Capítulo 49

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- Any Gabrielly -

Olho para Noah cantava uma música que toca na rádio, enquanto dirigia de volta pra casa.

- no que tanto pensa baby? - indagou.

- queria ir ver o Bay, ele nunca foi me visitar depois que acordei, e também não responde minhas mensagens, penso que ele me odeia - bufei.

Dentro de mim eu tinha a sensação que Bailey estava magoado comigo.

- Elly, não - disse Noah tossindo - e-ele, nunca ficaria bravo com você - falou e colocou a mão sobre minha coxa, alisando a mesma.

- ok, então podemos ir vê-lo? Por favorzinho, amor - indaguei.

- quando? - perguntou.

- agora! - falei determinada.

- Elly, acho melhor não - falou receoso.

- poxa Noh, por favor. Não vamos atrapalhar ele, é rapidinho - fiz um biquinho triste, sei que ele não resiste.

Depois de muita insistência por minha parte ele aceitou, na verdade eu já estava quase desistindo de ir ver o May, mas a vontade dei ir vê-lo era maior.

Chegamos no apartamento de Bailey e bati na porta, uns dez minutos depois. Uma garota loira abriu a porta.

- Joalin? - indaguei surpresa.

- Gaby! - me abraçou apertado e retribuí - que saudades, a delegacia não é a mesma coisa sem você e a..... - ia dizendo mas, parou de falar ao ouvir a voz de Bailey.

- Jojo, quem tá aí? - indagou Bailey.

- bom... É a Gaby e o Noah - falou meia receosa e a postura de Noah se tornou tensa.

Porque tá todo mundo estranho?

- Bay! - ergui os braços sorrindo assim que ele apareceu na porta, mas meu sorriso se desmontou quando ele puxou Joalin pra dentro e bateu a porta na nossa cara.

O QUE? ELE ME EXPULSOU?

- Any, vamos pra casa, ele não quer conversar - disse Noah impaciente, me puxando levemente.

- casa é o caralho - falei e bati na porta novamente.

- o que foi porra? - gritou Bailey.

- não grita comigo, caralho! - gritei de volta e Noah passou a mão pelo rosto de forma nervosa.

- o que veio fazer aqui, Soares? - indagou ríspido.

- fazer a feira - disse irônica e el lê revirou os olhos - eu vim te ver, não é óbvio?

- quem disse que, eu quero te ver? - cruzou os braços.

- porque tá sendo um babaca? - indaguei já sem paciência e Noah colocou a mão sobre meu ombro.

Seu olhar e seu leve aperto em meu ombro, me pediam calma. E calma era algo que eu não tinha mais.

- eu sendo babaca? Não deveria aparecer na minha casa, nem você, nem Noah. Nem ninguém - berrou.

Olhei pra Noah, a espera de uma resposta e ele abaixou o olhar, negando com a cabeça.

- você é um grande idiota, as pessoas se preocupam com você. Eu me preocupo, por isso vim aqui - falei.

- eu não quero você aqui! Quer jogar na minha cara a sua felicidade? Foi por sua culpa que a Sabina morreu - cuspiu as palavras e arregalei os olhos diante de sua irritação.

- eu não queria colocar ela em risco, pedi pra que ela ficasse do lado de fora da casa - me defendi.

- foda-se, você a matou! - apontou o dedo em minha cara e recuei -  Ela entrou lá e não saiu, por sua culpa - seus olhos castanhos estavam dilatados de ódio.

- ei ei ei, olha como você fala com ela cara - Noah falou de forma firme e entrou na minha frente, encarando Bailey - não foi culpa dela, se a Saby estivesse lá dentro a Any também entraria para salvar ela - disse.

- mas não foi assim que aconteceu. Eu perdi tudo. A Sabina era meu tudo, ela estava grávida. E eu perdi um filho e minha mulher por culpa sua - berrou me olhando.

- EU NÃO QUERIA QUE AS COISAS TERMINASSEM ASSIM - gritei.

- você coloca todos à sua volta em perigo, deveria ter ficado lá dentro daquela casa incendiando - gritou com os olhos marejados e bateu a porta em minha cara.

Minha boca se abriu em choque, e meus as lágrimas escorreram pelo meu rosto.

Doeu, doeu ver o estado caótico de Bailey, doeu ouvir suas palavras. E eu era culpada, não dava pra fugir.

Chegamos em casa e eu ainda estava de cara feia, mas não queria brigar com Noah.

- amor? - chamou me abraçando por trás.

- porque não me disse a verdade desde o início? - perguntei fungando.

- porque sabia que ficaria triste, antes que você diga, ele não está certo. Foi injusto com você - falou Noah beijando o topo da minha cabeça.

- a Saby era tudo na vida do Bailey, ela morreu porque quis que eu sobrevivesse. E agora ele tá com a Joalin, tá na cara que ele não gosta dela - bufei me desvencilhando de seu abraço, e sentei no sofá.

Noah simplesmente me abraçou e retribuí, respirando fundo, sentindo seu cheiro e me aconcheguei em seu abraço.

Seu abraço me confortava e eu me sentia segura, ele deitou no sofá, me deitando por cima dele.

- as coisas eram mais fáceis quando éramos crianças - murmurei e comecei a fazer cafuné em seus cabelos.

- realmente - sorriu saudoso, e meus dedos contornaram seu rosto.

Continuamos ali, na companhia um do outro até que dei um pulo, sentando sobre o quadril de Noah.

- porra, Any - gemeu de dor.

- quieto - falei, pensando em possibilidades.

- e se a Saby não estiver morta? - soltei e Noah se sentou, me ajeitando em seu colo.

- ninguém achou corpo, certo? - indaguei e Noah me assentiu como se eu estivesse louca.

- não achou corpo, porque as chamas o consumiram? - falou óbvio.

- mas, ela pode tá viva! E se ela conseguiu sair de lá? - falei esperançosa.

- Any, sei que ama a Saby, mas ela infelizmente se foi - disse me trazendo pra realidade.

- mas... - comecei, porém parei de falar e me aconcheguei sobre ele, pensando.

Ela tá viva, algo dentro de mim diz isso.

Querida irmã|| NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora