Saí do prédio tão feliz que não aguentei e resolvi ligar pro o Justin pra contar a novidade, ele foi a primeira pessoa que passou em minha mente.
- JUSTIN? - Gritei empolgada assim que ele atendeu - eu tô tão fel...
- O Justin está ocupado agora gatinha, ligue mais tarde.
Aquela voz fez meu corpo inteiro ferver de ódio. Abri a boca, chocada, e sinto meus olhos marejarem. Minha mente começou a pensar mil coisas.
- O-o que você está fazendo com o celular dele? Cadê ele? - Perguntei, enquanto segurava o choro.
- Agora ele está tomando um bom banho depois do sexo maravilhoso que tivemos.
- Você está mentindo. - Deixo uma lágrima escapar, mas controlo a minha voz pra ela não perceber.
- Se é isso que você acha, o que posso fazer? Agora beijinhos que eu tenho coisa melhor pra fazer.
Ela desligou a ligação e eu desabei em choro. Nem sei o motivo disso ter me afetado tanto, mas afetou. Não acredito que o Justin estava ficando com aquela vaca da Amélia, ele me garantiu que não tinha mais nada com ela.
Suspiro fundo e limpo minhas lágrimas enquanto ando até a minha moto. Isso não ficaria assim, Justin iria me pagar caro.
Ao chegar em casa, deixo minha bolsa no sofá, e tiro o celular do bolso de trás da calça. Procuro pelo número do Henrique, e quando encontro mando a seguinte mensagem: "E aí Henrique, topa uma festinha hoje a noite?"
Podia colocar a vida do Henrique em perigo? Talvez, mas eu só quero descontar o que Justin fez comigo. Além disso eu não namoro com ninguém.
Enquanto espero o Henrique responder, ligo pra Claire.
- Oi falsa.
- Por que falsa? Sua dramática.
- Agora você deu pra me deixar no vácuo né.
- Ai amiga, deixa de coisa, vamos pra alguma festa hoje?
- Você me chamando pra sair? Que milagre é esse?
Reviro os olhos e dou risada.
- Vamos? Por favor, estou precisando, quero comemorar, eu começo a trabalhar amanhã.
- Até que fim caralho! Fico feliz por você amiga. Mas você tá realmente bem? Tô te achando estranha.
- Estou ótima. - Menti.
- Hum, tudo bem então. Agora me conta tudo que aconteceu.
JUSTIN
- Me conta as novidades Zac. - Digo, sentado em minha poltrona, enquanto Zac está de pé, de braços cruzados.
- Sobre as cargas, está tudo sob controle patrão, só ainda não descobri quem é que está tentando te matar a todo custo.
Bufei, de saco cheio dessa situação.
- Se continuar dessa maneira eu não vou ter outra opção a não ser voltar pra Seattle, querem minha cabeça a todo custo e eu tenho uma filha que precisa de mim.
- Eu entendo, realmente está sendo a nossa melhor opção.
- Ontem eu estava num restaurante com a Cecília e um cara estava nos seguindo, fiz ele entrar no elevador e acabei com ele, o mesmo disse que a pessoa que quer a minha cabeça é alguém que eu confio e isso está martelando a minha cabeça até agora, eu não consigo pensar em ninguém.
- Vamos ter que fazer algo a respeito, você precisa pensar chefe, pensa em alguém que você confia e que nunca acharia que faria algo desse tipo.
- Estou tentando.
- Vou continuar tentando descobrir quem é esse arrombado, enquanto isso evite sair da favela e saia do Rio de Janeiro o mais rápido possível.
Assenti e ele saiu do escritório. Suspirei fundo, e na minha mente veio a Cecília. Esse é o momento que eu posso leva-la pra Seattle, já que a mesma está de férias. Porém, se ela passar no treinamento, ela vai começar a trabalhar e não vai poder ir comigo. Bufei, frustado. Não queria ficar longe dela, mas não posso continuar me arriscando aqui.
Acendo um cigarro e começo a tragar pra relaxar. Quando ele acaba, saio do escritório, e quando chego na sala, observo a Amélia mexendo no meu celular. Franzi o cenho e olhei pra ela.
- Que caralho ta fazendo mexendo no meu celular? - Perguntei e ela se assustou, forçando um sorriso em seguida.
- Só estava olhando as fotos da pequena.
Peguei o celular da mão dela e vi que ela tinha limpado as abas de tudo que estava fazendo. Sabia que vindo da Amélia eu tinha que desconfiar de tudo.
- Daddy, daddy. - Avalanna correu até a mim com os bracinhos esticados para que eu a pegasse no colo. Sorri e assim fiz, a girando no ar. Ela dava risada e eu acompanhava.
- I love you my princess.
...
Após resolver tudo que tinha que resolver no escritório, resolvo ligar pra Cecília. A mesma não atendeu e eu resolvo tentar novamente.
Sem respostas.
Achei estranho ela não ter me atendido mas resolvi ignorar, talvez a mesma esteja ocupada. Já são nove horas da noite e estava com saudade dela.
Ainda no escritório, decido bolar uma maconha. Enquanto fumava, continuava ligando pra Cecília.
...
Já estava chapado de tanto fumar. São uma e meia da madrugada e até agora nenhum sinal de vida da Cecília, estava começando a ficar preocupado e pensava se deveria ir na casa dela.
Tomo um pequeno susto quando vejo uma notificação de mensagem no meu celular. Era de um dos caras que trabalham pra mim. Abri a mensagem e quando vi a foto, cocei os olhos pra ver se era isso mesmo que eu estava vendo. Era a Cecília beijando um cara na festa, ele estava de costas e não dava pra ver o seu rosto. Já a Cecília, dava pra ver perfeitamente que era ela.
Meu sangue inteiro ferveu. Na mensagem havia o endereço e eu não pensei duas vezes, coloquei a arma na cintura e saí do escritório rapidamente.
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Gringo, o meu traficante.
FanfictionUma jovem brasileira chamada Cecília tem sua vida completamente mudada após conhecer um traficante dos Estados Unidos. Cecília acabou se perdendo pelos olhos castanhos de Justin, um fato irônico e imprevisível, afinal, o pai de Cecília é um policial...