Capítulo 45

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- Any Gabrielly -

No dia seguinte, meu quarto estava preenchido por meus amigos. E eu simplesmente radiante.

- amor! - Sav me abraçou de maneira protetora.

- também senti sua falta, meu bem - murmurei assim que me afastei dela.

- como vocês todos conseguiram entrar, pode? - indaguei me ajeitando na maca.

- poder não pode.... Mas, a gente deu nosso jeitinho - disse Sina.

- gnominha! - exclamei sorrindo, vendo Yoon, ela correu como uma criancinha para me abraçar.

Tomei café em companhia de todos que falavam sem parar, adorava a presença de todos, me sentia amada e protegida.

Noah ficou num cantinho, observando minha interação com nossos amigos, e seus lábios havia um sorrisinho bobo.

- e quando você vai ter alta? - indagou Sofya.

- preciso fazer fisioterapia, para me movimentar melhor, mas nada muito grave - explicou Noah e assenti.

- já diria Sabina: vaso ruim não quebra atoa - ri de minhas palavras.

- inclusive, cadê ela? - indaguei e os sorrisos sumiram.

Bailey, não havia ido me visitar porquê não estava se sentindo bem, mas ninguém havia falado nada de Saby.

- gente, cadê a Saby? Ela tá trabalhando hoje? - indaguei outra vez.

- Gaby.... Olha, é que - começou Sav.

- cadê a minha amiga? - perguntei sentindo um aperto no peito.

Todos se encaravam como se procurassem as palavras certas ou coragem, e aquilo estava acabando comigo. Iria perguntar mais uma vez, mas Alex respirou fundo se aproximando da cama.

- a Saby, te salvou do incêndio que o Carlos causou. E ela não conseguiu sair do lugar - explicou Alex segurando minha mão.

- brincadeira tem hora, gente - ri falhado, procurando alguma expressão em seu rosto que mostrava, que ele estava apenas brincando.

Mas, eles se mantinham sérios e o semblante abatido se apossou de seus rostos. Eles não estavam brincando.

- mas... E-ela, eu... Alex, ela prometeu, lembra? - indaguei com os olhos marejados e ele assentiu - ela disse que q-quando a gente voltasse.... - tentei terminar a frase, mas não consegui.

Um bolo se formou em minha garganta, senti faltar ar em meus  pulmões, soluços atrapalhavam minha fala. Minhas mãos começaram a tremer.

- Lex, ela m-me prometeu... Que a gente ia voltar - solucei - to- todos juntos - falei e ele me olhou com os olhos cobertos de lágrimas.

- vem cá, pedra - disse Josh, me abraçando de forma reconfortante, até porque era o único que lutava pra não chorar.

Olho pra Noah, que abraçava Sav a confortando.

- me desculpa, Gaby - disse Alex, e foi abraçado por Sofya.

Meu mundo caiu.

Chorei até não aguentar mais, queria gritar, queria que fosse um sonho, mas não era.

....

Assim que todos foram embora, Noah ficou ao meu lado todo o tempo, prestando todo cuidado e assistência a mim.

- será que o May me odeia? - perguntei choramingando.

- claro que não, cachinhos. Ele sabe que não foi sua culpa - disse acariciando meus cabelos.

Ele estava deitado junto comigo na maca, e estávamos assistindo Barbie. O olhei com um bico choroso nos lábios, e ele beijou minha testa.

- não se culpe. Sei que você entraria no fogo por, se fosse ela no seu lugar - disse acariciando meu rosto calmamente e assenti.

- eu me orgulho de você - falou beijando meus cabelos.

Fechei os olhos apreciando seu carinho, mas as minha últimas lembranças com Sabina me perturbavam.

- vai ficar tudo bem, eu prometo - disse e o abracei mais forte inalando seu perfume.

- eu confio em você - falei e ele abriu um sorriso, mostrando suas covinhas.

Depois do almoço ele precisou sair e meu médico entrou com um enfermeiro no quarto.

- Senhorita Any, como se sente? - indagou gentil.

- bem na medida do possível. Quero sair daqui logo - falei insatisfeita e ele riu de meu afobamento.

- bom, esse é o enfermeiro Harvey Petito. Responsável pela ala de ortopedia, ele vai cuidar da sua recuperação - disse o médico.

- oh sim - assenti e o médico saiu me deixando com Harvey.

- bom, quer tomar uma banho? - perguntou e senti minhas bochechas esquentarem.

- ah... Eu.... - travei de vergonha.

- Any, está tudo bem. É o meu trabalho, prometo que não sou um tarado - brincou e ri fraquinho.

- ok - falei e o mesmo me ajudou a levantar.

- eu consigo fazer isso sozinha - falei baixinho.

- ok, tudo no seu tempo - sorriu reconfortante, se retirando do banheiro.

Harvey é legal, simpático e muito paciente. Gostei dele. Tirei o roupão, e me virei encarando o espelho.

- eu... Puxa, eu to horrível - disse com a voz falhada.

Meu rosto tinha pontos, entre meus seios uma cicatriz, uma queimadura em minha coxa. Meu corpo estava marcada e não era pra menos.

Eu me sentia feia, não queria me mais encarar. Não tinha coragem pra isso.Tudo parecia desmoronar sobre minha cabeça,  Sabina está morta, por minha culpa, coloquei todos que amo em risco.

E eu achando que poderia ficar com Noah depois que toda a confusão passasse, mas eu tô horrível ele não vai me querer mais. Deve estar com pena de mim. Por isso me trata bem

- Any, posso entrar? -  ouvi a voz de Harvey.

- sim, claro - falei segurando o choro.

- o que houve ? - perguntou amável, me guiando até uma cadeira que, estava dentro do box.

- eu pareço o frankenstein - falei e ele negou.

- claro que não, você é linda! - exclamou limpando minhas lágrimas.

Eu chorei.
Chorei por culpa, por saudade da minha melhor amiga, chorei por vergonha e repulsa de mim mesma. Chorei de dor, e nenhuma dor física, chegava aos pés da dor que corroia meu peito.

- nota da autora: HARVEY CHEGOOOU, BABYS

Querida irmã|| NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora