Capítulo 41

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- três semana depois -

- Any Gabrielly -

Estava tudo acontecendo. Literalmente, a uma semana André foi "preso", recebemos uma denuncia, alegando que, ele traficava crianças. Como todas as transações, recibos estavam em seu nome, tinha "provas" suficiente.

Eu mesma, fui e o prendi para não levantar suspeitas. Minha mãe tá desolada e Noah puto comigo, ambos queriam que eu ajudasse. Lembro que quando sai da empresa com André algemado, vi um sorriso gigante brotar no rosto de Carlos.

Aquele maldito não perde por esperar....

- tá tudo bem? - perguntou Mel, sentando ao meu lado.

- eu tô com medo - desabafei.

- não precisa, a primeira parte do plano foi executada perfeitamente. Daqui a poucas horas tudo vai estar consumado - disse.

- mas e se eu travar? Se ficar desesperada? - pergunto, sem ao menos respirar.

- vai dar tudo certo, você já enfrentou mafiosos, assassinos, bandidos. Vai conseguir pegar ele - falou e me abraçou.

Não passou dez minutos e chegou mensagem de Sofya, quase voei para pegar meu celular, quando ouvi o toque da notificações.

"Os capangas já estão no local"

Apenas olhei e respirei fundo. O plano de Carlos era retirar André do caminho, fazendo com que ele decepcionasse minha mãe. E quanto a Noah.... Corria riscos de vida, Carlos mandou seus capangas atrás dele para que não precisasse fazer o trabalho sujo.

Com isso ele iria consolar, minha mãe e eu. Além de ficar com a empresa e se tornar o orgulho de seu pai.

- as vezes me pergunto quando foi que, minha vida virou roteiro de filme de ação - murmurei me preparando pra ir.

- eu realmente não sei - rimos fraquinho.

Três horas depois as viaturas saíram em direção ao local onde Noah estava. Eu estava morrendo de ansiedade, queria ter ido resgatar ele na hora que recebi a mensagem, mas daria muito na cara.Pelo celular de Sofya fizemos o rastreamento e fomos ao lugar.

Meu coração gelou quando fomos ao mesmo lugar abandonado onde fui abusada. Minhas mãos começaram a tremer e minha respiração ficar desregulada, mais um tempinho e chegamos à um casebre, não muito distante da maldita praça onde meu sofrimento começou.

- seguinte, vocês vão cercar o lugar. Eu entrarei lá - falei no rádio.

- espera aí. Você não vai sozinha - disse Sabina.

- eu vou sim - sai do carro, sentindo o desespero me tomar.

Respiro fundo, não posso estragar tudo. O amor da minha vida tá lá dentro.

Me aproximo com cuidado do local, e vejo que a porta tá aberta. Entro e no terceiro cômodo, o único que estava iluminado.

- Sofya? Mãe? Cadê o Noah? - quase grito vendo elas amarradas.

Não esperava isso.

- achou que eu não ia descobrir? - ouvi a voz asquerosa de Carlos e olho pra trás vendo Noah com machucados pelo corpo sendo segurado por dois brutamontes.

- seu filho da puta, eu vou acabar com você! - grito desesperada.

- sabe, a agente Plotnikova, é bem espertinha, me enganou todo esse tempo. Fez um belo trabalho, mas seu erro foi esquecer o celular desbloqueado - falou rindo como maluco.

- solta eles, eu já estou aqui. É a mim que você quer - disse desesperada.

- tsc, tsc, tsc - estralou a língua negando.

- as coisas não funcionam assim docinho. Lembra quando disse que faria sua vida um inferno? Eu vou, mas vai ser bem pior. Você vai se arrepender de ter nascido - sorriu e fez um sinal para que os capangas colocassem Noah amarrado na terceira cadeira, que tinha ao lado de Sofya.

- coloque todas as suas armas no chão, tira dos os equipamentos - mandou e neguei.

- Any... Minha filha, obedece ele - implorou minha mãe.

Respirei fundo e coloquei as armas no chão, tirei meu colete a prova de balas, coloquei no chão ficando apenas com minha calça e a camisa. Já pensando no que eu faria.

- agora vem cá - me chamou e não fui, então ele me puxou - lembra do parque? - disse se referindo a noite que fui estuprada e engoli seco.

- hoje tem plateia, gostou? - riu e me puxou pra perto.

Eu simplesmente travei. E comecei a chorar, ele abusaria de mim na frente da minha família e da minha amiga. Aquilo era demais pra mim.

- não se atreva a me tocar, eu te mato - falei entre dentes. Tirando coragem de onde não tinha.

Ele riu e simplesmente rasgou minha camisa, deixando meus seios tapados pelo sutiã amostra e me apertou contra ele.

- sai seu maldito - acertei um soco em sua cara e ele cambaleou.

- agora você vai ver, filha da puta imprestável. Tira a calça e o coturno - mandou e me neguei.

- gosto do seu jeito selvagem, e eu vou te domar - falou sorrindo malicioso.

Os gritos de minha mãe e Noah, pedindo para que me deixasse era ignorados.

- tira o coturno e o resto da roupa. Não tente nenhuma gracinha - disse. De relance olhei pra Sofya e balancei a cabeça.

- ok, só não faça nada com eles - pedi. Me abaixei retirei meu coturno, logo após a calça ficando apenas de meia.

Sentindo o olhar de Carlos queimar sobre mim olhei de rabo de olho pra uma janela, e em seguida pra Sofya. De repente a luz se apagou. E o casebre se tornou um breu.

- mas que porra é essa? Vai ver o que houve! - mandou um dos capangas irem, senti a mão de carlos apertar meu braço me puxando pra cima e logo começou a me beijar.

- hoje você vai ser minha - murmurou e segurei o choro.

Calculei mais ou menos, e acertei um murro em sua têmpora, e uma joelhada.

Em seguidas um barulho de madeira sendo quebrado ecoou pela sala.

- filha da puta - partindo para cima de mim. Barulhos de tiros foram ouvidos, tanto do lado de dentro quanto do lado de fora.

As luzes acenderam, parei de trocar socos com Carlos, ambos estavam cambaleando e senti minha boca sagrar.

Vi que Sofya tinha quebrado sua própria cadeira, um dos capangas no chão e ela terminava de soltar minha mãe com a ajuda de Noah. Sorri aliviada.

- saiam- gritei.

- filha da puta - senti uma bala atingir minha perna e vi Carlos sorri se arrastando para levantar do chão, com sua arma na mão.

- GABY, NÃO! - disse Sofya a ignorei e me arrastei.

- PLOTNIKOVA, ESTOU MANDANDO. SAI! - gritei e eles saíram rapidamente.

Tentei me levantar, mas doía muito, Carlos se aproximou de mim, e recomeçamos uma luta corporal.

Ele era bem mais forte do que os outros homens que já precisei enfrentar. Não desisti, eu estava tentando a todo custo me manter em pé, ele me deu uma rasteira e cai.

- se eu não posso ter você. Ninguém vai ter - disse Carlos colocando o pé contra minha garganta a pressionando e engatilhou a arma em minha direção.

Seus olhos estavam cravados nos meus, ele apertava o pé contra minha garganta. Ele estava possuído de ódio, estiquei o braço e senti minha arma.

- suas últimas palavras, vadia? - indagou.

- vai pro inferno - falei sem ar e  dois disparos foram ouvidos.

Querida irmã|| NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora