Capítulo 53

605 46 45
                                    

- Noah Urrea -

- cheguei, cheguei - falei assim que abri a porta.

- tô vendo, estava correndo uma maratona? -  Any riu do minha agitação.

- o trânsito está um caralho, pensei que não chegaria a tempo - falei ofegante.

Após o ensaio com a banda, Any e eu precisaríamos ir na prova do bolo. E se tem algo que me anima é comida.

Deixei algumas coisas em casa, me arrumei rapidamente e saímos.

- Sinoca e Yoon já foram na frente? - indaguei, enquanto caminhamos até o carro.

- sim, elas foram ver um salão para festa, que é simplesmente incrível. Sério é perfeito - disse Any entrando no carro.

- tem certeza que vai dirigir hoje? - indaguei. Vendo ela entrar no carro e fiz o mesmo.

- sim, porque? - retrucou colocando o cinto.

- é que... Bom, você não tem muita paciência no volante, vida. E como eu disse o trânsito tá impossível - falei dando de ombros.

- eu sou muito paciente, você sabe - disse convencida e ergui as mãos em rendição.

Liguei o rádio enquanto Any explicava as coisas que iríamos fazer hoje.

- primeiro vamos escolher os bolos. Depois precisamos ver um terno pra você... - ela dizia e eu ia anotando no bloco de notas de meu celular.

Até umas semanas atrás estávamos um pouco enrolados, e nervosos porque descobrimos que Sina e Yoon iriam se casar no mesmo dia que nós, então elas deram a ideia de juntar os dois casamentos. E adoramos a idéia.

- o que já temos resolvido? - indagou ela.

- lista de convidados, padrinhos, seu vestido, local da festa, bufê, decoração... - murmurei, olhando a lista.

Enquanto cantarolava uma música aleatória que tocava, senti o carro frear bruscamente.

- aí é foda, né? Tá com o olho aonde? Só pode ser no rabo. Filho da puta - gritou Any batendo no volante.

- Any! - chamei sua atenção - eu quase bati com a cara na porra do vidro - reclamei indignado.

- ninguém mandou esse babaca me cortar. Se eu não tô atenta a gente bate nessa porra - reclamou, apontando para o carro que estava na nossa frente.

Minha noiva respirou fundo, chateada assim que  percebeu que, ficaríamos um tempo ali, por conta do congestionamento.

Estávamos entediados e impacientes. Já fazia uma hora que estávamos ali.

- tem alguma coisa errada ali - disse Any. Apontando para o carro específico, onde tinha um homem discutindo com uma mulher grávida.

Os gritos eram altos, e o cara parecia querer avançar na mulher, até que ela desceu da moto, ainda de capacete, indo enfrentar ele.

Se Sabina não estivesse morta, eu diria que é ela. O temperamento é igualzinho.

- eu vou lá - disse Any saindo do carro.

- bae, eu acho melhor não... E ela me deixou falando sozinho, legal - murmurei ao ver ela saindo do carro.

Mesmo sabendo que minha mulher é uma policial treinada, ainda me preocupava.

Observei o cara gritar e a motoqueira mantinha os punhos cerrados, como se quisesse meter um murro no homem. Logo Any entrou na frente da motoqueira, encarando o homem, ele era uma vez maior que ela, mas mesmo assim não a intimidava.

Sai do carro e caminhei até o local. Mantendo uma distância considerável, mas atento.

- esse filho da puta, está bêbado e dirigindo. Você tem noção que poderia ter machucando alguém? Idiota - a mulher gritava, pronunciando algumas palavras em espanhol.

- você deveria ser preso, seu irresponsável - disse Any, totalmente chateada. A motoqueira se afastou e retirou o capacete, como se precisasse de ar.

- que porra vocês acham que são, para chegar assim? - indagou com desdém o cara olhando para minha mulher.

- policial Soares - disse Any mostrando o distintivo. E retirou os óculos escuros.

- policial Hildago - disse a motoqueira, permitindo que desse para ver seu rosto. E se aproximou, mostra do o distintivo também.

- Sabina Hildago -

Meus olhos arregalaram, minha boca se abriu diversas vezes, mas nenhuma palavra saía.

Há algumas semanas eu estava lembrando de muitas coisas, havia recuperado minha memória e tinha planos de fazer uma surpresa para meus amigos, mas meus planos se anteciparam.

Assim que apareci ao lado de Any sem o capacete, seu queixo caiu.

- Saby... - ela falou, num sussuro.

- sou eu - sorri abobalhada, piscando pra ela.

Olhei para o lado vi uma viatura da polícia chegando, deixamos os policiais resolvendo a situação e saímos daquele furdunço todo.

- Sabina! - ouvi uma voz masculina, conhecida e olhei para trás.

- Noah! - sorri e ele correu em minha direção.

- você tá viva, puta que pariu. Calma, como isso tudo aconteceu? E você não perdeu o bebê! Titio ama tanto - ele dizia rapidamente e me abraçou  animado.

- é uma longa história - ri de leve e voltei minha atenção a Any que chorava descontroladamente.

- eu tô aqui, Elly. Já passou - a abracei e ela logo retribuiu.

- tem noção do quanto te procurei? Saby, sua saudade doía tanto. Eu achei que nunca mais ia te ver de novo - ela disse entre soluços.

- Dios, você é tão importante pra mim Any. Tanto que eu só queria te salvar daquele incêndio, mesmo que não te visse nunca mais - falei segurando as lágrimas.

Tínhamos muito que conversar, mas o trânsito estava começando a descongestionar. Então, marcamos para conversar na casa onde estou morando.

- não sei se você sabe, mas a casa que você está é da minha mãe - disse Noah.

- uau...Isso que eu chamo de coincidência - falei chocada.

- o pessoal vai ficar maluco quando souber. Porra, o Bailey vai surtar! - falou Any agitada e sorri fraquinho.

Tudo que eu queria no momento era reencontrar todos meus amigos, mas, também sentia medo de reencontrar Bailey.

Seria muito egoísta da minha parte se eu esperasse que ele, continuasse solteiro, me esperando, mas de certa forma torcia por isso.

- bom, nos encontramos na casa da Wendy - falei subindo em minha moto.

- cuidado por favor, você não deveria nem estar pilotando essa porra - brigou Any e deixou um beijo em minha barriga.

- pode deixar, mamacita - brinquei, subindo na moto.

- Nota da autora: o reencontro veio🤠









Querida irmã|| NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora