CECÍLIA
Assim que cheguei em casa, me deitei na cama e sem tirar o sorriso dos lábios, fechei os olhos. Tive uma noite gostosa com o Justin, apesar do que rolou, eu amei.
[...]
O toque do meu celular me fez bufar, só queria dormir mais um pouquinho, e queria acordar nos braços deliciosos daquele homem. A realidade me chamava. Praticamente me arrastei até o banheiro, tirei as roupas e fui até o chuveiro, onde tomei um banho rápido.
Após ficar pronta, peguei minha bolsa e meu celular e saí do quarto. Ando até a cozinha, e quando chego vejo meu pai sentado em uma das cadeiras, bebericando a xícara branca com bolinhas pretas, o seu café, que estava muito cheiroso por sinal. Ele estende o olhar pra mim, e eu sorrio, indo até uma cadeira e me sentando.
- Bom dia pai.
- Bom dia, querida.
Coloco um pouco de café numa xícara que já estava na mesa, e pego um pão dentro do saco de papel marrom.
- Pra onde vai?
- Vou para o segundo dia de treinamento da empresa. - Digo sorridente, enquanto passo um pouco de manteiga dentro do pão.
- Que bom, fico feliz por você, só não esqueça de se dedicar aos seus estudos.
- Pode ficar tranquilo. Vou aproveitar essas férias, mas assim que as aulas voltarem terei foco total.
- Assim espero.
Após tomar o café da manhã, lavei os pratos e fui até a garagem, onde caminhei até a minha bebê e subi em cima. Liguei a moto e cantei pneu para o prédio.
[...]
- Bom, após uma longa tarde de treinamento, já temos os nossos escolhidos para trabalhar na empresa. Por favor, peço que quando eu chamar cada um de vocês, entrem naquela sala. - O velho apontou para a porta branca e todos assentiram, como eu. Meu coração estava acelerado e minhas mãos soavam de medo e ansiedade.
- Maria Eduarda. - O velho, que está sentado numa cadeira, em frente a uma mesa branca, chamou a garota, enquanto olhava fixamente para uma folha de papel que continha o nome das pessoas que estão presentes nessa sala, todos sentados em cadeiras e com a ansiedade á mil.
A Maria entrou na sala, e após uns três minutos ela saiu, com uma cara triste, o que me fez entender que ela não foi aprovada. Isso me gerou mais ansiedade, e pensamentos negativos começaram a surgir em minha mente.
- Eliane Souza. - O velho chamou, e a garota morena, com sua calça jeans branca, acompanhada da blusa preta, se levantou, e com a mão no peito caminhou até a sala. Suspirei fundo, torcendo mentalmente para que ela fosse aprovada, afinal, temos que desejar o bem ao próximo.
Assim que a porta da sala foi aberta, a Eliane saiu chorando e eu levei a mão no peito, com pena. Isso fez com que eu desanimasse mais ainda, tinha quase certeza que também seria reprovada, afinal, as meninas eram boas no treinamento.
- Cecília Sanches.
Ao ouvir meu nome, meu coração deu um salto enorme. Travei por alguns segundos na cadeira, e o velho me olhou de cenho franzido, como se esperasse eu me levantar. Suspirei fundo, e caminhei lentamente até a sala. Toquei na maçaneta dourada, com a mão completamente soada. Abri a porta, e entrei.
Lá estava ele, aquele mesmo homem que deixou que eu fizesse o treinamento, ele que me defendeu do velho insuportável. Sorri, completamente nervosa e ele retribuiu, e caralho, que sorriso bonito! Não tão quanto o do Justin, mas era muito bonito. Na verdade ele se parecia com o do Justin, ou eu estava bem louca da cabeça.
- Sente-se. - Ele apontou pra poltrona branca em sua frente e eu caminhei até ela, me sentando. Impossível não reparar no seu terno escuro perfeitamente alinhado, juntamente com a gravata branca e bem amarrada. Seu topete loiro aparentemente macio, sua barba bem feita, e o relógio que eu denunciava ser de puro ouro, em seu punho. Sentia seu olhar fixo em meus olhos, e tive certeza quando o encarei. Um olhar intimidador, e muito parecido com um olhar que eu já conhecia.
- Cecília, bonito nome.
Suas palavras fizeram um frio de nervosismo percorrer em minha barriga.
- Obrigada. - Sorri em gentileza.
- Devo dizer que por mais que não seja pontual, eu gostei bastante da sua desenvoltura no treinamento.
- Eu juro que vou mudar isso, não vou atrasar um minuto sequer. - Falei rápido de tanto nervosismo.
Ele riu, me deixando sem graça.
- Fique calma, você está muito nervosa.
Suspirei fundo e forcei um sorriso, tentando manter a calma. Calma era uma coisa muito difícil a se fazer quando tem um chefe gato do caralho te analisando.
- Bem, Cecília, - ele deu algumas batidinhas com a caneta preta em cima da mesa - você foi aprovada e começa a trabalhar amanhã, no horário combinado.
Dei um suspiro demorado de alívio e um sorriso gigante surgiu em meus lábios.
- Não sei nem como te agradecer, muito, mas muito obrigada.
- Não tem de quê, espero não me decepcionar.
- E não irá senhor... - Esperei ele falar o seu nome.
- Jaxon.
- Não irá se decepcionar senhor Jaxon. - Me levantei sorridente e ele assentiu.
- Até logo, Cecília.
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Gringo, o meu traficante.
FanfictionUma jovem brasileira chamada Cecília tem sua vida completamente mudada após conhecer um traficante dos Estados Unidos. Cecília acabou se perdendo pelos olhos castanhos de Justin, um fato irônico e imprevisível, afinal, o pai de Cecília é um policial...