C A P Í T U L O 38

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CECÍLIA

Assim que o treinamento acabou, passei no mercado e comprei algumas coisas que estava precisando, como desodorante, sabonete e afins e fui pra casa. Teria mais um treinamento amanhã e se eu passasse já começaria a trabalhar. Eu estava super ansiosa pra isso acontecer e sentia que daria certo, não via a hora de ser independente.

Jogo o saco com as coisas que comprei em cima da cama e começo a me despir, precisava de um banho e de relaxar, estava muito cansada. Meu celular começa a tocar dentro da mochila, e eu a abro, na procura do aparelho. Assim que o encontro, leio o nome que sempre faz um friozinho surgir na minha barriga e atendo.

- Oi Justin.

- E aí gostosa, vamos jantar juntos?

Um sorriso surge em meus lábios.

- Não é uma má ideia, mas tenho que voltar pra casa porque provavelmente o meu pai vai dormir em casa hoje.

- Beleza, qual restaurante tu prefere?

- Mas você vai sair da favela? Sabe que não pode ficar se arriscando.

- Eu não tô aguentando me sentir preso, preciso sair antes que eu fique louco e acabe metendo bala em todo mundo.

- Calma. - Dei risada.

- Como foi o treinamento?

- Foi ótimo, tirando a parte que quase não consegui entrar na sala porque cheguei atrasada.

- Sinto muito.

- Não foi culpa sua, e por que você está tão bonzinho comigo?

Ele ficou em silêncio.

- Como está a Avalanna? - Perguntei, mudando de assunto.

- Ela está bem, pede pra ir pra praia a todo tempo.

- Tadinha, leva ela Justin.

- Vou ver o que consigo fazer. Mais tarde te pego aí.

- Ta bom, beijos.

Ele desligou e eu fiz careta por não ter mandado beijos de volta. Talvez foi culpa minha de ter perguntando o porquê dele está diferente comigo. Será que ele estava gostando mesmo de mim? Ou apenas não quer que eu saia da vida dele. Realmente não sei.

[...]

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