- Noah Urrea -
Bebi mais algumas vezes, não sei quanto, mas eu já estava tonto, a ponto de ver só borrões. Enfim, exagerei.
E do nada tudo apagou....
- bom dia, belo adormecido - ouço a voz de meu pai, que abria as janelas e o clarão fez com que praguejasse mentalmente.
- que horas são? - perguntei.
- 11:50 - falou e pulei da cama, percebendo que estou no antigo quarto de Any.
- merda, o trabalho. Tô ferrado - bati com a mão na testa e choramiguei pela dor latente.
- relaxa. O Josh avisou no colégio que, você está passando mal. Até porque foi isso que aconteceu com você ontem - disse e me joguei na cama outra vez.
- olha quem acordou - Priscila riu, entrando com uma bandeja de café, e que tinha um copo d'água e um remédio.
- bom dia - sorri sem graça. Me senti um adolescente inconsequente.
- bom dia - beijou o topo da minha cabeça.
Tomei um banho, e comecei a sentir que o remédio fazia efeito. A dor insuportável, já tinha diminuído e os flashbacks da catastrófica noite passada me bombardearam. Pus uma roupa que tia Pri me deu e sai do banheiro, ciente que meu pai me esperava.
- precisamos conversar - disse e assenti sentando a cama e tomando meu café.
- pode começar a dizer o que aconteceu - pediu e engoli em seco.
- nada, só bebi demais - resumi.
- assim do nada? - indagou incrédulo - Noah, você não bebe a ponto de ficar sem controle como ontem. A Sav me ligou pedindo para ir te buscar - falou me olhando.
- pai... - suspirei - Any e eu estavamos com problemas - disse por fim.
- resolvemos - respirei fundo - resolvemos que somos melhores separados.
- ah - foi apenas o que disse. Tentou ser impassível, mas sua cara de espanto não conseguiu disfarçar.
Dizer aquilo era como engolir fel, até agora eu não queria acreditar. Mas, não há o que fazer, não posso obrigar ela a continuar comigo.
- imagino o que está sentindo, ainda mais. Porque achei isso no balcão do bar onde estava - mostrou a caixinha com as alianças.
- é... Isso foi um erro, assim como esse namoro - falei áspero e ele apenas ouviu.
Após o almoço, reuni coragem e fui para o apartamento, provavelmente Any não está em casa. Então vai ser mais fácil se não precisar encarar ela.
- Noah - se levantou do sofá assim que me viu entrando, e me abraçou.
Eu não conseguia dizer nada, apenas segurei seus braços sem fazer força e a afastei.
- não quero te atrapalhar. Só vim pegar minhas roupas - falei sem olhar pra ela.
- não precisa ir assim... O apartamento também é seu - diz com a voz baixa.
- Any, não! Para de achar que seremos como um casal de adolescentes que rompem o namoro e voltam a ser amiguinhos. Porque não vai - falei ríspido.
- porque você não quer! - se alterou.
- claro que não. Eu não quero ser a porra do seu amigo. Quero ser o homem da sua vida, eu não quero ser como um simples colega que você divide o apartamento - falo tentando não me estressar.
- Noah, eu não queria te magoar, mas é complicado... Eu não tô sabendo lidar com meus sentimentos - disse e massageie as têmporas.
- você tem outra pessoa? É isso né? Por isso se distanciou de mim, não me ama mais? - cuspi as palavras sem ao menos respirar.
Ela me olhava um tanto confusa, conheço Any. Sei que estava procurando as palavras certas.
- eu... eu não sei se posso dizer - falou.
- fico me perguntando, em qual momento nosso relacionamento começou a fracassar. Eu te amo Any, mas não consigo lidar com essa indiferença - respirei fundo.
- não é você sou eu, o problema sou eu - gritou basicamente.
- ok, eu não tô aqui para mendigar amor. Mas também não pense que tá tudo bem - vou para o quarto.
Pego minhas duas malas, coloco a maioria das roupas. Pego meus documentos e saio.
- desculpa - a voz de Any saiu baixa e quase inaudível.
Entrei em meu carro indo para um apartamento que meu pai me deixou ficar. Enquanto isso as palavras dele ecoavam em minha cabeça:
"Não acredito que a Any simplesmente quis terminar, há um motivo lógico pra isso"
Meu pai pode ter razão, mas se tinha um motivo, porque ela não me contou?
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Querida irmã|| Noany
Fiksi PenggemarNoany|| onde Any e Noah são apaixonados secretamente um pelo outro desde que eram crianças. - eu prometo sempre estar com você, e te proteger. Sempre cuidarei de você, cachinhos - Noah levanta a mão direita, faço a mesma coisa, as entrelaçando, em s...