Capitulo 21

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[...]

À meia noite a Fernanda já estava um pouco alta, tinha organizado varias rodinhas de tequila, limão e sal para 'celebrar', das quais eu participei apenas de uma, pois não gostava de bebida e alguém tinha que se manter sóbria pra contar os acontecidos no outro dia. O restante do pessoal também estava bebendo pouco, mas sabe se lá que horas isso ia acabar.

– Abaixa ai o som! – o Nicolas pediu gesticulando para o Gabriel que estava próximo – Eu queria um minutinho de vocês pra pedir a minha gata em namoro. – ele falou sorrindo e apertando mais o braço em volta da cintura da Fer que parecia assustada.

– Nem pede o consentimento da família mais é? – Gabriel encrencou dando risada.

– E eu não te pedi pra abaixar o som? – o outro retrucou cínico e nós rimos – então – pigarreou pegando algo dentro do bolso, o que pareceu ser uma caixa com alguma joia –, Fernanda Macedo aceita namorar comigo e ser exclusivamente minha até onde a nossa paciência e tolerância der? – perguntou a olhando e sorrindo, aquele sorriso safado que a deixava derretida. Ela estava tremula, e com o pedido e a jóia combinado com o álcool começou a chorar. Eu dei risada dela nunca a vi tão boba.

– Amiga corre e tira uma foto pra não perder o momento! – ela disse se derretendo e estendendo a mão pra ele, fazendo todos darem risada. Eu peguei o celular e fiz algumas fotos enquanto ele colocava a aliança e a beijava, postando logo em seguida.

– Prometo ter muita, muita paciência com você. – ela murmurou o enchendo de beijos. Logo depois o Gabriel voltou com o som e subiu as escadas, deixando a Sofi comigo.

– Ju, pode me fazer um favor? – a Sofi disse apertando o lábio inferior, olhando em volta.

– Posso sim, o que é? – perguntei curiosa a observando.

– Eu vou subir com o Gabriel, se meu irmão chegar você pode o enrolar um pouquinho antes que eu desça?

– Ah, tudo bem, não se preocupa. – falei sorrindo fraco, a tranquilizando – qualquer coisa mando uma sms ou dou um toque.

– Ok, obrigado! – agradeceu dando um beijo em meu rosto e subiu rapidamente.

Eu continuei escorada no arco da porta que ficava entre a cozinha e a sala, dando uma zapeada nas redes sociais por um bom tempo até o interfone atrás de mim, na parede da cozinha, tocar.

Pela hora com certeza era o tal irmão da Sofi, não havia mais ninguém faltando, então resolvi ir direto ao portão, sem nem atender mesmo.

Quando abri o portão dei de cara com o Luiz Otávio escorado ao seu carro, fiquei imóvel prendendo a respiração por alguns segundos. Como ele sabia que eu estava aqui? Será que ele tinha ido lá em casa? – me perguntei sentindo um nó subir na minha garganta.

– O que você tá fazendo aqui? – perguntei com a voz tremula, tentando esconder as mãos frias e instáveis da sua visão e ele me olhou erguendo a sobrancelha, com a mesma surpresa no olhar que eu tinha.

– Eu vim buscar a minha irmã. – respondeu apertando o lábio inferior, sorrindo fraco e foi ai que eu liguei os pontos. Eles no restaurante, ela ser adotada por isso que não o liguei a ela. Como eu pude ser tão tonta?!

– A Sofia? – indaguei ainda em choque pela coincidência.

– Sim. Mas eu também queria te ver. Por que não me atendeu, nem me respondeu mais? – falou se aproximando.

– Acho que não temos mais nada pra falar Luiz Otávio. Nós não fazemos mais sentido e eu também não caio nessa sua conversa de fim de namoro. – suspirei cruzando os braços, tentando não demonstrar fraqueza, e ele bufou em um suspiro impaciente.

Caminhos tortosOnde histórias criam vida. Descubra agora