Capítulo 29

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- Noah Urrea -

Acordei cedo, olhei Any dormindo tranquila. Sorri e deixei um beijo em sua testa.

Levantei, tomei banho e me arrumei para ir no hospital ver minha mãe.

- bom dia, vim visitar Priscila Soares - falo com a recepcionista.

- pode ir ao quarto 345 - ela fala e me direciono.

- olá querido - tia Ursula fala ao me ver entrar.

- oi tia, obrigada por ficar com ela - agradeço e ela sai.

Me sento mando uma mensagem pra Any avisando onde estou e vejo minha mãe acordando.

- Noah? - ela pergunta atordoada.

- oi mãe - sorrio me aproximando.

- tá melhor? - pego sua mão.

- sim, só quero ir embora - ela fala afobada.

- vou chamar o médico - me levanto e saio.

Procurei médico até que o achei.

- bom, Noah é o que eu disse, redobrar o cuidado. Comprar esses remédios e começar o tratamento da diabete - ele me entrega a receita.

- pode levá-la para casa - ele diz e saí.

Fomos para casa, assim que entramos demos de cara com Any e Saby na sala.

- oi tia Pri - Saby se levanta e a abraça.

- oi linda - minha mãe sorri.

- oi filha, o que aconteceu com seu tornozelo? - ela indaga.

- tive um pequeno acidente no trabalho - Any explica.

- está melhor? - ela indaga.

- sim filha, só preciso de um banho - ela sobe as escadas.

Assim que minha mãe saiu senti o olhar de Saby sobre mim e a olhei.

- dormiu bem, Urrea? - ela me lança um sorriso malicioso.

- sim - engulo seco.

- depois do chá que tomou imagino que dormiu como um bebê - ela sorri de lado.

Essa garota não vale nada.

- é.... Acho que vou preparar o almoço - falo fugindo do assunto.

Olho para Any que ria olhando para o celular.

- Segunda-feira -

Posso dizer que o final de semana foi bom, porém me sinto aquelas garotas que transa com um babaca popular da escola, e depois fica com cara de tacho.

E o babaca da história é a Any.

Mas, provavelmente ela tá se sentindo errada pelo que aconteceu, e quer fingi que não houve nada, não posso julgar ela.
Nós conversamos, e ela age normalmente. E isso me irrita.

- eae Noé - Sina me cumprimenta assim que chego na escola.

Meus olhos corriam pela local, procurando por Any até que encontro ela conversando com Alex e Bailey. Ela já consegue se movimentar sozinha com o auxílio de moletas.

- você precisa perder a porra da mania de encarar as pessoas - Josh sussura.

- real - Sina concorda.

- Noah, ainda bem que te encontrei. Poderia tomar conta de uma turma que entrará na aula de química? A professora vai chegar atrasada - o diretor diz.

- posso sim - falo simples.

- ok, essa é a matéria. Você só irá escrever no quadro e olha-los - ele me passa mais algumas informações e ouvimos o sinal tocar.

Logo os corredores estavam vazios, me despedi de meus amigos e fui até a sala do terceiro ano.

- professor Noah? - uma aluna me olha sem entender e todos direcionam o olhar para mim.

- oi pessoal, vou ficar com vocês por enquanto. Suelen ainda não chegou, então vou passar a matéria dela para vocês não se atrasarem - explico e fecho a porta.

(....)

Era 18:00, Any estava cortando alguns legumes, para me ajudar com o jantar.

- tá tudo bem? - indago.

- sim, porque não estaria?- ela fala simples.

- é que...... Ah nada, é besteira - desisto de falar.

Eu queria tanto falar sobre o que rolou, expor o que eu sinto mas não quero parecer emocionado.

Um silêncio caí sobre nós, ouço a campainha tocar, e minha mãe vai abrir.

- quem é mãe? - Any indaga e ela continua em silêncio.

- eu - ele chega até a cozinha e nossa mãe logo atrás.

- o que você faz aqui? Filhote de curupira - Any fala fincando a faca na tábua de madeira.

- você devia ter mais modos, garota. Eu vim conversar. De forma civilizada - André fala.

- você não sabe o que é isso. Ou já esqueceu que nos expulsou da sua empresa? - Any rebate e minha mãe arregala os olhos.

- vocês foram lá? - minha mãe pergunta.

- infelizmente - murmuro.

- podemos conversar? - André me olha e assinto.

- a sós - ele pede.

- quero que elas ouçam também - cruzo os braços.

- ok - ele respira fundo - eu quero uma chance - ele pede.

- eu sei que não fui um bom pai, mas quero me retratar - ele fala.

- é cada coisa que chega a ser piada. O cara vem do inferno, pedindo um chance como se estivesse pedindo uma simples xícara de açúcar. Você disse que não éramos nada pra a você - Any fala chateada.

- eu não estou falando com você, bastarda. Tô falando com meu único filho, o Noah - aquelas palavras pegaram a todos de surpresa.

Os meus olhos se arregalaram e minha boca ressecou. Olha para Any e a mesma não tinha nenhuma reação.

Engoli em seco, minha mãe estava de cabeça baixa, com a mão na testa.

- hum? - ela parece ter saído de um transe.

- sua magnífica mãezinha não disse que, você não é minha filha? - ele fala. E se fosse possível meu queixo estaria no chão.

- Any, eu posso explicar - minha mãe diz com a voz trêmula.

- então, ele não é meu pai? - Any indaga e minha mãe abaixa a cabeça.

- fico encantada com a notícia - ela fala sem expressão, soltando uma risada sem humor.

- acho que você tem muita coisa para contar a eles, Priscila. Não é legal mentir sobre as origens de seus "filhos" - ele faz aspas com os dedos.

- alguém pode nos explicar o que está acontecendo? - pergunto nervoso.

- no caso, te explicar. Porque eu não quero saber de nada - Any pega as moletas e saí.

- filha, por favor me ouve. Eu tenho motivos - minha mãe grita e Any para na escada.

- todo mundo tem motivos pra mentir. E eu tô cansada disso, de nunca saber de nada e de sempre ter que entender o lado dos outros e nunca entenderem o meu, me deixa - ela continua subindo.

- tá vendo o que você fez? Isso é tudo culpa sua - reclama com o homem a sua frente.

- mãe, calma - a seguro.

- mãe? - ele ri sarcástico - Priscila, eu sabia que você era mentirosa, mas não a esse ponto - ele nega com a cabeça e a olho confuso.

Querida irmã|| NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora