Capitulo 5

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Júlia Brizzon narrando

[...]

– Pensei que não ia aceitar. – o Junior comentou enquanto eu entrava no carro.

– Eu sei o que você quer saber. – me referir a conversa com a Helô – Eu vou sobreviver. – falei ainda dando um suspiro por causa do choro constante de pouco tempo atrás.

– Ele tá namorando né? – perguntou dando a partida, sem me olhar.

– Namorando, vivendo, curtindo, me esquecendo há quase dois anos. – falei irônica, com um tom amargo na voz enquanto sentia o olhar piedoso do meu irmão pairar sobre mim.

– E o que vai fazer agora? – perguntou voltando os olhos ao caminho.

– Como disse o Igor: viver! – suspirei.

Tamo junto então! – sorriu segurando a minha mão e eu a apertei.

Fomos a um barzinho tranquilo no centro. Lá estava uns amigos dele da faculdade. Um deles eu já tinha visto. O Guilherme. Era filho de um dos amigos dos nossos pais. A mãe dele é uma sem graça e prepotente, mas se faz de simpática com todos, feito a minha mãe.

Os outros eu havia acabado de conhecer, tirando a Robertinha, porque eu já havia pegado o meu irmão levando–a pra transar lá em casa uma vez. O Edu, irmão dela e a namorada, Talita, foram supersimpáticos comigo. Talvez seja porque eu nunca havia aceitado os convites do Junior pra sair com eles.

 – E ai Ju, já sabe pra qual curso vai prestar final do ano que vem? – A Roberta perguntou puxando assunto comigo, ela fazia enfermagem.

– Ainda não. – apertei o lábio, mexendo meu suco com o canudo – talvez administração ou direito como o Junior. – dei os ombros.

– Pensei que você fosse fazer moda. – o Gui comentou surpreso.

– Por quê? – perguntei franzindo o cenho e o encarando.

– Sua mãe andou comentando lá em casa. – sorriu fraco.

– A minha mãe é louca. – rolei os olhos – Quer que eu faça moda por puro ego.

– A Luana tá fazendo moda por causa da mãe também. – falou entediado e deu um gole na sua bebida – Ainda bem que se esqueceram de mim. – riu.

– Porra, lá em casa eu não deixei ninguém se meter, mas eu escolhi o mesmo que o meu pai. – O Edu falou dando um riso fraco e selando os lábios da Talita, que estava emburrada.

 Em quanto eles conversavam entre si, senti o meu celular tocando, olhei o visor e era o Igor, com certeza iria pedir um favor. Era raro suas ligações.

 – Preciso te contar uma coisa! – despejou assim que eu atendi.

– O que? – perguntei confusa. Com certeza era besteira.

– Seus pais vão viajar aos States junto com os meus! – disse contente.

– E? – perguntei sem dar importância.

– E que eu vou ficar na sua casa, sua lesada! – resmungou impaciente.

– Ótimo. – falei desanimada. Até porque eu não via motivos pra essa euforia toda dele.

– Você não tá entendendo. – suspirou – Você vai me ajudar a ficar com a Malu!

Caminhos tortosOnde histórias criam vida. Descubra agora