C A P Í T U L O 40

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Saí do prédio tão feliz que não aguentei e resolvi ligar pro o Justin pra contar a novidade, ele foi a primeira pessoa que passou em minha mente.

- JUSTIN? - Gritei empolgada assim que ele atendeu - eu tô tão fel...

- O Justin está ocupado agora gatinha, ligue mais tarde.

Aquela voz fez meu corpo inteiro ferver de ódio. Abri a boca, chocada, e sinto meus olhos marejarem. Minha mente começou a pensar mil coisas.

- O-o que você está fazendo com o celular dele? Cadê ele? - Perguntei, enquanto segurava o choro.

- Agora ele está tomando um bom banho depois do sexo maravilhoso que tivemos.

- Você está mentindo. - Deixo uma lágrima escapar, mas controlo a minha voz pra ela não perceber.

- Se é isso que você acha, o que posso fazer? Agora beijinhos que eu tenho coisa melhor pra fazer.

Ela desligou a ligação e eu desabei em choro. Nem sei o motivo disso ter me afetado tanto, mas afetou. Não acredito que o Justin estava ficando com aquela vaca da Amélia, ele me garantiu que não tinha mais nada com ela.

Suspiro fundo e limpo minhas lágrimas enquanto ando até a minha moto. Isso não ficaria assim, Justin iria me pagar caro.

Ao chegar em casa, deixo minha bolsa no sofá, e tiro o celular do bolso de trás da calça. Procuro pelo número do Henrique, e quando encontro mando a seguinte mensagem: "E aí Henrique, topa uma festinha hoje a noite?"

Podia colocar a vida do Henrique em perigo? Talvez, mas eu só quero descontar o que Justin fez comigo. Além disso eu não namoro com ninguém.

Enquanto espero o Henrique responder, ligo pra Claire.

- Oi falsa.

- Por que falsa? Sua dramática.

- Agora você deu pra me deixar no vácuo né.

- Ai amiga, deixa de coisa, vamos pra alguma festa hoje?

- Você me chamando pra sair? Que milagre é esse?

Reviro os olhos e dou risada.

- Vamos? Por favor, estou precisando, quero comemorar, eu começo a trabalhar amanhã.

- Até que fim caralho! Fico feliz por você amiga. Mas você tá realmente bem? Tô te achando estranha.

- Estou ótima. - Menti.

- Hum, tudo bem então. Agora me conta tudo que aconteceu.

JUSTIN

- Me conta as novidades Zac. - Digo, sentado em minha poltrona, enquanto Zac está de pé, de braços cruzados.

- Sobre as cargas, está tudo sob controle patrão, só ainda não descobri quem é que está tentando te matar a todo custo.

Bufei, de saco cheio dessa situação.

- Se continuar dessa maneira eu não vou ter outra opção a não ser voltar pra Seattle, querem minha cabeça a todo custo e eu tenho uma filha que precisa de mim.

- Eu entendo, realmente está sendo a nossa melhor opção.

- Ontem eu estava num restaurante com a Cecília e um cara estava nos seguindo, fiz ele entrar no elevador e acabei com ele, o mesmo disse que a pessoa que quer a minha cabeça é alguém que eu confio e isso está martelando a minha cabeça até agora, eu não consigo pensar em ninguém.

- Vamos ter que fazer algo a respeito, você precisa pensar chefe, pensa em alguém que você confia e que nunca acharia que faria algo desse tipo.

- Estou tentando.

- Vou continuar tentando descobrir quem é esse arrombado, enquanto isso evite sair da favela e saia do Rio de Janeiro o mais rápido possível.

Assenti e ele saiu do escritório. Suspirei fundo, e na minha mente veio a Cecília. Esse é o momento que eu posso leva-la pra Seattle, já que a mesma está de férias. Porém, se ela passar no treinamento, ela vai começar a trabalhar e não vai poder ir comigo. Bufei, frustado. Não queria ficar longe dela, mas não posso continuar me arriscando aqui.

Acendo um cigarro e começo a tragar pra relaxar. Quando ele acaba, saio do escritório, e quando chego na sala, observo a Amélia mexendo no meu celular. Franzi o cenho e olhei pra ela.

- Que caralho ta fazendo mexendo no meu celular? - Perguntei e ela se assustou, forçando um sorriso em seguida.

- Só estava olhando as fotos da pequena.

Peguei o celular da mão dela e vi que ela tinha limpado as abas de tudo que estava fazendo. Sabia que vindo da Amélia eu tinha que desconfiar de tudo.

- Daddy, daddy. - Avalanna correu até a mim com os bracinhos esticados para que eu a pegasse no colo. Sorri e assim fiz, a girando no ar. Ela dava risada e eu acompanhava.

- I love you my princess.

...

Após resolver tudo que tinha que resolver no escritório, resolvo ligar pra Cecília. A mesma não atendeu e eu resolvo tentar novamente.

Sem respostas.

Achei estranho ela não ter me atendido mas resolvi ignorar, talvez a mesma esteja ocupada. Já são nove horas da noite e estava com saudade dela.

Ainda no escritório, decido bolar uma maconha. Enquanto fumava, continuava ligando pra Cecília.

...

Já estava chapado de tanto fumar. São uma e meia da madrugada e até agora nenhum sinal de vida da Cecília, estava começando a ficar preocupado e pensava se deveria ir na casa dela.

Tomo um pequeno susto quando vejo uma notificação de mensagem no meu celular. Era de um dos caras que trabalham pra mim. Abri a mensagem e quando vi a foto, cocei os olhos pra ver se era isso mesmo que eu estava vendo. Era a Cecília beijando um cara na festa, ele estava de costas e não dava pra ver o seu rosto. Já a Cecília, dava pra ver perfeitamente que era ela.

Meu sangue inteiro ferveu. Na mensagem havia o endereço e eu não pensei duas vezes, coloquei a arma na cintura e saí do escritório rapidamente.

Gringo, o meu traficante.Onde histórias criam vida. Descubra agora