Milhares de coisas passavam em minha mente tão rápido que eu não conseguia raciocinar o que deveria fazer.
- Quem é você e que merda você acha que está fazendo? - Pergunto sem virar pra trás e deixo a arma cair no chão.
- Finalmente eu te peguei seu traficantezinho de merda, achou que iria durar muito tempo? - Ele ri debochadamente sem tirar a arma da minha cabeça.
- Deve ser mais um policial que não aceita as minhas conquistas - gargalhei - por quê não perde seu tempo indo atrás desses políticos de merda? Seria muito mais útil.
- Tu não acha que tá muito debochado não seu vagabundo? Não esqueça que estou com uma arma apontada pra sua cabeça de merda.
- Se quisesse me matar você já teria, você não ganha nada comigo morto e sim vivo, vai subir de cargo e ganhar fama por ter pego o maior traficante do Rio de Janeiro.
- Seu filho da puta. - Disse com ódio e colocou o braço em meu pescoço, me enforcando. Tentava me soltar de alguma forma e não estava conseguindo. Não conseguia mais respirar e então um barulho estrondoso fez meus tímpanos doerem, era de um tiro, um tiro que pegou na parede ao meu lado, rapidamente o policial tirou o braço do meu pescoço e apontou a arma pro 09 que estava com a arma apontada pra ele. Avistei minha arma no chão e assim que me agachei pra pegar, mais tiros foram disparados dentro da sala e meus olhos percorreram no 09 caindo no chão com o tiro certeiro no coração que foi disparado por outro policial. Merda. Rapidamente pulei a janela em minha frente e comecei a correr o mais rápido que conseguia. Escutava tiros e mais tiros em minha direção mas conseguia me desviar de todos, como se uma força maior estivesse me protegendo. Entrei dentro de uma casa e as pessoas presentes me olhavam assustados.
CECÍLIA
- CALMA CHRIS, VOCÊ VAI FICAR BEM! - Tentava afirmar pra mim mesma que isso iria acontecer, minhas mãos tremiam e meu coração palpitava tão rápido que sentia que iria ter um treco a qualquer momento. Chaz e Ryan estavam carregando o Chris até o carro, eu ia atrás deles sem saber o que fazer. Chris havia levado um tiro no braço e estava sangrando muito.
Passamos pela saída com muita dificuldade pois estava rolando muito tiros por perto. Haviam vários carros da polícia e a maioria dos policiais estavam indo embora.
- ABRE AQUELE CARRO PRETO CECÍLIA, A CHAVE ESTÁ EM MEU BOLSO. - Ryan diz e rapidamente eu tiro a chave do bolso de sua calça jeans e corro até o carro. Abro a porta de trás rapidamente e os meninos ajudam a colocar o Chris lá dentro, era de partir o coração em vê-lo assim. A cabeça dele estava apoiada no colo do Chaz que segurava o pano ensanguentado no lugar do tiro na tentativa de estancar. Ryan tomou o banco do motorista rapidamente e assim que ia abrir a porta da frente pra entrar, uma voz familiar soou atrás de mim.
- Mas que caralho você está fazendo aqui?
- Pa-pai? - Digo ao ver que era ele.
- VAMOS CECÍLIA! - Ryan gritou desesperado.
- Pai um amigo meu levou um tiro, eu preciso ajudá-lo.
- VOCÊ TÁ MALUCA CARALHO? TU DEU PRA TER AMIGO VAGABUNDO AGORA? VAMOS PRA CASA AGORA! - Ele apertou meu braço e começou a me arrastar, tentava me soltar mas não conseguia.
- ME LARGA! - Digo com raiva.
- VOCÊ VAI ME EXPLICAR DIREITO QUE MERDA VOCÊ ESTAVA FAZENDO NESSA FAVELA.
Virei o rosto pra trás e vi Ryan cantando pneu com o carro, eu não conseguia pensar em mais nada a não ser no Chris e no Justin, comecei a chorar, ignorando todas as merdas que meu pai falava. Só queria que eles estivessem bem.
JUSTIN
Quando finalmente a guerra havia terminado, pois a policia decidiu recuar, comecei a fazer uma tour em toda a favela pra ver a quantidade de mortos. Muito dos meus homens haviam morrido, mas muitos policias também! A policia estava mesmo querendo me derrubar, assim que souberam que eu vim pro Brasil eles estão tentando me prejudicar de qualquer maneira.
- Precisamos fazer alguma coisa Zac, essa merda não pode ficar assim. - Digo andando, observando o tanto de sangue e de pessoas mortas que estavam no chão.
- Os tiras estão na sua cola chefe, eles estão recebendo pressão pra acabar com a favela e contigo.
- Esse bando de filhos da puta. Foram muitos homens competentes pro saco.
- Vamos ter que contratar muita gente nova.
- Manda os caras se livrarem dos corpos, quero a favela toda limpa, vou pra casa, ainda não sei se meus amigos estão bem.
- Pode deixar patrão.
Assim que chego em casa, encontro a Claire se acabando de chorar no sofá. Ela se levanta ao me ver e eu procuro com os olhos os meus amigos e a Cecília.
- Onde está todo mundo? Os meninos apareceram?
- O Chris levou um tiro, os meninos levaram ele no hospital junto com a Cecília. - Ela diz soluçando.
- O QUÊ? QUE HOSPITAL ELE ESTÁ?
- No Santa Isabel, eu vou com você, não aguento mais ficar aqui sem saber de nada.
Rapidamente corri até a gaveta do painel e tirei de lá a chave de um dos meus carros. Corri o mais rápido que pude até a garagem e abri a porta, tomando o banco rapidamente. Claire fez o mesmo no banco de trás. Tudo que eu mais pedia mentalmente era que o Chris ficasse bem, eu não me perdoaria nunca se acontecesse algo pior.
- ZAC CARALHO, MANDA ALGUNS HOMENS ME SEGUIREM, ESTOU INDO NO HOSPITAL E PRECISO DE PROTEÇÃO, MEU AMIGO TOMOU UM TIRO. - Digo no rádio enquanto segurava o volante com a outra mão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Gringo, o meu traficante.
FanfictionUma jovem brasileira chamada Cecília tem sua vida completamente mudada após conhecer um traficante dos Estados Unidos. Cecília acabou se perdendo pelos olhos castanhos de Justin, um fato irônico e imprevisível, afinal, o pai de Cecília é um policial...