Capítulo 38

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Aí mamãe, segura 10,8k🤯❤️. Muito louco saber que pessoas gostam de ler o que eu escrevo. Obrigada ❤️✨

- Any Gabrielly -

Algumas decisões podem mudar a sua vida. Há duas semanas permiti que Noah fosse embora, as vezes nos encontramos na casa da minha mãe. Ele nem olha pra mim, é como se eu fosse estranha pra ele, como seu eu não fosse ninguém. Isso me magoa, mas a culpa foi minha.

Sempre estragando tudo..

Fazendo burrada, e perdendo pessoas que eu amo.

Mais uma noite em claro, me levantei da cama, sem um pingo de vontade de viver. Não fui correr como sempre fazia, apenas tomei banho me arrumei e sai.

- que cara é essa? - indagou Alex.

- a minha cara, só tenho essa - falei rude.

- calma aí, relaxa Elly - falou.

- olha, desculpa. Mas, eu não tô pra conversar - falei ríspida.

- não precisava falar assim, amiga - disse Saby chegando perto de mim.

- eu sei, mas parece que todo mundo quer falar comigo. E eu não tô afim - soltei todo o ar que prendia.

- eu gostaria de poder te ajudar, mas você não me contou o que aconteceu com você e o Noah. Gostaria de saber, mas não quero forçar você a nada - sentou ao meu lado.

- não precisa se preocupar, eu tô legal - forcei um sorriso.

- você mente muito mal - riu e beijou minha testa.

Hoje é o meu dia de fazer a ronda. Ficar de olho nos presidiários, logo Saby e eu saímos indo em direção as celas.

- bora cambada, café da manhã agora - disse Saby seria.

- tem que buscar o Nathan na solitária - murmurei pra ela.

- Alex vai buscá-lo - disse e assenti.

Acompanhamos os presos até o refeitório, alguns outros policiais além de nós ficaram ao redor de olho enquanto os presos tomavam café.

- disse que ia fazer e acontecer, mas tá na mesma porra de vida que eu - escarneceu Pedro, um dos presidiários.

- cala a boca, seu merda - ordenou Nathan.

- tu achou que o Carlos ia te ajudar a sair daqui - riu de Nathan, e comecei a prestar a atenção no que o preso falava.

- além de estar preso, não conseguiu salvar a mini vagabunda. Deve ser horrível ver o pai estuprar a filha mais nova - riu descontrolado.

Pera aí.... Pai?

Num vislumbre vi Nathan voar no pescoço de Pedro o tombando sobre a mesa do refeitório e distribuindo murros em sequência pelo seu rosto. Ele estava tão descontrolado que Alex e outro policial não estavam conseguindo segurar ele.

- eles precisam de ajuda - disse Saby nervosa.

- que inferno - mumrurei.

- chega! - gritei e os outros presos me olharam que estavam em volta.

- acabou o café, vão para suas atividades com a policial Hidalgo e com a Loukamaa - mandei batendo palmas e eles saíram seguindo as meninas.

- para Nathan - segurei sua camisa e o puxei.

- eu vou matar esse maldito - rangeu os dentes, seu olhos transmitiam fúria, e não duvido de sua capacidade. Até porque Pedro estava muito machucado.

- quer voltar pra solitária? - falei ríspida e ele negou abaixando a cabeça.

- então, chega. Vem comigo - o puxei.

- e vocês levem o Pedro para fazer os curativos, ele vai fazer as atividades e depois para solitária - passei as coordenadas.

- eu não vou ser mandado por uma mulher - disse o policial que estava junto com Alex.

- Smith, não sei se você sabe, mas sou sua superior. Então, faz a porra que eu mandei - disse autoritária e sai com Nathan.

O levei até uma das enfermarias e dispensei a enfermeira.

- que história é essa? - falei sem dar muita volta.

- o Carlos é meu pai, aquele maldito - rosnou.

- uau... - falei.

- eu tinha uma irmãzinha, ela era uma bebê basicamente, e ele a molestava e queria usar ela como escrava sexual. Teve uma noite que ele tentou outra vez, eu era uma criança mas liguei pra polícia. Ninguém deu muita bola pro meu b.o - disse, e sua voz saia num fiapo.

- naquele dia, ele me espancou. E saiu de casa, ficou fora por duas semanas e quando voltou disse que tinha conhecido uma mulher e ela tinha uma filha - engoliu seco - uma filha que seria perfeita pra saciar seus desejos - me olhou.

- a garotinha era.. era eu, né? - falei e ele assentiu.

- eu queria tanto que ele parasse de usar minha irmã, que fiquei feliz quando ele disse aquilo, mesmo que fosse errado. Minha irmã e eu fomos morar com minha vó, mas de vez enquanto Carlos ia a casa da minha vó, sempre bêbado. Batia em nós dois e estuprava minha irmã e isso foi por anos. Até que me fez uma proposta - explicou e era como se as peças se encaixassem.

- ele disse que deixaria minha irmã em paz, se eu o ajudasse. Any, sei que o que eu fiz foi errado, nojento e imperdoável. Mas, eu queria cuidar da minha irmã, proteger ela do jeito que o Noah protegia você - disse e senti uma fisgada no peito.

- seu pai... Digo, o Carlos é maluco. Eu vi a ficha criminal dele e percebi que eu não fui a primeira a denunciar ele, por estrupo - falei e ele assentiu.

- ele tá de volta, ele vai fazer a vida de todos vocês um inferno - falou.

E, na verdade ele já tinha começado.

- sei que não posso te pedir nada. Sei que fui um merda e você não vai me perdoar, e tem toda razão - suspirou.

- sei que  vou apodrecer aqui dentro. Mas, faça justiça pela minha irmãzinha, e por todas as outra mulheres, que aquele desgraçado destruiu a vida. Eu imploro, se puder mata aquele maldito - falou desesperado.

- matar a gente não pode, mas dar uma surra e fazê-lo pagar por tudo, com certeza - ouvi a voz de Saby.

- vou te levar para suas atividades... E obrigada, Nathan. Eu prometo que vou pegá-lo - falei com firmeza.

Minha cabeça parecia que ia explodir. Muita coisa se encaixava, e eu me sentia totalmente perturbada com todas as informações.

- Nota da autora: mais revelações, amaram? 🤡

Querida irmã|| NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora