Capítulo 40

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- Any Gabrielly -

O clima na mesa estava insuportável, olho pra Noah que estava sério e impassível. Queria poder contar a verdade, mas do jeito que ele é vai querer resolver da forma dele.

Olho meu celular, e vejo uma mensagem de Carlos. Quem  aquele puto acha que é pra me ameaçar?

Há uma semana estou acompanhando seus passos, até porque preciso de provas antes de levá-lo preso. Mas quando eu conseguir, ele vai apodrecer.

Começo a me sentir desesperada no momento que ele envia outras mensagens:

"Acha que fugirá de mim, docinho?"

"Acha que não estou por perto?"

"Se eu não ficar com sua mãe e com você, ninguém fica"

"Você irá se arrepender de ter me desobedecido"

Apenas visualizo as mensagens de texto e fico em alerta. Sempre olhando em volta, tento disfarçar, mas é inevitável.

Nessa semana, tenho lutado contra o medo e efeito que Carlos tem sobre mim, e não é pra menos. Aquele estúpido transformou minha vida num inferno.

E não vou permitir que toque em minha família. Minha mãe e André pareciam adolescentes apaixonados e faz tempo que não a vejo assim.

- Dia seguinte -

- bom dia, vamos adiantar, porque temos muito trabalho por hoje - falei com os outros policiais.

- eae, como foi o jantar? - indagou Saby.

- uma bosta, é horrível ter alguém tão perto e ao mesmo tempo tão distante - respirei fundo.

- isso vai acabar. E meu Noany vai voltar com força total - disse ela sorrindo.

- será? E se nesse tempo ele conhecer alguém melhor que eu? - perguntei apreensiva.

- ai eu largo o Bailey e caso com você, simples - falou e ri.

- Gaby, os recrutas já chegaram - avisou Alex entrando.

- ah, ok. Você e a Loukamaa já podem ir pra área de treinamento e começar - avisei. Saindo com Saby, passamos por alguns policiais e fomos até a sala de Nour e Mel.

- gente, temos novas notícias - dizia Saby entrando na sala.

- tá muito abusada, Hidalgo - disse Nour e Saby revirou os olhos.

- você me ama - Saby brincou.

- bom, a infiltrada na empresa do André, me passou algumas informações - falei.

- qual é o nome dela mesmo? - indagou Mel.

- é a agente Plotnikova - falou Saby.

- pera aí, a Sofya? A garota que o Noah tá saindo, é a guarda costa dele?! - indagou Mel chocada e assenti.

- eu te venero, o cara achando que tá superando o término do relacionamento. E você manipulando a situação - disse e ri.

- é a vida. Como já sabemos o Carlos é irmão do André. Então, ele tem uma parte da empresa. Sofya é uma espécie de laranja. Ela meio que resolve tudo por ele - falei.

- conte-me mais - disse Nour.

- o que ta acontecendo é, ele ta num esquema de tráfico de crianças, ser além de um maldito abusador. André não o impediu de assumir sua parte da empresa. O que ele não sabe é que Carlos ta usando seus dados, seu nome, pra que ele seja apontado como o verdadeiro criminoso - falou Saby.

- e não tá na hora de agir? Seu padrasto pode ser preso, a qualquer hora - disse Nour me olhando.

- por isso que Sofya tá lá, ela é secretária do André, por isso que Carlos a "corrompeu". Quero que ele ache que está no controle, está tudo indo conforme o plano - falei ansiosa.

O dia de trabalho foi intenso. Sentia meu corpo cansado e dolorido.

- tchau, até amanhã - acenei para Nour, Alex e Mel e sai com Saby.

- amor, que saudades - disse Bailey, que estava encostado no carro em frente a delegacia.

- oi vida - disse a mexicana e correu ao encontro do namorado, o abraçando e selando seus lábios.

- odeio casal feliz, vocês deveriam me respeitar - brinco.

- também senti sua falta, baixinha - May veio ao meu encontro, e deixou um beijo na minha testa.

- que fofos, nem parece que querem se matar toda vez que se vêem - riu Saby e revirei os olhos.

- estamos indo jantar, quer ir também? - indagou May.

- segurar vela? Nem pensar, maninho - ri e me despedi deles.

Tinha estacionado distante da delegacia, sempre tenho problemas em achar vagas. Ando pela rua bem iluminada porém um tanto vazia e sinto meu braço ser puxado.

- ei, calminha, docinho - ouvi a voz do maldito e senti meu corpo estremecer de medo.

- o que você quer? - tentei parecer firme, mas minha voz falhou.

Até o dado momento, eu estava apenas recebendo suas ameaças pelo celular. Não tinha visto Carlos pessoalmente, e sentir que ele estava tão próximo de mim, trouxe a antiga sensação de sentir nojo de mim mesma.

- eu quero você! Te falei que depois do maldito jantar, você deveria me encontrar - rosnou.

- mas, você não foi acha que estou brincando, vagabunda? - disse apertando meus braços.

- para tá me machucando - falei segurando as lágrimas.

- continua medrosa, senti saudades de ver você chorar, docinho. Deve ser horrível ser uma policialzinha de merda - debochou da minha cara.

Parece que a Any Gabrielly corajosa que não tem medo de enfrentar bandidos e morrer sumiu.

- sabe, você tá melhor do que a última vez - se aproximou seu rosto do meu. E cheirou meu pescoço e mordi sua orelha com toda força que tenho.

- me solta, eu vou gritar - digo com a voz trêmula.

- vadia - me solta e acerta um tapa em meu rosto - você vai me pagar eu vou acabar com tudo que você ama. Aí de quem entrar no meu caminho - disse e saiu.

Fui até meu carro, entrei no veículo. Me permitindo chorar, esmurrei o volante, descontando minha raiva. Sentia um deja vu, estava sofrendo como na adolescência, mas, dessa vez não podia recorrer a minha mãe, nem a Noah...

- burra, porque não meteu um tiro nele? - gritei comigo mesmo.

- porque ainda tem medo daquele merda? Porque você é assim? - murmurei chorando.

Eu me sentia frustada, queria resolver tudo numa hora só. Queria viver em paz, queria meu namorado de volta.

Querida irmã|| NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora