Capítulo 46

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- Noah Urrea -

Any ainda não tinha se olhado no espelho, a mesma estava com algumas marcas no rosto e pelo corpo e temo sua reação. Ela sempre foi complexada e insegurança com sua aparência.

Voltei para o hospital e assim que entrei no quarto dei de cara com, Any e um enfermeiro,eles riam e conversavam como se fosse super amigos ambos sentados na maca. Assistindo filme de animação.

- oi Noh - disse Any, me olhando rapidamente e voltou a secar os cabelos na toalha.

- oi... E você, quem é? - indaguei olhando para o enfermeiro e deixei as coisas perto da maca.

- Harvey Petito, o novo enfermeiro da Gaby - estendeu a mão para me cumprimentar, mas fingi que não vi.

Gaby... Já tá assim? Cheio de intimidade com a minha Any?

- trouxe algumas coisa pra você, cachinhos - falei o ignorando a presença de Harvey.

- quer ajuda para pentear o cabelo, Gaby? - indagou o enfermeiro e respirei fundo.

- acredito que tenha muita coisa a fazer, pode deixar que ajudo ela - falei forçando um sorrisinho.

- seu amigo é muito prestativo, desde que você entrou em coma, ele esteve aqui. Vinha todas as noites pra ficar com você - Harvey explicou a Any e a mesma sorriu.

- corrigindo, não sou amigo. Sou marido dela - falei o encarando. E Any me olhou com o olhinhos brilhando.

- oh sim, desculpe pelo mal entendido - falou o enfermeiro se levantando.

- que nada, acontece - sorri falso.

- mais tarde eu volto e a gente termina o filme - piscou pra Any e sorriu, saindo.

- marido? - indagou Any soltando uma risadinha, ainda sem me olhar.

- então... Eu sou que não estamos juntos, mas, esquece - falei sem graça, sentando atrás dela para pentear seus cabelos.

E o silêncio caiu sobre nós. Any não me olhava, evitava virar o rosto e minha direção e dava respostas curtas. Como se quisesse me afastar dela.

- vejo que está bem próxima enfermeiro - disse, tentando puxando assunto.

- ele é legal, me fez rir todo tempo, é bem gentil e respeitou meu tempo em questão do banho - falou e revirei os olhos.

- pera aí, ele te deu banho? - indaguei.

- sim - falou simples e prendi minha respiração. E uma sensação de desconforto me tomou.

- não precisava pedir a ajuda dele. Posso te ajudar mas, só se quiser e se sentir confortável - falei.

- não precisa, tá tudo bem - disse, e engoli seco.

Ela não se sente confortável comigo? Eu fiz alguma coisa de errado?

Desde o momento que Any acordou eu queria conversar com ela sobre nós dois, mas vou esperar o tempo dela.

- Noah? - chamou, quebrando o silêncio desconfortável que tinha se instalado.

- sim? - disse.

- precisamos falar sobre nós - disse. Era como se ela lesse meus pensamentos.

- uh, ok. Pode começar - pedi.

- eu, bom... Acho que devemos continuar assim, separados...- disse, ainda de costas pra mim.

- eu vou respeitar sua decisão, mas você precisa me falar o porquê antes - pedi calmo.

- eu coloquei você, minha mãe, seu pai e nossos amigos em risco. A Saby morreu por minha culpa - disse com a voz embargada.

Me levantei pra abraçar ela e a mesma abaixou a cabeça virando para o lado contrário.

- não olha pra mim - pediu - eu tô horrível - lamentou.

- Any, não. Você tá linda, você é linda e eu te amo. Independente de qualquer traço físico ou marca - sentei de frente pra ela e segurei seu queixo fazendo ela olhar pra mim.

- por favor Noah, eu me vi no espelho, não espere que eu me aceite nesse estado que eu estou - falou séria.

- não quero que fique comigo por pena, você pode encontrar outra pessoa - disse e bufei.

- eu não tenho pena de você, Gabrielly. Eu não quero outra pessoa, eu quero você caralho - falei exasperado e ela arregalou os olhos.

- eu te amo, não há nenhuma mulher que eu desejo mais, ou que eu ame mais do que você - acariciei seu rosto.

- eu também te amo, muito - levou as pequenas mãos ao meu rosto - eu tenho medo de você se cansar de mim - disse baixo.

- isso nunca vai acontecer, cachinhos - beijei a pontinha do seu nariz e ela sorriu fofa.

Que sorriso.

Segurei seu rosto com cuidado, e fiz carinho em suas bochechas com o polegar, distribuí beijos por sua cicatriz. Olhei dentro de seus olhos e me aproximei. Seus lábios macios entraram em contato com os meus, minhas mãos envolveram sua cintura, iniciando um beijo necessitado, e repleto de saudades.

- quando algo te incomodar, me fale. Porque eu tenho duas bolas, mas nenhuma é de cristal - sorri divertido e ela riu.

- senti saudade do seu bom humor - sorriu abertamente.

Abracei, tendo cuidado para não machucar ela. E me senti aliviado, Any sempre será a única mulher que desejo ter em minha vida.

Ela me olhou e sorriu, sorri de volta vendo suas covinhas a mostra, distribuí beijos pelo seu rosto.

- eu não posso correr o risco de te perder outra vez - falei segurando seu rosto fitando seus olhos castanhos.

- dramático - soltou uma risadinha.

- não posso fazer nada se você me faz parecer um bobão. Talvez eu seja, e eu gosto da sensação - sorri contra sua boca.

E tomei seu lábios carnudos, nossas línguas brigavam por domínio, e sua unhas arranharam minhas costas me fazendo arrepiar, segurei sua cintura a trazendo para meu colo e ela se movimentou lentamente e senti minha ereção crescer mais.

- Noah, transar no hospital é sacanagem. Alguém pode chegar - disse Any com os lábios levemente inchados.

- é só gemer baixinho - murmurei e ela riu me olhando.

- oh céus.... Noah, assim você dificulta - ela arfou, assim que apertei seus mamilos rígidos cobertos sobre a roupa, beijando seu pescoço.

- com licença, eu... - disse Harvey entrando, e parou assim que viu Any rebolando em meu colo.

- oh perdão - disse sem graça.

- empata foda - murmurei e Any ficou como um tomate de tão vermelha e escondeu o rosto em meu ombro.

- acho que ela deveria se movimentar tanto, por enquanto - disse Harvey.

- não se preocupe, pegarei leve - sorri falso e Any me cutucou.

Querida irmã|| NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora