra trás e vi Ryan cantando pneu com o carro, eu não conseguia pensar em mais nada a não ser no Chris e no Justin, comecei a chorar, ignorando todas as merdas que meu pai falava. Só queria que eles estivessem bem.

JUSTIN

Quando finalmente a guerra havia terminado, pois a policia decidiu recuar, comecei a fazer uma tour em toda a favela pra ver a quantidade de mortos. Muito dos meus homens haviam morrido, mas muitos policias também! A policia estava mesmo querendo me derrubar, assim que souberam que eu vim pro Brasil eles estão tentando me prejudicar de qualquer maneira.

- Precisamos fazer alguma coisa Zac, essa merda não pode ficar assim. - Digo andando, observando o tanto de sangue e de pessoas mortas que estavam no chão.

- Os tiras estão na sua cola chefe, eles estão recebendo pressão pra acabar com a favela e contigo.

- Esse bando de filhos da puta. Foram muitos homens competentes pro saco.

- Vamos ter que contratar muita gente nova.

- Manda os caras se livrarem dos corpos, quero a favela toda limpa, vou pra casa, ainda não sei se meus amigos estão bem.

- Pode deixar patrão.

Assim que chego em casa, encontro a Claire se acabando de chorar no sofá. Ela se levanta ao me ver e eu procuro com os olhos os meus amigos e a Cecília.

- Onde está todo mundo? Os meninos apareceram?

- O Chris levou um tiro, os meninos levaram ele no hospital junto com a Cecília. - Ela diz soluçando.

- O QUÊ? QUE HOSPITAL ELE ESTÁ?

- No Santa Isabel, eu vou com você, não aguento mais ficar aqui sem saber de nada.

Rapidamente corri até a gaveta do painel e tirei de lá a chave de um dos meus carros. Corri o mais rápido que pude até a garagem e abri a porta, tomando o banco rapidamente. Claire fez o mesmo no banco de trás. Tudo que eu mais pedia mentalmente era que o Chris ficasse bem, eu não me perdoaria nunca se acontecesse algo pior.

- ZAC CARALHO, MANDA ALGUNS HOMENS ME SEGUIREM, ESTOU INDO NO HOSPITAL E PRECISO DE PROTEÇÃO, MEU AMIGO TOMOU UM TIRO. - Digo no rádio enquanto segurava o volante com a outra mão.

Gringo, o meu traficante.Onde histórias criam vida. Descubra agora