Acordar sentindo o cheiro doce da Cecília era bom demais. Seu corpo praticamente nu está colado ao meu, enquanto meus dedos deslizam pelo seu braço, fazendo carinho. Ela está de costas, somente de calcinha, enrolada no edredom macio e branco, onde está cobrindo até as nossas cinturas. Dou alguns beijos em seu pescoço lentamente, e deslizo a ponta do nariz nele. Como é bom estar com ela, dormir com ela e acordar com ela.
Tento afastar esses pensamentos mas não consigo. Não queria me apegar a Cecília, nunca foi essa a minha intenção e sim, ficar com ela sem sentimentos, como sempre fiz com as outras mulheres. Não gosto de pensar que ela possa ser mais um ponto fraco meu, como a Amélia já foi um dia.
Ontem a noite ela me disse que hoje seria seu primeiro dia de trabalho, ainda está cedo já que ela vai trabalhar pelo período da tarde, mas resolvo acorda-la pois a mesma não trouxe roupas para ir.
- Cecília, acorda meu bem. - Balanço sua cintura com cuidado, até ela se mexer na cama. De sua boca sai um resmungo e suas mãos coçam seus olhos.
- Que horas são? Deixe-me dormir. - Ela se vira pra mim, afogando seu rosto no meu peito, e abraçando a minha cintura com um braço. Sorrio e beijo sua testa. A mesma ainda estava com os olhos fechados.
- Eu até deixaria, mas você começa seu trabalho hoje e não trouxe roupas.
Ela fez bico e resmungou algo.
- Ai que saco, já odiei trabalhar. - Ela diz num tom de brincadeira e eu ri.
- Ta trabalhando porque quer, já te disse que eu posso lhe dar tudo que quiser.
- Até parece que nasci pra depender de homem. - Ela abre os olhos e eu mexo os ombros pra cima, como se dissesse "você que sabe".
- Vamos, levanta que eu tô morrendo de fome. - Digo e tiro ela do meu peito com cuidado, me levantando. A mesma me olha de cima a baixo e fixa o olhar no meu pau coberto pela cueca box branca.
- Para de ser tarada garota. - Brinquei e ela riu.
- Quem manda ser gostoso.
Resolvi esquecer do episódio de ontem, não queria ficar brigando com ela, e sabia que a culpada disso tudo foi a vagabunda da Amélia que inventou aquela mentira.
Tomamos banho juntos e fizemos uma rapidinha no banheiro. Nos arrumamos e de mãos dadas fomos até a cozinha, onde a Amélia estava sentada em uma das cadeiras, comendo panqueca, enquanto a empregada estava de frente pro fogão, fazendo algo numa panela. O cheiro de café tomou todo o ambiente, eu amo esse cheiro.
- Bom dia. - Falo e me sento. A mesa estava repleta de comida. Amélia me olha com uma cara feia e eu sabia que ela estava com raiva por me ver com a Cecília. Ela sempre foi assim obsessiva, pior que eu, a mesma nunca superou o nosso término.
- Bom dia vaca... ops, Amélia, me confundi. - Cecília diz antes de se sentar ao meu lado. Seguro o riso e olho pra ela negando com a cabeça, a repreendendo.
- Vaca é você sua vadiazinha de merda. - Amélia retrucou, trincando os dentes.
- Não comecem vocês duas, vamos tomar café da manhã em paz.
- Ela que começou, reclame apenas com ela.
- Cala a boca que você não tem moral pra falar merda nenhuma, você pegou meu celular ontem e inventou mentira.
Ela se calou, levantou da cadeira e saiu batendo os pés da cozinha com raiva.
- Como você já foi casado com essa mulher Justin? Que insuportável.
- Deixa isso pra lá, agora come e fica quieta.
Ela levantou as mãos, como se estivesse se rendendo e eu ri.
- Daddy. - Ouço a voz sonolenta da pequena, e olho pra trás, vendo a Avalanna coçando os olhinhos com uma mão, enquanto na outra segurava um urso.
- Good morning my love.
Ela anda até a mim e suspende os braços para eu pega-la. Ponho a mesma no meu colo e dou-lhe uns beijos na sua cabeça. Cecília olha a cena com um sorriso nos lábios.
- Você fica tão amorzinho quando está com ela, nem parece que é o dono do morro que coloca terror nas pessoas. - Ela ri e eu acabo rindo também.
Após acabarmos de tomar café da manhã, vou até meu escritório, onde me tranco e sento em minha poltrona. Precisava resolver algumas coisas.
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Gringo, o meu traficante.
FanfictionUma jovem brasileira chamada Cecília tem sua vida completamente mudada após conhecer um traficante dos Estados Unidos. Cecília acabou se perdendo pelos olhos castanhos de Justin, um fato irônico e imprevisível, afinal, o pai de Cecília é um policial...