C A P Í T U L O 16

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A cada passo que eu dava ao lado do tal Zac, pensava no que falar pro Justin, eu sabia que ele tinha dito pra eu não entrar mais na favela, mas depois dos amassos que tivemos eu fiquei na dúvida se essa ordem ainda estava de pé.

Assim que Zac abriu a porta da casa dele, suspirei fundo e entrei. A casa está silenciosa e eu observava os detalhes da sala. Justin era mesmo um homem muito rico e ele não fazia questão alguma de não mostrar isso. Os móveis são lindos e eu denunciava ser bem caros.

Ando até o sofá e me sento, afinal não tinha mais nada que eu podia fazer, já estava fodida mesmo. Percebo que havia uma foto revelada virada pra baixo em cima do sofá ao meu lado. Por curiosidade eu a peguei e vi o Justin com uma bebê linda no colo. Franzi o cenho, pensando em quem seria ela. Também percebo uma aliança em seu dedo e me pergunto se ele já foi casado, já que não o vi com nenhuma aliança. Havia muitas coisas em sua vida que eu ainda não sabia.

 Havia muitas coisas em sua vida que eu ainda não sabia

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- Mexer nas coisas dos outros é feio. - A voz masculina me assustou fazendo-me dar um pulinho e logo a foto é arrancada da minha mão por ele, que não estava com uma cara nada boa. - Que porra tu veio fazer na favela? Eu já não disse que não queria mais te ver aqui?

- E-eu - penso em que desculpa dar - eu só vim porque vim fazer um trabalho da faculdade com o Lucas.

- E não podia fazer na tua casa?

- Não, meu pai está em casa e ele é ciumento.

Justin revirou os olhos e guardou a foto dentro do bolso da bermuda preta.

- A tua sorte é que você me irritou num dia que eu tô até de boa, porque senão...

- Senão o que? - levantei - até parece que iria fazer alguma coisa comigo - andei até ficar na frente dele e cruzei os braços - se quisesse já teria feito.

Ele riu debochadamente e eu continuei o encarando.

- Essa pose de durona não combina com você, você é frouxa pra caralho.

- Eu? Não sou frouxa, só não estou acostumada a conviver com gente barraqueira que acha que bater e matar é a solução pra tudo.

Ele franziu o cenho e tirou o celular do bolso, mexeu nele por alguns segundos e depois colocou na frente do ouvido. Fiquei observando sem entender.

- Quero que você venha pra cá agora caralho, vamos ter uma conversa.

Dito isso ele desligou e eu fiquei ainda mais sem entender.

- O que foi isso?

- Vou colocar você e a Beatriz de frente e resolver esse caralho de uma vez por todas.

- Tu tá maluco? Essa menina é louca, eu não tô afim de tomar porrada.

- Para de ser frouxa porra que ela não vai te bater, eu não vou deixar.

- Você se acha demais. - Revirei os olhos e dei as costas pra ele, indo na direção do sofá, mas ele me impediu puxando meu pescoço, fazendo nossos olhares ficarem fixos um no outro.

- Eu não me acho, eu sou.

Mordi os lábios involuntariamente, achando sua pegada sexy. Estamos tão próximos que consigo sentir sua respiração na minha pele. Sinto seu olhar em meus lábios e sua mão que está meu pescoço se afrouxa, passando os dedos em meus cabelos, deixando-me completamente arrepiada. Ele puxa lentamente a minha cintura com a mão livre, deixando nossos corpos colados e logo sua boca invade a minha e eu não penso duas vezes antes de ceder passagem para a sua língua deslizar na minha.

Nosso beijo estava sendo intenso e muito prazeroso. Quando percebi, estava apenas de sutiã e calcinha e ele estava apenas de cueca. Consigo sentir seu pênis completamente alterado, o que me deixava muito excitada. Justin me pôs no colo e eu cruzei as pernas em sua cintura. Só parávamos de nos beijar pra recuperar o fôlego, mas logo voltávamos.

Justin estava caminhando em direção do quarto, mas um barulho o impede, fazendo a gente parar de nos beijar e olhar pra trás.

- É PRA ISSO QUE ME CHAMOU AQUI? PRA VER ESSA CENA RIDÍCULA?

O berro da garota que quase me bateu a alguns minutos atrás me fez arregalar os olhos, Justin me botou no chão e bufou. Peguei minha roupa do piso rapidamente e comecei a vestir a calça.

- Para de grito caralho, te chamei pra gente conversar.

Ele pegou a bermuda do chão e começou a vestir. Merda, essa droga de garota precisava aparecer logo agora?

Era notável que ela se segurava pra não partir pra cima de mim. Seu rosto estava vermelho de tanta raiva e suas mãos estavam fechadas, como se estivesse se controlando.

Nos vestirmos e era visível que Justin não estava nada feliz por ela ter atrapalhado o nosso momento, assim como eu não estava.

- Sentem no sofá. - Ele falou e eu franzi o cenho.

- Pra quê isso? - Perguntei.

- Senta logo porra.

Bufei e resolvi sentar.

- Eu não vou sentar perto dessa vagabunda.

- Vagabunda é você sua louca. - Me levantei e ela ia pra cima de mim mas parou quando olhou pro Justin que estava com uma cara nada boa. Ela se sentou perto de mim e bufou.

- Quero deixar claro algumas coisas aqui. - Ele ficou na nossa frente de braços cruzados. - Primeiro ponto: eu não sou seu namorado, eu não namoro com ninguém, o que tivemos foi apenas sexo e o que temos é apenas sexo.

Ele diz friamente olhando pra Beatriz e eu fiquei sem graça por ela. Será que ele só me queria pra isso também? Só por sexo? Não que eu queira algo a mais, mas é estranho ficar com uma pessoa sabendo que ela só quer te comer.

- Segundo, essa palhaçada de toda vez que você ver a Cecília querer bater nela acaba agora, se eu souber que você tentou bater nela novamente, você sai dessa favela e nunca mais entra aqui.

- Mas Justin. - Ela diz chorando e eu acabo ficando com pena.

- Mas Justin é o caralho, pare de tentar forçar algo que não existe, eu não sou nada seu. E terceiro ponto, eu já disse pra você não vim mais pra favela, eu não confio em você. - Ele diz olhando pra mim e eu solto um riso debochado.

- Sério que ainda existe essa ordem? Não pareceu existir quando quase me fodeu.

Ele ficou calado e revirou os olhos.

- Assunto encerrado.

- VOCÊ É UM BABACA. - Beatriz gritou e saiu correndo. Me levantei e quando ia sair também ele me impediu, dando um leve empurrão que me fez sentar de volta ao sofá. Franzi o cenho.

- Ainda não acabamos o que começamos.

- Não foi você mesmo que disse que eu não posso mais entrar na sua favela? - Falei com ironia.

- Não importa, depois que a gente transar você segue a ordem.

Fechei a cara, sentindo ódio pelas suas palavras.

- Você acha que eu sou alguma vagabunda? Você é um ridículo. - Levantei com raiva e ele segurou meu braço.

- Eu sei que você não é vagabunda, não me entenda mal.

- Não é isso que parece, acha que vou deixar você me tratar igual a Beatriz? Eu não sou ela.

- Eu sei que não é caralho - revirou os olhos.

- Vou obedecer a sua ordem, nunca mais eu piso os pés nesse lugar. - Disse entredentes e saí andando. Estava tremendo de ódio, ele estava com uma visão muito errada sobre mim. Não sou nenhuma vagabunda pra ele me tratar dessa forma.

Gringo, o meu traficante.Onde histórias criam vida. Descubra agora