Capítulo 39

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- Noah Urrea -

A semana foi um verdadeira desastre. Finalmente, o sábado chegou, queria apenas deitar, assistir séries e dormir, porém terá um jantar com Priscila, meu pai e Any.

Acreditem ou não, Priscila e meu pai estão juntos. O que é bem louco, olhando pelo fato de que há alguns meses eles não conseguiam passar duas horas no mesmo ambiente sem brigar.

- tá me dizendo que vai levar a Sofya com você? - Sina basicamente gritou.

- sim - disse óbvio.

- Noah! É um jantar de família, pra que vai levar ela? - indagou.

- não me diga que é por causa da Any! - disse Sina.

- claro que não! - menti.

- fala sério - bufou.

- ok, eu sei lá. Só não quero parecer que estou sofrendo como condenado. A Any parece tá tão bem com nosso término - falo.

- na moral, cala a boca. Noah, cada um lida com o término do um jeito, aposto que a Any tá mal também - deu um tapa em minha nuca.

- ou, pra que agressivar? - indago e ela revira os olhos.

- calado! Você não vai levar aquela mulher. E outra sei que a Any tá sofrendo, ela te ama - falou.

- me ama tanto que me deu um pé na bunda - falei.

- foda-se, pode falar pra Sofya que ela não vai. Se vira, da teus pulos - disse mandona.

- e outra tem caroço nesse angu, pode ter certeza. Agora, vou te ajudar a escolher uma roupa - disse indo ao meu guarda roupa.

Terminei de vestir o terno, deixei três botões da camisa abertos, ajeitei meu cabelo e sai pronto do banheiro.

- eai - disse dando uma voltinha.

- nem parece o jumento de sempre. Parece gente agora e o mais incrível, tu tomou banho - disse rindo.

- ha ha ha, que engraçadinha - revirei os olhos.

- bom, agora já vou. Porque minha mulher está me esperando - disse pegando sua bolsa.

- tchau loira de farmácia - falei e ela revirou os olhos.

- tchau filhote de capivara - saiu rindo.

Peguei a chave do carro, carteira e meu celular. Eu não estava preparado para ficar mais de 30 minutos no mesmo ambiente que Any, todas as poucas vezes que nos encontramos. Um de nós sai.

Dirigi até o melhor restaurante da cidade, encontrei meu pai e Priscila entrando e os acompanhei.

- que bom que veio, querido - disse Priscila me abraçando.

- não deixaria de celebrar com vocês - digo sorrindo para os dois.

Já havia se passado uns 20 minutos e Any não tinha chegado, por um lado me sentia aliviado, por outro mais nervoso do que nunca.Priscila iria ligar pra ela, até que vemos ela entrar.

Ela usava um vestido vermelho, justo e longo, sem mangas, saltos beje clarinho e um batom vermelho acompanhado a cor do vestido. Seus cabelos preso a um coque frouxo. Ela estava mais linda que nunca.

- boa noite, me perdoem o atraso. Problemas no trabalho - falou se sentando ao meu lado. Até porque era a única cadeira vazia.

- sem problemas, Gaby - disse meu pai.

Pedimos uma garrafa de vinho, e conversamos enquanto esperava a entrada do jantar.

- filha o que houve no seu braço - perguntou Priscila apontando para o curativo.

- ah, foi um tiro. Nada de mais - disse e fazendo meu pai e Priscila arregalaram os olhos.

- misericórdia como fala assim? Com tanta naturalidade - indagou meu pai.

- foi de raspão e essas coisas acontecem - disse levando a taça a boca.

Eu estava incomodado, em momento nenhum Any olhou para mim. Eu estava sentado ao seu lado e ela me trava como se fosse uma parede qualquer.

Mas ao contrário dela, fiz uma rápida análise. Seu rosto tinha expressão cansada, seus olhos fundo e com olheiras. Que mesmo maquiada ainda dava pra perceber.

- bom, queremos dar uma notícia - disse Priscila e assentimos.

- estamos juntos - soltaram e como já sabia apenas sorri.

- uau, vocês não se odiavam? Quanto tempo eu perdi? - indagou Any.

- não conseguimos contar. Você estava tão ocupado com o trabalho - disse meu pai.

- o trabalho dela sempre está em primeiro lugar - murmurei.

- o que disse? - Any me olhou.

- hm? Não sei do que está dizendo - fiz o sonso.

- bom, felicidades - voltou a atenção ao casal a nossa frente.

O restaurante era agradável, perfeito para encontros ou jantares românticos. Uma orquestra tocava músicas lentas perfeitamente bem.

- quer dançar? - perguntou meu pai e Priscila assentiu pegando sua mão.

Se já estava ruim agora piorou. O  clima era tenso, só havia eu e Any na mesa e ela fazia questão de mexer no celular. Aquilo estava acabando comigo. Precisava falar algo.

- vai fingir que não me conhece? - soltei.

- eu não estou fazendo isso - rebateu.

- você nem olhou pra minha cara, não dirigiu a palavra a mim - bufei.

- você não é motivo do jantar, não tem o porque eu estar conversando ou te olhando - falou séria.

- não seja imatura, por Deus - pedi.

- se acha que é imaturidade, problema é seu - deu de ombros.

- estúpida - grunhi.

Any era uma pessoa doce mas, consegui ser indiferente quando queria. Isso me machucava profundamente.

- Any, eu não entendo. Eu não consigo entender, o problema foi eu? - solto do nada a assustando.

- Noah.... - respirou fundo.

- eu estou passando por cima da porra do meu orgulho. Porque desde que rompemos eu não durmo em paz, pensando onde eu falhei com você - desabafei.

- adolescente esconde o que sente, e nós somos adultos. Eu tenho direito de saber - falei, porque não sou baú. E aquilo me sufocava.

Ela tamborilava os dedos na mesa, pensando no que falar. Abriu a boca várias vezes mais sua voz não saía. Seu celular tocou e a mesma o checou e o colocou na mesa de volta.

- olha Noah, tudo tem um começo e um fim. O mesmo vale para nosso relacionamento - disse seca. Suas palavras foram como facas.

- um dia você entenderá - diz de forma suave.

Encerramos o assunto e por vezes Any olhava para os lados após receber mensagens em seu celular. Seus olhos passeava por todo restaurante em alerta, como se preocupasse alguém.

Estranho...

- nota da autora: a fic está no finalzinho 🥺✨





Querida irmã|| NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora