Capitulo 18 - Parte 2

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[...]

– Luiz, nós precisamos conversar. – minha mãe disse escorando-se a porta do meu quarto.

Nós estávamos prestes a sair, íamos jantar fora e a Sofia havia ido ao salão junto com a Camilie arrumar os cabelos.

Eu estava quase pronto pra ir busca-las quando a D. Mirian chegou e eu já até imaginava do se tratava.

– Olha, se for sobre o meu relacionamento com a Camille não tô no clima, ok? – falei malevolente e ela suspirou.

– Você tá indo atrás daquela garota de novo, não é? – perguntou, mas pelo seu tom irritado era mais uma afirmação.

– Que garota? – perguntei sério, pra evitar dar alguma ideia a ela, mas ela deu risada, demonstrando que a conversa séria tensa.

– Você sabe muito bem de quem estou falando! – aumentou o tom – Tô falando da filha do Carlos Eduardo e da Eva. Você foi atrás dela, não foi?! Eu achei que você tivesse esquecido aquela menina! Você não tem juízo?! Não se lembra da confusão que foi aquele tempo?! – ralhou e eu suspirei impaciente.

– Não, eu não esqueci, mãe! – resmunguei irritado – de onde tirou essa estória de novo?! Eu não fui atrás de ninguém.

– Você trocou o nome dela pelo da Camilie! – despejou indignada – Ela pode ter sido boba, mas a mim você não me engana. É por isso que quer deixar a Camillie, não é?! – pressionou –

Querendo se livrar de um namoro solido e estável pra ir viver uma aventura com aquela garota...

– Ah, a Camilie contou pra você? – perguntei sarcástico, querendo mais uma vez esganá-la por isso – aquilo é coisa dela, a senhora não tem que dar ouvidos a essas coisas. É por essas e outras que eu quero acabar com isso, vocês se juntam pra me controlar, há anos! Eu não to aguentando mais aguentando vocês duas!

– Eu não tô querendo te controlar! – defendeu-se ofendida – eu só quero o melhor pra você!

– Então, se a senhora quer mesmo o melhor pra mim vai ter que entender as minhas escolhas – dei ênfase –, por que pra mim esse relacionamento já deu o que tinha que dar.

– Se você quer fazer isso mesmo eu não posso fazer nada – amoleceu os ombros, engolindo a seco –, só espero que não se arrependa depois. – comentou antes de voltar pra sala.

Eu suspirei nervoso, passando as mãos pelos cabelos e depois procurando uma camisa no armário, querendo esmurra-lo e dispersar o que eu estava sentindo, ficando no quarto até me acalmar e minutos depois saímos rumo ao salão.

Nenhuma palavra sobre o assunto foi dita nem no caminho, nem no jantar. O que me incomodou foi apenas o modo que ela incentivava a Camilie em relação ao nosso futuro, um futuro que ela fantasiava e que se dependesse da minha vontade não iria existir.

– Já pensou sogra, um filho meu e do Tavinho como seria lindo?! – a Camillie comentou olhando pra mim e selando nossos lábios – loirinho igual a nós!

– Ia ser mesmo! O Luiz Otávio era um bebê lindo, se puxar a ele então! – concordou sorrindo, me fazendo apertar os lábios em uma linha fina em desaprovação.

– Talvez não vá demorar, não é bebê? – perguntou com dengo, mais uma vez me beijando.

– Eu não quero ser pai tão novo você sabe. – respondi suspirando e dando mais um gole da minha bebida, vendo um sorrisinho brotar no rosto da Sofia que estava adorando a situação – como foi o churrasco Sofi? – perguntei aproveitando para desviar o assunto.

Caminhos tortosOnde histórias criam vida. Descubra agora