Capitulo 5 - Parte 2

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– Ah, nem vem poxa. – falei com dengo. Não queria bancar o cupido. Eu nem se quer era amiga dela. Só nos falávamos de vez em quando.

– Você não tem noção do quanto eu quero transar com ela, me ajuda pô! – pediu malevolente.

– Tá, tá. Eu vou ver isso. – resmunguei.

– Quem era? – o Junior perguntou erguendo a sobrancelha quando eu desliguei.

– O Igor. – rolei os olhos suspirando – Sabia que os nossos pais vão viajar pros Estados Unidos?

– Não. Você sabe que a D. Eva só avisa quando tá entrando no avião. – rolou os olhos, tomando um gole do liquido que estava em seu copo.

– Pois é, dessa vez a gente tá sabendo e adivinha quem vai ficar ‘instalado’ lá em casa?

– O Igor? – perguntou entediado, erguendo a sobrancelha.

– Uhum. – confirmei.

– A minha mãe não tem jeito! Com certeza tá arrumando um jeito de juntar vocês dois. – bufou.

– Isso são ciúmes? – o Edu perguntou presunçoso.

– Não fode – resmungou – Ela mal tem dezesseis! – se justificou e nós rimos dele.

– Olha como o meu dengo fica lindo bravo! – a Robertinha falou toda meiga apertando as bochechas dele e lhe dando um selinho, nos fazendo rir da sua cara novamente.

 A noite foi bastante produtiva, tendo em visa que eu pude me desligar do acontecido de mais cedo. Enchi-me de coragem pra poder pensar no que faria daqui pra frente.

[...]

No dia seguinte eu acordei cedo e decidi mudar. Tudo. Queria tirar todas as lembranças do Luiz Otávio de perto de mim. Decidi que trocaria até os móveis do meu quarto de posição se preciso fosse, mas de hoje em diante, tentaria fazer com que sua presença fosse a mínima possível na minha vida. Perto de mim e dos meus olhos.

 – O que está fazendo?! – minha mãe perguntou assustada ao me ver em meio a uma pilha de roupas, das quais eu estava desenterrando do armário e atirando ao chão.

– Me desfazendo de algumas coisas, abrindo espaço... – expliquei olhando sua expressão estarrecida. Acho que era uma das coisas que ela mais vinha me pedindo nos últimos meses.

– Eu vou pegar uns sacos pra ajudar... – disse pasma e saiu apressada.

Caminhos tortosOnde histórias criam vida. Descubra agora