- Narradora -
Duas semanas passaram-se...
Any havia mudado muito, seu comportamento recluso e agressivo as vezes, seu olhar transmitia medo, olheiras fundas, todos os finais de semanas bebia de maneira descontrolada.
É sexta-feira, aniversário de Sina que seria comemorado na casa noturna onde Sav trabalhava.
- Sav, pensei que iria trabalhar hoje - Sabina encontra a mesma esperando o pessoal na entrada.
- não, só vim para comemorar o aniversário de Sina - diz sorrindo.
- cadê minha gatinha? - Sav fala olhando para os lados a procura de Any. Haviam se tornado boas amigas.
- não pode vir, acho que você me entende - Saby lança uma olhar para Noah e Sina abraçados.
- ainda tem isso - diz revirando os olhos.
Eles entram na casa noturna, as luzes brilhantes piscavam, músicas envolventes, open bar e tudo o que um aniversário de 20 anos tinha direito.
Noah tentava manter sua mente ali, mas era impossível, pensava em Any, no quanto ela estava diferente, passou cerca de uma hora. Sav se dirige ao balcão e encontra Any.
- gatinha, você veio! - Sav abraça a morena.
- sim, vim dar os parabéns para Sina - diz sorrindo.
- quer que eu te leve até ela? - Sav indaga e Any assente.
Elas vão para o meio da pista, Any dar as felicitações a Sina, enrola um pouco ali com os outros e volta para onde estava no início.
- Hininha! Manda o de sempre - Any pede batendo as mãos no balcão.
Estava afastada de toda alegria dos amigos, apenas vendo os sorrisos alheios, pessoas dançando, fazendo competições sem pé nem cabeça, claramente motivados pelo alto teor de cachaça em suas veias sanguíneas.
Foi uma sexta-feira como as outras, porém um pouco mais dolorosa, e não tinha tanto haver com Sina e Noah, tinha algo que a machucava mais além da relação dos dois.
(.....)
- Sábado, 20:00 -
Noah saiu de seu quarto, indo em direção ao de Any, mas não encontrou lá.
Olhou toda a casa, e ela não estava do lado de dentro, um certo desespero o tomou, só tinha os dois em casa. E não encontrava a irmã. Noah sai para o quintal e vê Any deitada na grama, observando o céu estrelado.
- cachinhos, tá tudo bem? - Noah indaga e ela percebe a presença do irmão.
Seu olhos transmitiam cansaço e tristeza. E Noah se sentou ao seu lado.
- sabe... Me lembro de quando você foi estudar fora, logo após o papai foi embora sem falar porquê. A mamãe foi trabalhar no outro lado da cidade. Eu fiquei sozinha.
- um estranho tomou o lugar do nosso pai, convivi com ele por anos parecia ser legal, até que por vezes me olhava, passando as mãos nojentas em meu corpo e eu era apenas uma criança!
Uma criança indefesa e sozinha. Tendo que lidar com suas próprias guerras sozinha, eu não entendi o que Carlos queria, até que o dia do meu encontro com o Nathan, já estava tudo planejado.- O QUÊ? Ele.... - Noah fala horrorizado. Em estado de choque.
- eu queria falar o que aconteceu naquela noite mas, não sabia como dizer e ele me ameaça constantemente, e ontem... Ontem aconteceu de novo e você não tava aqui.
- eu me sinto segura ao seu lado, você é um dos poucos que não sinto medo de estar perto, Noah. E você prometeu que me protegeria, que iria cuidar de mim, e não me deixaria como o papai, mas quando precisei de você e olhei para o lado você não tava, o Carlos fez o queria comigo e eu não pude fazer nada - fala desesperada com os olhos minando lágrimas.
- EU VOU MATAR AQUELE DESGRAÇADO!!!!! - Noah grita assustando Any.
- desculpa te assustar - fala baixo passando as mãos no cabelo.
- me perdoa, Cachinhos, você parecia bem. Eu não imaginava, eu sou muito burro - bate na própria testa.
- na verdade você não tem culpa. Eu me afastei de você..... Ontem, só fui na festa na balada, porque, não queria ficar em casa depois do que aconteceu - suspira - é terrível admitir que preciso beber até cair para fingir que não dói, que eu não sinto, para fugir dos constantes pesadelos, das crises de ansiedade - diz apertando as mãos.
- calma, meu amor - Noah segurou as mãos dela, que suavam e tremiam de forma incontrolável.
- isso não foi sua culpa, você não errou, errado foram eles. Eu tô aqui com você, me perdoe por ser tão desligado, tão burro - abraçou a irmã.
- você ainda perguntou se eu queria ir no dia do encontro, disse que estava com um mal pressentimento, e mesmo assim eu fui - disse Any com a voz embargada.
- você não sabia, na verdade ninguém imaginava - Noah diz a abraçando, tentando confortar Any.
- as vozes na minha cabeça dizem que eu faço tudo errado, que o papai foi embora por culpa minha - diz abrindo um sorriso amargo.
- isso é mentira! Você não tem culpa de nada - diz limpando as lágrimas dela.
- você é incrível, corajosa, você é a minha garota, e vamos sair dessa juntos. Eu errei uma vez em te deixar, mas não vou errar de novo - diz segurando rosto da garota em suas mãos.
- Noh me ajuda,por favor. Só me tire desse desastre antes que eu mesma faça - implorou a menina.
Any se sentia cansada, vazia, impotente, infeliz, chorou desesperada, sentindo a sensação que iria morrer, que o ar faltava em seus pulmões.
Noah ajudou Any se acalmar, e a levou para dentro de casa. Após um banho quente, a garota se deitou na companhia do irmão, que fazia cafuné em seus cachos enquanto ela dormia.
Ódio corria em suas veias sanguíneas de Noah, se visse seu padrasto ou Nathan em sua frente, com certeza mataria eles.
- eu te amo tanto, pequena - diz depositando um beijo na testa dela.
- ninguém, nunca mais vai te fazer mal. Nunca mais! - diz acariciando as bochechas dela. Se permitindo desmoronar.
Tudo que ela havia relatado a ele, fez ele se sentir tão inútil, pequeno e fraco, ele havia prometido cuidar dela, mas infelizmente falhou. Mesmo não sendo sua culpa, ainda sim sentia seu coração despedaçado por ver sua irmã tão fragilizada.
- nota da autora: eu não chorei escrevendo esse capítulo não né?😩
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Querida irmã|| Noany
FanfictionNoany|| onde Any e Noah são apaixonados secretamente um pelo outro desde que eram crianças. - eu prometo sempre estar com você, e te proteger. Sempre cuidarei de você, cachinhos - Noah levanta a mão direita, faço a mesma coisa, as entrelaçando, em s...