C A P Í T U L O 37

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- Você está linda. - Justin elogiou-me e eu sorri, sentada no canto da cama ao seu lado, enquanto ele mastigava o sanduíche.

- Obrigada.

- Vai ter muito homem lá?

Gargalhei e dei de ombros.

- E se tiver, o que tem demais?

- Já não gostei.

- Isso é ciúmes?

- Tenho que cuidar do que é meu.

Suas palavras me deram um frio imenso na barriga e fizeram as palavras fugir dos meus lábios.

- Tô com vontade de tirar essa roupa toda e te foder todinha.

- Nada disso Bieber, por mais que seja tentador eu já estou prontíssima e não quero me desarrumar.

- A pequena já acordou? - Perguntou de boca cheia.

- Ainda não, só a jararaca da mãe.

Justin riu e eu revirei os olhos.

- Ela deve está puta com a mudança do horário.

- Problema dela, ela que lute.

- Problemática. - Disse sorrindo.

- Eu? É por que tu não viu como ela me tratou agora a pouco.

- O que ela fez?

- Deixa pra lá.

Assim que o Justin ficou pronto pra finalmente irmos e eu consegui me controlar pra não dar pra ele, saímos do quarto e começamos a andar pelo corredor, eu estava entretida conversando com a Claire no celular, contanto que já estava indo pro meu treinamento, até que sinto algo bater em mim com força e um líquido me molhar. Abro a boca, chocada e arregalo os olhos.

- VOCÊ TÁ MALUCA? - Gritei, vendo o estrago que a vagabunda fez na minha roupa, ela simplesmente derrubou todo o suco de uva na minha roupa branca.

- Me desculpa, eu juro que foi sem querer. - Ela fingiu está chocada, levando a mão na boca.

- VOCÊ FEZ DE PROPÓSITO SUA VACA, COMO EU VOU PRO MEU COMPROMISSO AGORA? EU JÁ ESTOU EM CIMA DO HORÁRIO. - Senti meus olhos marejarem de ódio e Justin me segurou.

- Calma Cecília, não foi por querer.

- EU NÃO QUERO SABER JUSTIN, OLHA O QUE ELA FEZ NESSE CARALHO, E AGORA?

- Eu posso te emprestar uma roupa minha. - Se fez de coitadinha, fazendo meu ódio triplicar.

- Eu não quero nada de você sua vaca. - Disse com ódio e passei por ela a esbarrando, deixando as lágrimas rolarem em meu rosto.

- Cecília, espera. - Escuto Justin falando e vindo atrás de mim mas ignoro. Ele consegue me alcançar já fora da casa e puxa meu braço.

- Vamos em uma loja, eu compro outra roupa pra você.

- Não vai dar tempo Justin, faltam meia hora. - Disse chorando.

- Calma princesa, vai dar tempo sim. - Ele limpou minhas lágrimas com os dedos e pegou em minha mão, indo até a sua garagem.

- Vamos de moto que é mais rápido.

Nem sabia que ele tinha moto e fiquei impressionada com a moto que vi. Ele colocou o capacete apressadamente e me deu o outro, onde fiz o mesmo. Subi na moto e abracei sua cintura. Justin saiu quase voando da garagem e eu torcia pra dar tempo.

Pedi pra Justin parar na primeira loja que vi, espero que encontre alguma roupa social. Saímos da moto entramos apressadamente no local. A loja estava vazia, tinha apenas duas atendentes que me olharam assim que entrei, ou melhor, olharam pra minha roupa.

- Pelo amor de Deus, preciso de uma roupa social urgente, vocês vendem? - Perguntei desesperada e uma delas assentiu.

- Temos algumas, vem que vou te mostrar. -  A morena respondeu e eu fui até ela, a outra que estava no caixa ficou olhando pro Justin na maior cara de pau, mas resolvi ignorar.

A mulher me mostrou algumas roupas mas eu não gostei de nenhuma, como eu estava atrasada tive que escolher alguma de qualquer forma. Entrei no provador pra vestir e enquanto isso Justin estava no caixa pagando. Enquanto vestia a calça, escuto as risadas das meninas, provavelmente o Justin estava falando alguma palhaçada, o que me fez revirar os olhos.

 Enquanto vestia a calça, escuto as risadas das meninas, provavelmente o Justin estava falando alguma palhaçada, o que me fez revirar os olhos

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Vesti tudo apressadamente e saí do provador segurando a roupa manchada nas mãos. Andei até o Justin e as risadas cessaram, ele pegou o comprovante de pagamento e eu peguei em sua mão antes de sairmos. Joguei a roupa num balde de lixo que vi.

- Muito engraçadinho você né Bieber? Virou piadista agora? - Resmunguei enquanto colocava o capacete.

- Isso é ciúmes, meu bem? - Perguntou com tom de deboche, já em cima da moto. Bufei e subi também.

Justin começou a pilotar rapidamente e eu sabia que iria me atrasar ao ver o horário no relógio em meu pulso, só faltavam dois minutos pra dar o horário, o que fez meu coração acelerar.

Quando finalmente chegamos, pulei da moto e tirei o capacete apressadamente. Entreguei ao Justin e olhei novamente pro relógio, eu estava vinte minutos atrasada, merda.

- Qualquer coisa me liga ok? Boa sorte, você vai conseguir.

Assenti e comecei a correr até o prédio. Fui até a recepção e informei o andar que iria e o que iria fazer, a mulher assentiu e eu passei por ela rapidamente, indo até o elevador. Entrei e apertei no botão que indicava o andar que iria. Minhas mãos soavam de nervosismo, eu já estou causando uma má impressão pra empresa.

Assim que as portas do elevador abriram, corri até a porta da sala e dei duas batidas. Meu coração subia e descia rapidamente de ansiedade. Quando a porta abriu, um homem velho, baixo e barbudo, me olhou de cima a baixo com a cara feia.

- O que você quer?

- O-oi, - coloquei a franja atrás da orelha - eu sou a Cecília, vim fazer o treinamento.

- Você está atrasada e não suportamos atrasos, sendo assim está eliminada, pode ir embora.

Arregalei os olhos e meu coração só faltava sair pela boca. Algumas meninas que estavam dentro da sala, sentadas em cadeiras, olhavam pra mim com cara de deboche, me deixando envergonhada.

- Por favor moço, aconteceu um imprevisto com minha roupa, eu tive que ir numa loja correndo comprar outra, eu prometo que sou responsável, eu preciso muito desse emprego. - Supliquei e ele negou com a cabeça.

- Pode ir embora.

Ele diz e começou a fechar a porta lentamente, até que vejo um homem aparecer no meio da sala, de terno escuro, igual a calça social, e com as mãos dentro dos bolsos da calça, olhando em minha direção.

- Deixe a menina entrar, imprevistos acontecem. - Ele diz olhando fixamente pra mim. Sinto uma ponta de esperança invadir.

- Mas senhor, ela...

- Estou mandando.

O velho assentiu e abriu espaço para que eu entrasse. Suspirei aliviada e sorri para o homem.

- Obrigada.

Gringo, o meu traficante.Onde histórias criam vida. Descubra agora